Já ouviu falar sobre carimbó dança? O carimbó é uma dança e manifestação cultural brasileira originária do estado do Pará, na região Norte do país. Surgiu entre os séculos XVII e XVIII como uma mistura de influências indígenas, africanas e europeias, marcando profundamente a cultura amazônica.
O nome “carimbó” vem de um tambor de origem indígena utilizado para marcar o ritmo da música. Inicialmente dançado em rodas, com tambores artesanais e instrumentos de percussão, o carimbó era uma dança sensual e espontânea, onde as mulheres usavam saias rodadas e dançavam descalças.

Com o tempo, o ritmo ganhou novas sonoridades com a inclusão de instrumentos como flautas, maracás e banjos. As principais características do carimbó são os giros das dançarinas, os sapateados e a fluidez dos movimentos, sempre em sintonia com a batida do tambor.
Em 2014, o carimbó foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo IPHAN, valorizando sua importância na cultura nacional.
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O que é carimbó? Tudo sobre origem
A dança carimbó tem origem na região Norte do Brasil, principalmente no estado do Pará. É uma manifestação cultural que surgiu entre os séculos XVII e XVIII, como resultado da fusão de influências indígenas, africanas e europeias.
O nome “carimbó” vem de um tambor artesanal feito de tronco de árvore escavado e coberto com couro — instrumento típico dos povos indígenas da região e usado para marcar o ritmo da música.
Inicialmente, o carimbó era praticado em comunidades ribeirinhas e quilombolas, como parte de celebrações coletivas que envolviam música, dança e comidas típicas.
Os povos indígenas contribuíram com os instrumentos e o ritmo; os africanos trouxeram elementos de percussão e o gingado corporal; e os europeus influenciaram na formação melódica e no uso de pares na dança.
A dança começou de forma espontânea, dançada em círculos, com forte sensualidade e movimentos corporais marcantes. As mulheres se destacavam com suas saias rodadas e coloridas, dançando descalças e balançando as saias com os quadris.
Enquanto isso, os homens, geralmente, utilizavam roupas simples e se movimentavam de forma a cortejar a parceira. Uma característica marcante da dança é o momento em que a mulher derruba um lenço ou um objeto no chão, e o homem precisa pegá-lo apenas com a boca, sem usar as mãos.
Com o tempo, o carimbó foi se transformando. Ele incorporou novos instrumentos, como o maracá, banjo, flauta e até instrumentos elétricos em algumas vertentes.
O ritmo também passou por adaptações, dando origem a variações como o siriá e influenciando diretamente outros gêneros musicais do Norte, como o brega paraense e o tecnobrega.
Qual religião da dança carimbó?
O carimbó não está diretamente ligado a uma religião específica, mas às manifestações culturais e populares da região amazônica.
Ele é uma expressão artística de caráter secular, ou seja, não religiosa, nascida do cotidiano das comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas do Pará e de outros estados do Norte brasileiro.
No entanto, como muitas tradições populares no Brasil, o carimbó pode estar presente em festas religiosas e celebrações populares, principalmente nas festas de santos da Igreja Católica, como o Círio de Nazaré, em Belém.
Nessas ocasiões, o carimbó aparece como parte do folclore local, animando as comemorações com dança e música, mas sem ser um elemento litúrgico ou com função espiritual direta.
É interessante destacar que a cultura paraense é rica em sincretismo religioso, ou seja, na mistura de elementos do catolicismo, das religiões de matriz africana e das crenças indígenas.
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Características da dança carimbó
Basicamente, a dança carimbó reflete a miscigenação indígena, africana e europeia da Amazônia.
Portanto, entre suas principais características destacam-se:
- Ritmo contagiante — marcado por tambores “curimbós”, maracás e, em versões contemporâneas, banjo e flauta, criando uma batida hipnótica que convida ao movimento.
- Formação em roda — os pares dançam em círculo enquanto se alternam no centro para exibir passos, instaurando clima de celebração coletiva.
- Saias rodadas e pés descalços — as dançarinas usam saias amplas e coloridas, que giram para acentuar movimentos de quadril; a dança é tradicionalmente feita sem calçados, mantendo conexão direta com a terra.
- Sensualidade suave — a coreografia combina giros, inclinações de tronco e balanços de quadril, transmitindo flerte e alegria sem passos bruscos.
- Passo do lenço no carimbó dança — momento em que a mulher deixa cair um lenço (ou chapéu); o homem deve apanhá-lo com a boca.
- Improviso e espontaneidade — embora exista um repertório de passos, o carimbó valoriza a criatividade individual, permitindo variações conforme o toque dos tambores.
- Influência nos ritmos regionais — ao longo do tempo, serviu de base para gêneros como siriá, brega paraense e tecnobrega, mantendo-se vivo e em evolução.
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Como dançar carimbó?
Aprender a dançar carimbó requer atenção ao ritmo, coordenação com o parceiro e dedicação ao estilo fluido que caracteriza a dança.
