Apesar de a China ser frequentemente vista como "irreligiosa", sua rica mitologia chinesa oferece um vasto panteão de figuras divinas e heróis lendários que inspiram celebrações, rituais e um forte senso de identidade cultural. A cultura chinesa não se limita a tradições como o Budismo, o Taoísmo ou o Confucionismo; ela está profundamente conectada a mitos e histórias de criação da humanidade, que revelam as raízes de seu passado milenar.

Entre os mitos centrais, destaca-se a história do Deus no Céu e de Nuwa, a deusa criadora da humanidade, que moldou os seres humanos para afastar sua solidão. Também é reverenciado o Imperador Amarelo, figura considerada o primeiro governante do povo chinês e símbolo de união. Esses contos formam a base da identidade cultural e espiritual, unindo as crenças e os valores das várias etnias da China.

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Embora a China só tenha se unificado oficialmente em 1949, sob a liderança de Mao Zedong, a mitologia e as tradições chinesas já interligavam as mais de 58 etnias reconhecidas do país muito antes disso. Cada grupo étnico, enquanto respeita suas próprias raízes, compartilha muitos dos mesmos mitos, como o do Imperador Amarelo, que é considerado o "imperador de todo o povo chinês" e se tornou símbolo de resistência durante a luta contra a Dinastia Qing.

Explorar a mitologia chinesa é desvendar as narrativas que moldaram uma civilização de 5.000 anos. Historiadores, arqueólogos e estudiosos dedicam suas vidas a estudar os textos antigos e relíquias para compreender melhor o legado chinês. Mais que simples lendas, essas histórias oferecem uma visão sobre as origens de um povo que valoriza a resiliência e a comunhão, elementos fundamentais na cultura chinesa e na identidade nacional.

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O que é a mitologia chinesa?

A mitologia chinesa é, em muitos aspectos, semelhante à de outras culturas: são contos antigos de feitos heróicos e lendários que explicam como o mundo e tudo o que existe nele foram criados. Contudo, uma diferença essencial é que, em grande parte, ela evita o misticismo. Não encontramos milagres ou alquimia; em vez disso, a mitologia chinesa adota um conceito de vida após a morte que é abençoado, mas sem grandes intervenções sobrenaturais.

No centro do sistema de crenças chinês, estão os contos populares e narrativas passadas de geração em geração. Esses contos incluem alguns dragões, sendo Fuxi um dos exemplos mais emblemáticos, já que essa divindade tem o poder de se transformar em um dragão. No entanto, os dragões e outras bestas míticas, como o fênix, não ocupam um papel central na mitologia, ainda que possuam propriedades místicas. Diferente de outras culturas, onde são comuns os relatos de heróis matando dragões, esses feitos são raros — ou mesmo inexistentes — na cultura chinesa.

Um dos mitos mais famosos, o do Ano Novo Chinês, teve origem em um homem comum — não uma divindade — que visitou uma aldeia aterrorizada e espantou o dragão que aparecia todos os anos. Por isso, acender fogos de artifício, decorar a casa com as cores vermelho e dourado, e até bater em um gongo se tornaram práticas essenciais para o Ano Novo Chinês.

Outra particularidade da mitologia chinesa é a ausência de dualidade entre o bem e o mal. As deidades não são julgadas por essa dicotomia; ao contrário, a mitologia chinesa aplica de forma fiel o conceito de "é o que é". Isso pode levar à dúvida sobre como Taoísmo, Budismo e Confucionismo se relacionam com a mitologia chinesa, e a resposta curta é que eles não se encaixam.

Essas práticas são muito mais filosofias de vida do que religiões. Certamente, é possível visitar e orar em templos budistas, taoistas ou mesmo em templos dedicados a Confúcio. Você pode fazer uma oferta e bater o gongo ou acender incenso aos pés de sua estátua favorita… mas isso não significa invocar um deus. Essas figuras oferecem interpretações da experiência humana como um todo, destacando a unidade com o ambiente e a importância de viver o presente. Por essa razão, o Taoísmo e as outras duas filosofias não são consideradas parte da mitologia. Entretanto, várias divindades foram associadas às suas histórias, tornando-se, em muitos casos, parte da tradição mítica da cultura chinesa.

Quantos deuses existem na mitologia chinesa?

Diferente da mitologia grega, romana ou egípcia, o panteão de deuses chineses é relativamente pequeno. Isso porque a maioria dos deuses chineses são mais heróis populares do que deidades.

Além disso, as histórias chinesas contêm um número menor de feitos fantásticos e poderes divinos em comparação com outras mitologias. Finalmente, enquanto outras mitologias de criação possuem hierarquias claras, a mitologia chinesa praticamente não possui.

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Curiosidade:

Zeus, o Rei dos Deuses gregos, gerou vários deuses e divindades. Em contraste, Shang Di, o Deus Chinês do Céu, não gerou ninguém.

Em comparação com as linhagens complicadas de outras mitologias famosas, a mitologia chinesa é direta. Não há meios-irmãos que também são bisnetos (como Hércules) ou mães que também são esposas (como Hathor). Embora Nuwa tenha se casado com seu irmão para repovoar a Terra, em ambos os casos, seus papéis são delineados claramente e, ao contrário de outras mitologias, eles tinham um propósito específico para seus papéis duplos. Parece que, em outras mitologias, essas dualidades surgem de um desejo carnal puro.

