Podemos dizer que ser professor é uma verdadeira missão. Os professores são aqueles que ensinam, transmitem conhecimentos e formam todas as outras profissões.

No entanto, apesar de ser uma profissão tão importante e essencial para a transformação da humanidade, nem sempre o docente tem o reconhecimento devido, seja na questão salarial ou até mesmo no mérito que ele merece.

Mas será que isso ocorre em todas as partes do mundo? Aqui neste artigo vamos falar um pouco da profissão nos demais países do mundo. Quais são as formações necessárias para lecionar, quais os salários médios e tudo mais o que você precisa saber sobre a profissão professor em outros países.

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Diplomas necessários para dar aula ao redor do mundo

Como qualquer outra profissão, ser professor exige dedicação, estudos e qualificações. O professor deve ser um pedagogo apaixonado em transmitir seus conhecimentos.

Se você é um desses apaixonados por ensinar, mas quer lecionar em outro país, saiba que algumas formações são necessárias.

No Brasil, é necessário concluir algum curso de licenciatura, para atuar no ambiente escolar. A licenciatura é uma graduação voltada para quem deseja ministrar aulas, com disciplinas de pedagogia e didática.

Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.

Paulo Freire

Se você concluiu sua licenciatura no Brasil mas quer lecionar no exterior, é provável que tenha que revalidar o seu diploma. Cada país tem suas regras, então é importante analisar esses pormenores antes de se aventurar em outro país.

Nos Estados Unidos, por exemplo, você precisa comprovar que tem o nível de inglês necessário para dar aulas, além de comprovar um tempo mínimo de experiência como professor. No caso de Portugal, é preciso validar seu diploma ou cursar um mestrado ou doutorado no país.

Além do diploma, da proficiência no idioma do país, é comum que haja concursos para ser professor em um outro país. Na França, por exemplo, existe o Concurso de Recrutamento de Professores Escolares.

Confira mais detalhes sobre as formações necessárias para atuar como docente em outros países.

Há algumas opções para quem quer atuar no exterior, como as bolsas de mobilidade acadêmica, o programa Erasmus, o voluntariado ou ainda cursar um mestrado ou doutorado no país em que deseja atuar.

Alunos em uma sala.
O programa Erasmus pode ser uma boa opção para quem quer ganhar uma experiência internacional | Imagem: Unsplash

Como é a profissão do professor ao redor do mundo?

Você viu as formações necessárias e deve estar se perguntando: será que vale a pena o investimento para dar aula em outro país?

Sabemos que no Brasil a docência não é das profissões mais valorizadas. Mas como a profissão é tratada em outras partes do mundo?

Muitas pessoas falam que ser professor é moleza, pois tem duas férias no ano, vários feriados prolongados, mas a realidade é que não é bem assim. E esse é um ponto comum entre o Brasil e os demais países. Apesar de parecer que os professores tem muitas férias e feriados, em grande parte desse período eles também estão trabalhando. O trabalho do professor não se resume ao tempo em sala de aula. Ele precisa corrigir provas e trabalhos, preparar material e conteúdo para as aulas... e para isso, eles dedicam muitas horas além daquelas que estão em sala.

Além dessa questão, outro complicador da carreira do professor é a delicada relação com os alunos e com os pais dos alunos. Nem sempre a relação é amistosa. Isso também é comum em vários países do mundo.

Vamos falar mais então sobre as condições de trabalho no exterior.

Na Europa, por exemplo, as condições de trabalho não são iguais em todos os países. Na Alemanha, ao todo são 10 semanas de férias, sendo 6 semanas no verão e 4 semanas alternadas durante o ano. Mas assim como no Brasil, muitos deles dedicam dias de férias a preparação das aulas.

Sala de aula com adultos assistindo uma aula.
Seja dando aula para crianças ou para adultos, o bom relacionamento com os alunos é muito importante. | Imagem: Unsplash

A Finlândia, que é frequentemente apontada como exemplo de sistema educacional, dá certa liberdade para que os professores criem seu próprio estilo pedagógico, adaptando a escola ao estilo dos alunos. Lá as escolas ensinam trabalhos manuais como costura, tricô, marcenaria.

A Itália e a França tem algumas semelhanças como a carga horária de 18 horas aula. As férias longas, assim como na Alemanha, acontecem no verão europeu.

Alguns países têm maior reconhecimento da população sobre a importância da profissão, como a China, a Malásia e Taiwan. Mas nem sempre esse reconhecimento é refletido nos salários, por exemplo.

Os professores dos Estados Unidos, apesar de ser melhores remunerados que os nossos, também podem encontrar desafios semelhantes quando vão lecionar em escolas de baixa renda.

O sistema educacional canadense, assim como o finlandês, é muito respeitado no mundo. Os japoneses também tem um sistema educacional baseado na disciplina que brilha aos olhos de diversos outros países.

O que não podemos negar é que há muitos desafios na docência, em qualquer que seja o país de atuação.

Quais são as disciplinas mais comuns em todos os países?

As escolas constituem em uma base comum para muitas crianças. As aulas permite que as crianças aumentem seu nível cultural e intelectual, aumentando suas perspectivas de futuro. No Brasil, há uma Base Nacional Comum Curricular, que define as disciplinas obrigatórias e essenciais na formação de todos os alunos. Em cada país, há uma definição das disciplinas que eles consideram mais importantes, mas há algumas que são comuns em praticamente todo o mundo.

