Embora sucessivos projetos tenham buscado melhorar os índices educacionais do país, a reprovação escolar ainda é uma realidade que impacta milhões de estudantes brasileiros todos os anos. Questões socioeconômicas, deficiências no sistema de ensino e a ausência de políticas públicas efetivas contribuem diretamente para a retenção escolar, gerando consequências que vão além da sala de aula.

De acordo com dados do Censo Escolar, a taxa de reprovação nos anos finais do ensino fundamental foi de 5,4%, enquanto a taxa de abandono foi de 1,4%, no que diz respeito ao ensino médio, essa etapa apresenta os maiores índices de repetência e evasão na educação básica, com taxas de 3,9% e 5,9%, respectivamente. Além disso, dados do IBGE indicam que, em 2023, aproximadamente 9,1 milhões de jovens entre 15 e 29 anos haviam abandonado a escola antes de concluir a educação básica.

Menina na frente de um computador a noite, com aparência de preocupada e concentrada

Esses números evidenciam que a reprovação escolar e a retenção escolar continuam sendo desafios significativos no sistema educacional brasileiro.

A situação ganha uma nova dimensão quando a reprovação ou abandono escolar ocorre com alguém próximo: um filho, sobrinho ou até mesmo o próprio aluno. Surge, então, uma pergunta inevitável: afinal, qual é a lei que diz que o aluno não pode ser reprovado? Será que realmente existe uma norma nacional que impede a reprovação? E, mais importante, quais são os critérios para reprovação escolar no Brasil atualmente?

Nesse artigo iremos esclarecer essas dúvidas com base na legislação educacional vigente, nas políticas públicas mais recentes e nas discussões sobre avaliação e progressão continuada. Esperamos que ele ofereça informações úteis e atualizadas para você refletir sobre essa importante questão educacional.

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Existe uma lei que proíbe a reprovação escolar no Brasil?

A ideia de reprovar uma criança na escola costuma gerar dúvidas, especialmente entre pais de alunos da educação infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental. Afinal, muitos acreditam que o fracasso escolar precoce pode trazer mais prejuízos do que benefícios, afetando o desenvolvimento emocional e o interesse pela aprendizagem. Nesse contexto, surgem questionamentos importantes: existe realmente uma lei que proíba a reprovação? Quais etapas da educação são afetadas por essa norma?

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), não pode haver reprovação na educação infantil. O foco nesta etapa está no desenvolvimento integral da criança: físico, emocional, cognitivo e social.

A avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.

Art. 31, inciso I da LDB (Lei nº 9.394/1996)

Para ler a lei pour completo, você você acessar aqui: Lei nº 9.394/1996!

Já nos anos seguintes, como no ensino fundamental e médio, não existe uma lei federal ou portaria do MEC que determine critérios rígidos para a retenção escolar ou proíba expressamente a repetência. O que existem são orientações do Conselho Nacional de Educação (CNE), que valorizam a avaliação contínua, diagnóstica e formativa, e recomendam que a reprovação seja evitada sempre que possível, adotando-se outras estratégias pedagógicas antes dessa decisão.

O CNE recomenda fortemente a adoção de medidas que minimizem a evasão e a retenção escolar neste ano de 2020, reconhecendo, no entanto, que as decisões acerca dos critérios de promoção são de exclusiva competência dos sistemas de ensino.

Parecer CNE/CP nº 15/2020

A decisão final sobre os critérios para reprovação escolar acaba sendo de responsabilidade das redes de ensino (tanto públicas como privadas) e, dentro delas, das equipes gestoras de cada escola. Algumas instituições optam por programas alternativos, como dispositivos de apoio ao aprendizado, aulas de reforço e avaliações complementares. Esses mecanismos têm como objetivo permitir que o estudante recupere seu desempenho sem precisar ser reprovado, desde que exista engajamento mútuo entre família, escola e aluno.

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A repetência deve ser encarada não como punição, mas como uma ferramenta pedagógica, uma oportunidade para o estudante reforçar conteúdos mal assimilados e reconstruir sua autoconfiança.