Voltando à questão: quantos deuses existem na mitologia chinesa?

Primeiro, precisamos mencionar os deuses fundadores, aqueles no centro do mito da criação chinesa. Eles são:

  • Shang Di: o imperador supremo, frequentemente referido como o deus no céu (ele não é representado como um ser físico na literatura)
  • Tian: uma entidade sem forma representando o céu (em mandarim, "Tian" significa "céu")
  • Pangu: o primeiro ser senciente na mitologia chinesa
  • Nuwa: a mãe de toda a humanidade, considerada uma deusa suprema
  • Huang Di: o imperador amarelo, considerado o primeiro governante e a prova de que todos os imperadores governam por direito divino

Novamente, enfatizando que a mitologia chinesa não é hierárquica, como são as mitologias e religiões ocidentais, esses deuses e uma deusa são complementados pelos chamados Três Soberanos e Cinco Imperadores. Eles não são considerados deuses; em vez disso, são governantes míticos conhecidos por sua sabedoria, benevolência e piedade.

Como mencionado antes, existem poucos deuses na mitologia chinesa.

A Mitologia Chinesa: uma tapestria de deuses, Tao Tei e crenças milenares

A mitologia chinesa é marcada por uma rica tapeçaria de crenças e figuras espirituais que permeiam a vida cotidiana, desmentindo a ideia de que a China é uma sociedade irreligiosa. Apesar da ausência de adoração formal nos moldes ocidentais, os chineses veneram seus ancestrais, imperadores e criaturas mitológicas, como dragões e os doze animais do zodíaco, que desempenham papéis essenciais em suas crenças espirituais. Templos sagrados, como o Templo do Céu em Pequim, são exemplos dessa profunda conexão com o mundo espiritual.

Entre os mitos mais fascinantes está o Tao Tei (饕餮), uma figura mitológica que simboliza a complexidade da espiritualidade na China. Este monstro foi reinventado no filme "A Grande Muralha" (2016), misturando ficção científica com elementos da antiga mitologia chinesa, refletindo a constante reinvenção e adaptação das lendas milenares. A representação dessas figuras na cultura pop moderna demonstra como os mitos antigos continuam a ressoar no imaginário contemporâneo.

Além dos Tao Tei, outros deuses, como Shangdi, Fuxi, Shennong e Huang Di, moldaram a criação e a sociedade chinesa. O culto aos antepassados, heróis folclóricos e a veneração de divindades populares fazem parte de uma estrutura espiritual dinâmica, onde cada mito e figura divina se entrelaçam, refletindo a diversidade e a riqueza da mitologia chinesa.

Por que a mitologia chinesa é importante?

Por milhares de anos, a China se autodenominou o Império Celestial, acreditando-se que o imperador era ordenado pelos deuses e visto como um "filho do céu", descendente direto do lendário Imperador Amarelo. No entanto, é essencial notar que, embora esses imperadores fossem reverenciados como figuras divinas, eles não eram considerados deuses, mas sim modelos de conduta. Isso ilustra o papel único da mitologia chinesa na formação da cultura e espiritualidade do país.

Para compreender a relevância da mitologia chinesa, é preciso entender como ela se entrelaça com o sentimento de orgulho e identidade nacional e como é vital para a vida diária dos chineses. O culto aos ancestrais, por exemplo, é um pilar da cultura chinesa. As famílias veneram não apenas seus próprios antepassados, mas também os de toda a nação — cada imperador, cada guerreiro e mãe que já existiram, reforçando o senso de unidade e respeito pelos antepassados.

Enquanto grande parte do mundo celebra feriados religiosos, como o Natal, a Páscoa e o Ramadã, as festividades na China seguem um calendário híbrido solar-lunar, que reforça sua identidade única. Embora festividades ocidentais como o Natal estejam ganhando popularidade na China, no contexto chinês, o Natal se tornou uma ocasião de compras, e não uma celebração religiosa. Já o Ano Novo Lunar, maior festival chinês, ocorre no primeiro dia do primeiro mês lunar e é seguido pelo Qixi (Dia dos Namorados Chinês) e pelo famoso Festival do Barco-Dragão.

Dragão da china em papel segurado por mãos idosas

Mesmo com uma lógica própria para datas e festividades, é comum questionar por que existem deuses na mitologia chinesa. Isso porque os deuses chineses não são entidades sobrenaturais, mas sim heróis populares com realizações extraordinárias. Diferente de outros mitos de criação, o mito chinês é construído a partir da própria experiência humana — solidão, bravura e resistência a desastres naturais, como tempestades e enchentes.

A mitologia chinesa é formada por deuses que são acessíveis e justos. Essas figuras não impõem mandamentos nem ameaçam com danação eterna; em vez disso, incentivam o trabalho árduo e a piedade. De fato, figuras como Nuwa e Xi Wang Mu (Rainha Mãe do Ocidente) ocupam um papel central, desafiando o arquétipo de deusas menores presentes em outras culturas. Assim, o panteão de deuses chineses molda o ideal nacional e fomenta o orgulho cultural, refletindo valores profundos e celebrações alegres que marcam o povo chinês em sua conexão diária com seus mitos e deuses.

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Louizy Costa

Louizy

Graduada em publicidade e especializada em Marketing. Adora ler e escrever sobre tudo e mais um pouco.