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O relatório “Cenário da exclusão escolar no Brasil”, divulgado em 2017 pelo Fundo das Nações Unidas pela Infância e Adolescência (Unicef), revela que existem hoje no país 2,8 milhões de crianças e adolescentes fora da escola.
O cenário educacional no Brasil está longe de ser esperançoso. Segundo reportagem da revista ISTOÉ, publicada em 25/04/18:
- 52% dos brasileiros entre 19 e 25 anos deixaram de estudar, não se dedicam à escola como deveriam ou estão atrasados na formação
- 43% da população com mais de 25 anos têm o Ensino Médio completo. O índice está abaixo da Média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico que é de 65%
- 1 em cada 4 brasileiros entre 15 e 17 anos abandona os estudos anualmente
- R$ 3 bilhões é o que o abando escolar custa para o Brasil anualmente
Dados que nos fazem pensar muito sobre as dificuldades de aprendizagem, e quais as melhores estratégias para evitar a evasão ou o abandono escolar. E como auxiliar estudantes que se encontram nesse caso? Descubra agora algumas dicas sobre como agir e como conduzir suas aulas para contribuir nesse processo.
O que é o abandono escolar?

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Evasão escolar é o ato de deixar de frequentar as aulas, ou seja, abandonar o ensino em decorrência de qualquer motivo.
Esse problema social que, infelizmente, é comum no Brasil, afeta principalmente os alunos do Ensino Médio.
De acordo com um estudo do Fundo das Nações Unidas pela Infância e Adolescência (Unicef), existem hoje no país 2,8 milhões de crianças e adolescentes fora da escola. Isso nos faz questionar muitos aspectos da educação brasileira: a qualidade do ensino, o papel do professor e os conteúdos da Educação Básica brasileira. Afinal, a educação é a base comum da inclusão social e do êxito de um indivíduo em sociedade.
Várias podem ser as razões da evasão escolar: pobreza, violência, gravidez, acesso limitado, qualidade da educação, clima escolar, mercado de trabalho, atividades ilegais... Um estudante que abandonou a escola é, na maioria das vezes, um estudante cujo desempenho acadêmico, formação acadêmica ou perspectiva de ter e construir uma vida ativa não é intelectualmente interessante. Tudo isso leva ao abandono escolar, mas também e especialmente a um declínio na autoestima, uma grande dificuldade em medir as suas habilidades e uma visão pessimista e fatalista de sua vida.
O professor deve ser um aliado nesse processo, contribuindo para que o aluno não seja levado ao abandono escolar, melhorando sua autoestima, refinando suas habilidades e apostando nas futuras perspectivas. Porque sim, um aluno que abandonou a escola não pode ser esquecido; é preciso resgatá-lo e reinseri-lo no ambiente escolar por meio de uma estratégia que combine vários fatores.
Nós todos sabemos: a perseverança na educação é a chave para concluir seus estudos, encontrar um emprego adequado às suas expectativas e conseguir ter sucesso em sua vida pessoal e profissional. Um aluno paralisado não estará nessa perspectiva e será bastante derrotista, correndo o risco de recusar qualquer apoio personalizado e qualquer segunda chance.
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O papel do professor em caso de evasão escolar

Um professor não é apenas uma figura didática, dando aulas aos alunos, que depois volta para sua casa e prepara as próximas. Não, professor é isso e muito mais. Na verdade, há claramente um aspecto de psicologia na profissão docente, e contribuir para evitar a evasão escolar também faz parte disso. É possível que você assista, ao longo de sua carreira, ao episódio de um aluno que desista de seus estudos e isso não é uma fatalidade.
É necessário ver esse aluno como um desafio adicional à sua atividade como professor e lembrar dos princípios da sua profissão, aquela que você escolheu e que teve a oportunidade de escolher. Diga a si mesmo que qualquer estudante pode, por sua vez, decidir seu futuro porque simplesmente ele pode.
É preciso ter muita didática, saber se colocar no lugar do aluno, exercer a escuta, passar confiança, e fazê-lo consciente de que a escola, escolaridade e educação são importantes, até mesmo essenciais se ele quiser crescer profissionalmente e pessoalmente em sociedade.
A luta contra o abandono escolar é uma questão social real, que todos devem ter em consideração, afinal a escolaridade tem um papel fundamental na inclusão social. Há um dano psicológico real quando você sofre de abandono escolar, e fatalmente a exclusão será um destino certo.
Também é necessário que o professor saiba valorizar os talentos do aluno, os pontos positivos e as boas notas. Em suma, o sucesso é um ponto muito importante, que deve ser enfatizado, de modo a motivar o aluno, e fazê-lo perceber que ele é capaz de fazer, ou até mesmo empreender grandes coisas. Educação artística, física ou literária, todos os conteúdos podem ser adequados para o aluno se sentir mais realizado.
Abandono escolar: veja o aluno como um indivíduo

