Sem dúvida, a importância histórica e o processo de construção de identidade de um país acabam culminando em símbolos pátrios, os quais servem para exaltar os feitos dessa nação.
E um desses símbolos é o próprio hino nacional que pode representar a trajetória de lutas e conquistas desse lugar, como também uma reverência poética às belezas da terra, trazendo para um lado mais emocional o cântico que, do mesmo modo, não deixa de ser um gesto de patriotismo.
O Hino Nacional Brasileiro tem esse aspecto lírico-emocional e, segundo estudiosos do assunto, é considerado como um dos mais bonitos, não somente em relação à sua poesia parnasiana contida na letra como também na melodia.
Neste artigo, tentarei fazer um breve panorama sobre a história do nosso hino. Por isso, se você também é daqueles que se interessa por um assunto como esse, acompanhe até o final algumas considerações acerca do surgimento do Hino Nacional, como foi criada a sua letra, um pouco das histórias de seus autores e por que o hino da República não se tornou de fato o hino do Brasil.
Obviamente que o texto será encerrado com o nosso glorioso Hino Nacional. Borá lá saber mais sobre um dos símbolos nacionais do nosso país?
Quando surgiu o hino nacional?

Para que possamos entender como se deu todo esse processo de criação do nosso hino nacional, é importante citar dois personagens cruciais para o surgimento desse símbolo.
O primeiro é Francisco Manuel da Silva (1795 – 1865), compositor da melodia feita em 7 de abril de 1831. Essa composição, no entanto, foi escrita para comemorar a abdicação de D. Pedro I, sendo posteriormente acompanhada de duas letras diferentes durante todo esse período imperial.
As respectivas letras não prevaleceram e uma nova foi escolhida em um concurso. E é aí que entra o segundo personagem dessa história: Joaquim Osório Duque-Estrada (1870 – 1927), poeta, professor e ensaísta que exatamente no ano de 1909 escreveu um poema parnasiano o qual acabou sendo utilizado na melodia do maestro Francisco Manuel.
Como foi criada a letra do hino?
O nosso Hino Nacional, a partir da parte instrumental criada pelo maestro Francisco Manuel da Silva, não contava com a letra que a conhecemos hoje.

Na verdade, houve outra letra (que também datava de 1831) a qual foi criada pelo poeta Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva. Após algumas adaptações, essa letra passou a ser chamada de “hino do império”, uma vez que a ocasião coincidia com a coroação de D. Pedro II em 1843.
Mas, em 1889, logo após a Proclamação da República, se viu a necessidade de um novo hino, até para deixar de lado toda aquela conotação imperial.
Essa busca de uma nova canção, no entanto, não foi bem-sucedida, afinal, o povo continuava a levar em conta a peça musical escrita em 1831. Vendo que não haveria jeito, a solução então do novo governo foi tentar, pelo menos, uma nova letra para aquele arranjo.
Para isso, foi criado um concurso em 1909, onde o ganhador foi o poeta Joaquim Osório Duque-Estrada. Todavia, vale salientar que a sua oficialização não se deu assim, de uma hora para outra.
Na verdade, esse poema acabou sofrendo algumas modificações (pelo próprio Duque-Estrada) até o ano de 1922, quando o respectivo hino foi oficializado de fato pelo governo federal, junto com a canção criada lá em 1831.
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Qual a história dos autores do hino brasileiro?
Como já mencionado aqui, o hino que conhecemos conta com dois personagens primordiais, responsáveis pela criação tanto da melodia quanto do que é cantado.
O primeiro personagem dessa história é o maestro Francisco Manuel e o segundo é o professor Duque-Estrada. Vamos agora conhecer um pouco de cada um:
Francisco Manuel da Silva
Nascido em 21 de fevereiro de 1795, Francisco Manuel da Silva dedicou grande parte de sua vida ao ensino da música. Ao longo de sua carreira, Francisco dominou diversos instrumentos e passou a ser reconhecido por grandes autoridades daquele período, sendo, inclusive, nomeado pelo príncipe Dom Pedro como diretor musical da Capela Real e, posteriormente, promovido pelo regente a compositor da Imperial Câmara.
Mesmo sendo fundador do Conservatório do Rio de Janeiro e um dos idealizadores da Ópera Nacional do Brasil, o maestro permaneceu trabalhando para a família real, o que culminou na criação da música do atual Hino Nacional do nosso país.
Joaquim Osório Duque-Estrada
Nascido na cidade de Vassourinhas, no interior do Rio de Janeiro, em 29 de abril de 1870, Joaquim Osório Duque-Estrada se destaca não apenas pela sua autoria no poema do hino nacional, mas também por ter ocupado uma das cadeiras da Academia Brasileira de Letras em razão de seus ensaios literários, resultando em um professor, crítico e poeta de grande respeito entre jornalistas e escritores da época.

Também, como mencionado anteriormente, Duque-Estrada é o autor da letra do hino do Brasil que, criada em 1909, se configurou como um poema que exaltava a República e não o Império.
Ao ser modificada ao longo dos anos (pelo próprio autor), somente em 6 de setembro 1922 o presidente Epitácio Pessoa, por meio do decreto nº 15.671, estabeleceu que tanto o poema parnasiano quanto a música composta em 1831 seriam oficializadas como o Hino Nacional do Brasil.
Por que o hino da República não é o Hino Nacional?
Antes de abordar exatamente sobre o Hino da República, é importante relembrar o leitor que a elaboração da música do Hino Nacional tinha como intuito a comemoração da Independência do Brasil.
O hino, no entanto, fora chamado inicialmente de “Hino 7 de Abril” em razão da renúncia de Dom Pedro I e, posteriormente, passou a ser chamado de “Marcha Triunfal”.
Mas, após a Proclamação da República, em 1888, chegou a ser proposto um novo concurso para a escolha de um novo hino nacional para se distanciar do aspecto imperial.
O concurso foi realizado, e os vencedores foram José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque (autores) e Leopoldo Miguez (compositor).
No entanto, nem a melodia, nem a letra (com linguagem rebuscada e ufanista) conquistaram os militares e a população da época, pois, de fato, essas pessoas se sentiam mais identificadas pela música do antigo hino nacional.

Assim, diante das resistências, o antigo hino, aquele criado em 1831, permaneceu como Hino Nacional do Brasil, sendo que a música e a poesia da canção ganhadora no concurso foram aproveitadas para o Hino da Proclamação da República.
E tal definição se deu através do Decreto n° 171, assinado pelo Marechal Deodoro da Fonseca em 20 de janeiro de 1890.
Hino Nacional do Brasil
Agora que você conheceu um pouco mais da história do nosso glorioso hino, acompanhe, na íntegra, o Hino Nacional Brasileiro com Letra de Joaquim Osório Duque-Estrada; e Música de Francisco Manuel da Silva:
Parte I
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido,
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Parte II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo, és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
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