A gramática da língua portuguesa é o conjunto de regras e princípios que orientam o uso correto do idioma, abrangendo fonética, morfologia, sintaxe, semântica e ortografia. Sua função é padronizar a comunicação.
Historicamente, a gramática do português tem origem no latim, trazido à Península Ibérica pelos romanos, e foi moldada por influências árabes, germânicas e de línguas africanas e indígenas.
A primeira gramática da língua portuguesa foi publicada em 1536, por Fernão de Oliveira, seguida por obras importantes como a de João de Barros.
Entre as curiosidades, o português é a quinta língua mais falada do mundo, com variações significativas entre países lusófonos. Outro fato é que o Acordo Ortográfico buscou unificar a escrita nos países que falam português.
A gramática continua a evoluir, adaptando-se às mudanças linguísticas e culturais, mas mantendo-se como base para o estudo e a preservação do idioma.
E, claro, se quiser saber mais sobre gramática da língua portuguesa e dicas de português, vem comigo! Um guia completo sobre regras gramaticais da língua portuguesa.
O que é ortografia?
A ortografia é o conjunto de regras que define a forma correta de escrever as palavras de uma língua, garantindo padronização e clareza na comunicação escrita.
Ela estabelece normas sobre o uso de letras, acentuação, hífen, letras maiúsculas e minúsculas, pontuação e grafia de palavras. No português, a ortografia é regida por gramáticas e dicionários oficiais, que registram o vocabulário aceito e suas formas corretas.
Sua importância está em permitir que textos sejam compreendidos por qualquer falante da língua, independentemente de sotaque ou variações regionais.

Por exemplo, a palavra “casa” é pronunciada de maneiras diferentes no Brasil e em Portugal, mas a ortografia padronizada mantém a mesma grafia para ambos.
Além disso, a ortografia passa por atualizações ao longo do tempo, como ocorreu com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que unificou a escrita entre os países lusófonos.
O que é semântica?
A semântica é o ramo da linguística que estuda o significado das palavras, frases e expressões, analisando como elas se relacionam e como seu sentido varia de acordo com o contexto.
Ela investiga não apenas o significado literal, mas também o figurado, as mudanças de sentido ao longo da história e a influência da cultura e do uso social da língua.
Por exemplo, a palavra “manga” pode significar tanto a fruta quanto a parte de uma camisa, dependendo do contexto. Essa capacidade de uma palavra ter mais de um significado é chamada de polissemia, e a semântica é responsável por analisar esses casos.
A semântica também estuda fenômenos como sinonímia (palavras com significados semelhantes), antonímia (palavras de significados opostos), homonímia (palavras iguais na escrita ou pronúncia, mas com significados diferentes) e paronímia (palavras com grafia e som parecidos, mas sentidos distintos).
Assim, ortografia e semântica se complementam: enquanto a ortografia assegura que as palavras sejam escritas de forma padronizada, a semântica garante que seu sentido seja interpretado corretamente.
Tabela com principais conceitos da gramática da língua portuguesa
Confira, abaixo, nossa tabela com os principais conceitos da gramática da língua portuguesa!
CONCEITO | DEFINIÇÃO | EXEMPLO |
---|---|---|
Substantivo | Palavra que nomeia seres, lugares, objetos, sentimentos ou ideias. | casa, João, amor |
Adjetivo | Palavra que caracteriza o substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade ou estado. | bonito, alto, feliz |
Verbo | Palavra que indica ação, estado ou fenômeno. | correr, ser, chover |
Advérbio | Palavra que modifica o verbo, adjetivo ou outro advérbio, indicando circunstâncias. | rapidamente, muito, aqui |
Preposição | Palavra que liga termos da oração, estabelecendo relação entre eles. | de, para, com |
Conjunção | Palavra que liga orações ou palavras de mesma função. | e, mas, porque |
Interjeição | Palavra ou expressão que traduz emoções ou sentimentos. | ah!, nossa!, parabéns! |
Sujeito | Termo da oração sobre o qual se declara algo. | O menino (em "O menino correu") |
Predicado | Termo da oração que contém o verbo e declara algo sobre o sujeito. | correu rápido (em "O menino correu rápido") |
Objeto direto | Complemento verbal sem preposição, ligado a verbos transitivos diretos. | Comprei um carro. |
Objeto indireto | Complemento verbal com preposição, ligado a verbos transitivos indiretos. | Gosto de música. |
Complemento nominal | Termo que completa o sentido de um nome, com preposição. | Tenho orgulho de você. |
Adjunto adverbial | Termo que indica circunstância (tempo, lugar, modo, causa etc.). | Saí cedo. |
Aposto | Termo que explica, resume ou especifica outro termo. | São Paulo, a maior cidade do Brasil, é movimentada. |
Vocativo | Termo usado para chamar ou invocar o interlocutor. | Maria, venha aqui. |
Morfologia e sintaxe | Regras gramaticais da língua portuguesa
A morfologia e a sintaxe são dois ramos da gramática, responsáveis por estudar a estrutura das palavras e das frases.