Conheça um pouco mais sobre as disciplinas mais comuns nos diversos países:

Em primeiro lugar, podemos citar a Matemática. Certamente ela é uma das matérias mais universais. A matemática está presente em vários campos da nossa vida, e até mesmo sem perceber estamos usando a matemática. Seja para administrar seu salário durante o mês ou para dividir a conta de um jantar com os amigos.

Outra disciplina bem universal são as Ciências. Quando ficamos maiores, a ciência se dividem em Física, Química e Biologia.

Sala de aula com crianças e um professor.
Algumas disciplinas são comuns e universais, como por exemplo a matemática e as ciências. | Imagem: Unsplash

História e Geografia também são duas disciplinas essenciais. Elas normalmente são adaptadas a realidade de cada país, mas há partes da história que são universais.

A língua e a literatura do país. Aqui no Brasil e em Portugal estudamos o Português, na França eles estudam o Francês, na Inglaterra e nos Estados Unidos o Inglês, e assim por diante. É aqui que descobrimos a linguagem e aperfeiçoamos a nossa comunicação.

O Inglês, que acabou definido como o idioma universal, também é uma disciplina recorrente ao redor do mundo. Além do inglês, é comum aprendermos alguma outra língua estrangeira, as mais comuns são o Francês, Espanhol e Mandarim.

Educação Física é outro ponto em comum. Cientes da importância de manter o corpo em movimento, os esportes estão sempre presentes na grade curricular das escolas.

As Artes também estão presentes nas escolas. Seja na forma de música, teatro ou de artes plásticas.

A Filosofia também é uma matéria bem comum. Estudar os pensadores e entender melhor sobre a nossa existência.

Por fim, a Educação moral e cívica, seja por meio do Ensino Religioso ou de disciplinas como ética. Essa parte da vida acadêmica tem como objetivo transmitir os valores essenciais para uma boa convivência em sociedade.

Quanto ganha um professor nos outros países?

No Brasil, o piso salarial do professor foi definido por lei em 2008. Em 2022, o valor foi fixado em R$ 3.845,63, mas esse valor não é respeitado pelos estados e municípios, gerando uma discrepância entre os estados. Alguns pagam bem abaixo do piso mínimo estabelecido.

Saiba mais sobre os salários dos professores no Brasil e ao redor do mundo.

No Brasil, além das variações entre os Estados, há variações entre os professores em início de carreira e os que tem mais tempo de docência.

Os professores da rede particular, ganham em média R$ 2.250,00 por mês, valor também inferior ao piso nacional. Se o profissional optar por aulas particulares, ele pode cobrar o valor por hora aula. O valor de uma aula particular varia entre R$ 25,00 e pode ultrapassar os R$ 100,00. Aqui na SuperProf, por exemplo, o valor médio da aula é de R$ 51,00.

Duas mulheres conversando em uma sala de reunião.
Uma opção para complementar a renda ou até para ser sua principal fonte de renda são as aulas particulares. | Imagem: Unsplash

Salário dos professores na Europa

Assim como no Brasil há diferença entre os estados, já que temos um país com dimensões continentais, na Europa a discrepância é entre os países.

O valor varia de 78.285€ por ano para um professor de Luxemburgo até 7.731€ por ano na Bulgária. O país que tem a menor remuneração paga apenas 10% do valor do país que paga mais. Impressionante, não?

Mas vale destacar que o custo de vida também é bem diferente entre os países. Não são apenas sistemas escolares diferentes e economias diferentes. Os salários também estão relacionados principalmente ao padrão de vida do país.

Assim como em nosso país, a maioria dos países tem variação entre os salários dos docentes no início da carreira para aqueles que já estão há mais tempo na sala de aula.

Salário na América do Norte, América Central e América do Sul

Assim como no continente europeu, o continente americano também tem bastante variação salarial. Nos Estados Unidos, um professor recebe uma média anual de US$ 60.000, o equivalente a aproximadamente US$ 5.000 por mês. Bem diferente da realidade brasileira, se levarmos em consideração e o real vale menos de 1/5 do dólar.

Mas embora essa remuneração pareça bem elevada, temos de levar em conta que o custo de vida nos EUA também é bem alto. Isso acaba por fazer com que muitos professores busquem outras atividades para complementação da renda.

Na América Central, temos por exemplo a Costa Rica que paga em média 25 mil dólares por ano, e no outro extremo temos Cuba, que remunera inacreditáveis 45 dólares por mês aos seus professores.

Na América do Sul os nossos vizinhos também não pagam grandes valores aos seus docentes. Na Argentina, o valor não passa de 430 dólares por mês, no Paraguai o valor fica próximo aos 415 dólares.

Remuneração na África

Aqui os valores também podem ser bem diferentes entre um e outro país. Na Etiópia, país com menor salário, um professor universitário ganha em média 174 dólares por mês. Já na África do Sul, o professor ganha cerca de US$ 2.267,00.

Os salários na Ásia

Com exceção do Japão, os outros países asiáticos possuem salários bem baixos. Enquanto um professor na Índia recebe um valor de US$ 160,00 por mês, um professor no Japão recebe mais de 4mil dólares por mês.

Os sistemas educacionais também são muito diferentes, especialmente no Japão. A educação ocupa muito espaço na sociedade e os alunos estão sob muita pressão. A profissão de professor é, portanto, também completamente diferente.

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Camila Reis

Administradora, Mestre em Economia e Gestão da Inovação, mineira, mãe. Apaixonada por viagens e pela vida, me arrisco na cozinha, amo ler, conhecer pessoas e passear em dias frios com sol.