O resultado de um ano letivo é consequência de um processo, e a reprovação, quando ocorre, geralmente reflete dificuldades acumuladas ao longo de vários períodos que não foram tratadas a tempo.

Família e escola devem caminhar juntas para criar um plano de ação que permita ao aluno superar suas dificuldades e permanecer no ambiente escolar, evitando que a retenção escolar leve ao abandono. A abordagem deve ser construtiva, focada no crescimento e na permanência com qualidade na educação básica.

Você já conhece os números de repetição no Brasil e no mundo?

Quem decide se um aluno será reprovado ou aprovado?

Embora muitos pais se perguntem se existe uma lei que diz que o aluno não pode ser reprovado, a realidade é que a decisão sobre a promoção ou repetência envolve vários agentes, principalmente a escola, mas também a família.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, estabelece que:

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Artigo 26, parágrafo 3º:

Os pais têm o direito de escolher o tipo de educação a ser ministrada a seus filhos.

No entanto, quando falamos do sistema educacional brasileiro, essa autonomia parental coexiste com a responsabilidade do Estado, que organiza e regula a educação por meio de diretrizes nacionais. Isso significa que o sistema de ensino tem autoridade para estabelecer critérios pedagógicos e de avaliação, inclusive sobre retenção escolar.

Assim, o sistema de educação nacional goza de um poder real de delegação e tem voz na orientação das crianças.

Em cada final do ano escolar, um conselho de professores se reúne por instituição para decidir sobre a continuação da escolarização de cada aluno: passagem para o próximo ano, repetição ou período de recuperação baseado nas notas durante o ano acadêmico.

O conselho de professores é composto pelos professores e pelo diretor da escola. Suas conclusões ainda são apenas "proposições", de acordo com a terminologia jurídica utilizada.

Portanto, se uma repetição for recomendada, a família é consultada e informada sobre a situação. Porém, tudo isso é reflexo de todo um ano de trabalhos, exercícios, avaliações e observação de relacionamentos. É importante que o diálogo não exista apenas no fim dos trimestres letivos e que várias soluções sejam propostas antes de chegarmos ao ponto final.

Existem momentos em que a repetição pode ser muito benéfica.

Possíveis soluções para evitar a repetência

Se você está passando por uma situação de retenção escolar com seu filho ou aluno, saiba que existem caminhos alternativos antes de aceitar a reprovação como única saída. Mesmo que o conselho de classe tenha feito uma recomendação, essa decisão não é unilateral: deve haver diálogo, análise criteriosa e, sobretudo, envolvimento da família.
A reprovação escolar não precisa ser um destino final. Com estratégias adequadas e apoio profissional, é possível reverter o quadro ou, ao menos, transformar a experiência em um ponto de virada positivo.

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Converse com o aluno 🗣️

Essa é a primeira de todas as decisões, logo no início dos problemas escolares do ano é bom tomar essa decisão. Examine o registro acadêmico do jovem e procure apoio para os pontos que chamaram mais atenção. Muitas vezes, a origem do problema não está apenas nos conteúdos acadêmicos, mas em fatores como:

  • Falta de adaptação ao modelo pedagógico da escola;
  • Falta de motivação;
  • Problemas emocionais;
  • Dificuldades de relacionamento com colegas ou professores;
  • Ansiedade ou pressão familiar.

Na maioria das vezes, a criança ou jovem dá os argumentos para que as famílias possam tomar as melhores decisões sobre o futuro. Essa é a melhor maneira de saber o que está acontecendo, com calma para que a situação possa ser bem trabalhada e trazendo opções para o estudante e sua família.

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Dialogue com o conselho de classe 👨‍🏫

Esta primeira instância é composta, geralmente, por professores, responsáveis ​​pelos planos pedagógicos da escola, professores e um psicólogo escolar (ou profissional especializado nesse tipo de atendimento para os alunos, compreendendo a sua realidade além dos critérios puramente acadêmicos).

Os pais que interpuseram o recurso devem estar presentes, pois serão ouvidos para repetir e argumentar. Alguns pontos que os pais podem solicitar no concelho de classe:

  • Os critérios para reprovação escolar adotados;
  • Pergunte quais medidas de recuperação foram oferecidas;
  • Apresente seu ponto de vista e argumentos, se julgar necessário;
  • Peça sugestões de estratégias de apoio para o ano seguinte.