A morfologia analisa a formação, a estrutura e a classificação das palavras. Ela identifica elementos como radical, afixos, vogal temática e desinências, além de categorizar as palavras nas classes gramaticais (substantivo, verbo, adjetivo, pronome, artigo, numeral, advérbio, preposição, conjunção e interjeição).
Por exemplo, ao analisar a palavra “incrivelmente”, a morfologia identifica o radical “incrível”, o sufixo “-mente” e a classe a que pertence (advérbio).
Enquanto isso, a sintaxe estuda como as palavras se relacionam dentro de uma frase para formar sentido. Ela determina funções sintáticas como sujeito, predicado, objeto direto, adjunto adverbial, entre outras.
Por exemplo, na frase “O professor explicou a matéria com clareza”, a sintaxe identifica quem é o sujeito (“O professor”), qual é o verbo (“explicou”) e o complemento (“a matéria com clareza”).
O que são fonemas?
Os fonemas na gramática portuguesa são as menores unidades sonoras de uma língua, capazes de diferenciar o significado das palavras. Não se deve confundir fonema com letra: a letra é a representação gráfica do som, enquanto o fonema é o som em si.
Por exemplo, as palavras “casa” e “cama” diferem apenas pelo último fonema (/z/ em “casa” e /m/ em “cama”), o que altera totalmente o sentido.
A fonética é a área que estuda os sons da fala em seu aspecto físico, analisando como eles são produzidos e percebidos. Ela observa a articulação (movimentos dos órgãos da fala), a acústica (características sonoras) e a audição.
A fonologia investiga como esses sons funcionam dentro de um sistema linguístico. Ela se preocupa com a organização dos fonemas e com as regras que determinam quais combinações são possíveis em uma língua.
Por exemplo, o português aceita encontros consonantais como “br” (em “bravo”), mas não como “lb” no início de palavras.
Os fonemas podem ser classificados em:
- Vogais: sons produzidos sem obstrução da passagem de ar (a, e, i, o, u).
- Consoantes: sons produzidos com obstrução parcial ou total da passagem de ar.
- Semivogais: sons vocálicos que não formam núcleo de sílaba, como o /i/ em “pai” e o /u/ em “mau”.
O estudo dos fonemas, da fonética e da fonologia serve para compreender a pronúncia correta, melhorar a leitura e a escrita e evitar confusões de sentido.
Quais são as figuras de linguagem?
As figuras de linguagem, ou figuras de estilo, são recursos expressivos utilizados para tornar a comunicação mais criativa, enfática e envolvente. Elas aparecem tanto na linguagem literária quanto no discurso cotidiano, na publicidade, na música e até em textos acadêmicos, ajudando a transmitir emoções, criar imagens mentais e reforçar mensagens.
A seguir, apresentamos um guia completo com as principais figuras de linguagem e seus usos.
Metáfora
Consiste em atribuir a uma palavra um sentido que não lhe é próprio, baseado em semelhança implícita. Exemplo: “Ela é uma estrela” (pessoa brilhante ou especial).
Comparação (ou símile)
Relaciona dois elementos por meio de conectivos como “como” ou “tal qual”. Exemplo: “Ele é forte como um touro.”
Metonímia
Substitui uma palavra por outra com a qual tem relação de proximidade. Exemplo: “Li Machado de Assis” (obra do autor).
Catacrese
Uso de uma palavra em sentido figurado por falta de termo específico. Exemplo: “Braço da cadeira.”
Antítese
Oposição de ideias em uma mesma frase. Exemplo: “É ferida que dói e não se sente.”
Paradoxo
Ideias contraditórias que geram reflexão. Exemplo: “É preciso morrer para viver.”
Hipérbole
Exagero intencional para reforçar uma ideia. Exemplo: “Esperei uma eternidade.”
Eufemismo
Uso de termos suaves para amenizar algo desagradável. Exemplo: “Ele partiu” (morreu).
Ironia
Afirmação que transmite o oposto do sentido literal, muitas vezes com humor ou crítica. Exemplo: “Que pontualidade!” (para alguém atrasado).

Prosopopeia (ou personificação)
Atribui características humanas a seres inanimados ou animais. Exemplo: “O vento cantava entre as árvores.”
Anáfora
Repetição de palavras no início de frases ou versos consecutivos. Exemplo: “Se você soubesse… Se você entendesse…”
Aliteração
Repetição de sons consonantais para criar musicalidade. Exemplo: “O rato roeu a roupa do rei de Roma.”
Onomatopeia
Imitação escrita de sons. Exemplo: “tic-tac” (relógio).
Pleonasmo
Repetição de ideias para reforçar o sentido. Exemplo: “Entrar para dentro.”
Elipse
Omissão de termos que podem ser identificados pelo contexto. Exemplo: “Na sala, apenas dois alunos” (havia omitido).
As figuras de linguagem enriquecem a comunicação e ajudam a provocar efeitos de sentido, emoção ou ênfase.
Dominar seu uso é interessante para quem deseja escrever ou falar de forma mais expressiva e persuasiva. Elas não são exclusivas da literatura — estão presentes em conversas, propagandas e músicas.
E então, mais alguma dúvida sobre gramática da língua portuguesa? Não hesite em nos escrever nos comentários!