Por isso, separamos duas dicas principais para quem deseja começar:
- Ouça a batida: Comece apenas sentindo o compasso do curimbó. O padrão rítmico principal é 2/4, com variações que pedem flexibilidade corporal. Balance o corpo para internalizar o pulso.
- Postura básica carimbó dança: Mantenha pés ligeiramente afastados, joelhos flexionados e tronco solto. O peso alterna entre as pernas enquanto o quadril executa movimentos circulares, importantes para dar graça à dança.
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Passos fundamentais
- Dois-pra-lá, dois-pra-cá: deslize um pé para o lado, junte o outro, repita na direção oposta.
- Giro da saia: as mulheres giram o corpo segurando a barra da saia.
- Sapateado leve: os homens fazem pequenas batidas de ponta e calcanhar, enfatizando o ritmo.
A dança é de cortejo. O homem circunda a parceira com passos pequenos, inclinando-se ligeiramente para reverenciá-la. Ela responde com giros e balanços de quadril. O diálogo corporal é constante, sem contato físico fixo.
Quando a dançarina deixa cair o lenço, o dançarino agacha com elegância, pega o objeto com a boca e o devolve, ajoelhando-se em gesto galanteador. Esse momento exige equilíbrio e destaca o talento do par.
Uma vez dominados os fundamentos, solte a criatividade. O carimbó permite variações pessoais, como pequenas acrobacias ou brincadeiras com o lenço, sempre com sorriso no rosto e respeito ao parceiro.
Para praticar, participe de oficinas culturais ou grupos folclóricos, onde instrutores locais ensinam as técnicas tradicionais. Em casa, vídeos de mestres carimbozeiros também ajudam.
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Principais dançarinos do carimbó
O carimbó teve sua história construída por diversos mestres e grupos populares que mantiveram viva essa expressão.
Embora muitos dos dançarinos do carimbó tenham origem anônima — surgindo em comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas — alguns nomes chamam atenção até os dias atuais pela dedicação em preservar e divulgar essa arte.
Mestre Verequete
Um dos nomes mais emblemáticos do carimbó é Mestre Verequete (1916–2009), considerado um dos maiores difusores do ritmo. Embora fosse mais conhecido como músico e compositor, também liderava grupos culturais em apresentações de dança.
Fundou o grupo "O Uirapuru" e foi responsável por popularizar o carimbó nas rádios, festas populares e apresentações fora do Pará. Seu trabalho influenciou tanto a música quanto os movimentos coreográficos, com forte ligação à tradição afro-amazônica.
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Grupos tradicionais
Além de indivíduos, grupos de carimbó tiveram impacto na formação de dançarinos e preservação dos estilos.
Dessa forma, entre os mais conhecidos estão:
- Grupo Sancari, de Santarém Novo (PA), que resgata o carimbó de raiz com danças tradicionais e figurinos típicos.
- Grupo Uirapuru, fundado por Mestre Verequete, com foco em manter a dança original viva.
- Grupo Cobra Verde, de Curuçá (PA), que mantém a tradição com performances em festivais regionais.
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Instrumentos do carimbó
A música do carimbó é percussiva e orgânica, marcada pelo uso de instrumentos artesanais que definem sua identidade sonora.
Veja, abaixo, quais são os principais instrumentos do carimbó!
Curimbó (tambor)
O curimbó é o principal instrumento do carimbó, e dá nome à dança. Feito com tronco de árvore escavado, normalmente da samaumeira ou da mangueira, e coberto com couro animal, é tocado com as mãos.
Seu som grave e ritmado é a base da música do carimbó.
Maracá
De origem indígena, o maracá é um chocalho feito de cabaça com sementes ou grãos dentro. Ele complementa a percussão e reforça o ritmo, sendo tocado com movimentos circulares ou rítmicos durante a música.
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Banjo e cavaquinho
Com a influência europeia portuguesa, o banjo e o cavaquinho passaram a integrar a sonoridade do carimbó dança em apresentações mais elaboradas e gravações.
Flauta e outros instrumentos
A flauta transversal, feita de madeira, é usada em algumas variações do carimbó, principalmente no carimbó de bloco, adicionando melodia à base rítmica.
Outros instrumentos como o violão e o reco-reco também podem aparecer, dependendo do grupo.
Por que fazer aula de carimbó?
Fazer aulas de Carimbó traz inúmeros benefícios para o corpo e a mente. Com raízes indígenas, africanas e portuguesas, o Carimbó é uma manifestação cultural rica que promove a conexão com a história e as tradições da região Norte do Brasil.
Nas aulas, o aluno desenvolve a coordenação motora, a consciência corporal e o ritmo, por meio de passos marcados e movimentos circulares que fortalecem pernas e quadris.
Além disso, dançar Carimbó é uma excelente atividade cardiovascular, ajudando a melhorar o condicionamento físico e a liberar endorfinas, contribuindo para o bem-estar emocional.
Outro benefício é a socialização: ao participar de grupos de dança, o praticante amplia seu círculo de amizades e vivencia o espírito coletivo dessa cultura.
E então, você já começou a aprender sobre carimbó dança? Ou quer aprender os passos do xaxado e dominar um outro tipo de dança?