Os educadores possuem visões variadas sobre a repetência, por isso é sempre bom entender o que eles pensam sobre a situação e como tudo isso é visto por quem convive com o aluno durante o ano letivo. Pode ser uma situação além das notas, falta de maturidade ou desatenção. Problemas de relacionamento entre alunos também podem causar resultados ruins para os estudantes em seus anos de educação fundamental, em que ainda são crianças e não sabem lidar com certas frustrações.

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Acordos:

Se a família discordar da decisão, pode apresentar recurso administrativo, conforme as regras do sistema de ensino (em muitas redes estaduais e municipais, isso é previsto em regimento).

Converse com o diretor da escola 🎓

Em todas as situações, convém começar por ver o diretor da instituição, que por sua posição será mais capaz de informá-lo de possíveis abordagens, mas também as razões que levaram ao desejo de oferecer uma repetição.

A melhor compreensão dos fatos e do diálogo é uma boa maneira para avançar juntos em benefício do aluno. Certamente ele vai recebê-los, mesmo que com agendamento, pois é do interesse comum que a criança tenha sucesso acadêmico.

Reprovação como última medida 💡

A repetência, quando inevitável, deve ser compreendida como uma estratégia pedagógica e não uma punição. O foco deve estar no crescimento do aluno e na construção de um novo plano educacional que inclua:

  • Aulas de reforço;
  • Apoio emocional;
  • Planejamento individualizado;
  • Participação ativa da família;
  • Acompanhamento profissional, se necessário.

Lembre-se: o objetivo é evitar o abandono escolar e construir oportunidades de desenvolvimento. ❤️

Também, descubra quanto custa a reprovação.

A reprovação escolar exige atenção redobrada das famílias

É importante que as famílias criem um ambiente para o desenvolvimento contínuo e a aprendizagem completa das crianças, inclusive contando com professores particulares para suprir as necessidades acadêmicas mais pontuais. Isso é completamente normal e mostra a dedicação com os filhos para que eles possam alcançar resultados que não seriam possíveis sem apoio.

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Famílias que acompanham de perto o desempenho dos filhos conseguem identificar dificuldades com antecedência e evitam decisões tomadas “em cima da hora”.

Evitar a repetência não é um trabalho isolado. Famílias, escolas e educadores compartilham essa responsabilidade. Cada parte tem um papel importante:

  • Escolas desenvolvem propostas pedagógicas e oferecem apoio;
  • Famílias acompanham, cobram, incentivam e oferecem estrutura;
  • Professores adaptam suas estratégias e mantêm diálogo com os responsáveis.

Seja na ajuda com a lição de casa, em reuniões focadas nas dificuldades do aluno, ou no reconhecimento de seus avanços, todos contribuem para que o estudante tenha uma trajetória mais sólida e autônoma.

Caso se faça necessário, encontre o perfil de professoronline de reforço para seu filho!

É importante entender que, embora a equipe pedagógica recomende a reprovação, essa não é uma decisão definitiva. O parecer deve ser comunicado aos responsáveis, devidamente justificado e baseado em critérios pedagógicos claros. Além disso, ele pode ser contestado, conforme previsto no regimento escolar. Muitos sistemas de ensino oferecem a possibilidade de recurso, por meio de uma comissão de reavaliação ou instância administrativa. Isso reforça a importância de um acompanhamento constante da família, não apenas no fim do ano letivo.

A reprovação escolar não deve ser vista como um fim, mas como uma oportunidade de reavaliar estratégias e fortalecer o aprendizado. Com diálogo, acompanhamento contínuo e o apoio certo, é possível transformar esse desafio em crescimento real para o aluno.

E você, já passou por uma situação parecida? Tem dúvidas ou sugestões sobre o tema? Compartilhe sua experiência nos comentários! Sua participação pode ajudar outras famílias a entender melhor seus direitos e caminhos possíveis na educação.

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fernando pacheco

Fernando Pacheco

Tutor online, apaixonado por livros, idiomas e esportes, sempre buscando novas coisas para estudar e aprender melhor.