Um aluno que sofre de abandono escolar não é um aluno como os outros. Ele não é necessariamente aquele que vai puxar o grupo e a classe para baixo, mas ele mesmo afunda em uma reflexão melancólica e fatalista, a qual o professor deve tentar lutar contra.
Para conscientizar um indivíduo de que ele é talentoso, que ele é inteligente, que é culto ou que está aprendendo rapidamente, existem algumas estratégias simples, e isso pode fazer a diferença. A educação obrigatória pode ser às vezes um obstáculo para os alunos, mas deve ser demonstrada como uma chance, uma oportunidade única, afinal, além do fato de que isso é puramente verdade, isso pode motivar o aluno a retomar seus esforços para progredir e alcançar novos objetivos.
Ser professor é uma profissão, mas é também uma verdadeira vocação, que tende a ser relacionada à psicologia, mas também e especialmente à pedagogia. No caso de abandono escolar, é provavelmente a qualidade mais importante que deve ser demonstrada, para que você possa trazer confiança ao aluno, saber como ouvi-lo e aconselhá-lo o máximo possível para sua orientação e seu potencial sucesso no ambiente escolar.
Porque uma trajetória escolar, seja ela qual for, é um pequeno caminho cheio de armadilhas. E os professores estão lá para facilitar essa passagem, e lutar contra desistentes, contra aqueles que desejam parar ao longo do caminho, sem ter atingido o seu objetivo final. Esta metáfora, se está falando, é especialmente representativa do abandono escolar no Brasil nos últimos anos.
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Evasão escolar: o papel da escola

Como vimos acima, os números de evasão e abando escolar são alarmantes. As causas dos problemas podem ser inúmeras e depender de múltiplas variáveis. E embora existam iniciativas, tanto governamentais quanto civis, no intuito de reduzir esses indicadores, ainda está longe de se ter uma solução.
Em seu boletim “Aprendizagem em Foco”, (nº 28 – junho 2017), o Instituto Unibanco faz algumas análises sobre o estudo do Unicef.
Segundo o órgão, para formular ações que efetivamente contribuam para diminuição da evasão escolar é fundamental que a gestão busque compreender as causas que estão levando os alunos a largarem os estudos.
“Cada escola tem suas particularidades, com suas fragilidades e potências, e é importante que o diretor, junto com a equipe pedagógica, busque entender o que está causando a evasão para intervir de forma eficaz”, diz.
E um dos papeis do professor é estar presente, manter acompanhamento constante da turma ao longo do ano, identificando sempre os possíveis sinais de desinteresse, faltas, ou baixos rendimentos dos alunos.
Lembre-se sempre de apresentar a educação como uma oportunidade única para o aluno, relacionando os conteúdos às situações de vida concretas do meio social da comunidade. Conhecer as famílias, entender o entorno da escola e como funciona a dinâmica escolar interna também é papel do professor. Só assim ele pode manter um diálogo real com seus alunos. Ou seja, falar a mesma língua.
O abandono escolar é muitas vezes o reflexo da falta de perspectiva do aluno. Claro, o docente não é a figura de primeira responsabilidade da situação, mas tem papel fundamental no processo.
Para um professor, o abando é um verdadeiro fracasso; isso envolve a base do significado de sua profissão. Por isso, saiba que sua capacidade de transmitir uma mensagem é uma estratégia decisiva e seu senso de diálogo e profissionalismo vai ser severamente testado.
No entanto, não julgue, não sinta-se julgado, nem culpado. Encare os fatos com consciência e, com base na situação real, procure as possibilidades de solução, sempre buscando apoio com equipe pedagógica, gestão escolar e famílias.
Não desanime! Lembre-se que a profissão do docente é uma das mais nobres, plena de bons valores, e perceba que cada aluno tem suas particularidades, sua vida e suas habilidades únicas. Com um pouco de pedagogia, dedicação, experiência, podemos fazer milagres! Até num país como o Brasil.
Procure por resultados de boas práticas e compartilhe os seus! A educação só funciona em rede colaborativa.
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muito bom esse artigo…boas reflexões!