O amor é uma tolice, que o tolo quer ter por perto.

Decameron | Giovanni Boccaccio

Sabe qual é uma das melhores formas de aprender a linguagem italiana? Com os dialetos na arte, cultura, cinema, música, literatura… Tudo isso te ajudará a aprender mais sobre a origem da língua italiana!

Os dialetos italianos desempenham impacto direto na cultura, arte e literatura da Itália, refletindo a diversidade e riqueza cultural do país. Vão muito além de formas de comunicação: tornaram-se expressões profundas da identidade local e regional.

Na literatura, exemplos incluem as obras de Giovanni Verga, que utilizou o dialeto siciliano para capturar a essência da vida e das tradições sicilianas, e Carlo Goldoni, que incorporou o veneziano em suas peças teatrais, oferecendo uma janela autêntica para a vida veneziana do século XVIII.

Na arte, os dialetos influenciam a música folclórica e os cantos tradicionais, preservando histórias e tradições orais de gerações passadas. Essas expressões artísticas servem para a compreensão da história cultural italiana e fornecem um rico material para o estudo das variações linguísticas e culturais dentro da Itália.

A necessidade de conservação dos dialetos é imperativa para manter essa diversidade cultural viva. Sem esforços para preservá-los, o mundo corre o risco de perder formas linguísticas únicas, tradições, histórias e expressões culturais intrinsecamente ligadas a esses dialetos.

Justamente por isso, a promoção e valorização dos dialetos italianos nas artes e na literatura asseguram que essas riquezas culturais sejam passadas para as futuras gerações.

E, claro, para quem está aprendendo sobre dialetos italianos, esse artigo pode te dar várias indicações de objetos de estudos. 

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Vamos lá

Literatura dialetal na Itália

A literatura dialetal na Itália atua na celebração da diversidade linguística e cultural do país. Embora Dante Alighieri seja frequentemente associado ao uso do toscano, que mais tarde se tornou a base do italiano padrão, sua obra "A Divina Comédia" transcende os limites dialetais, apresentando uma mistura de dialetos, latim e outros elementos linguísticos para criar uma língua italiana "ilustre, cardinal, aulica e curial".

Pois perder tempo desagrada mais a quem mais conhece o seu valor.

Dante Alighieri

Além de Dante, vários autores contribuíram significativamente para a literatura dialetal italiana. Giovanni Verga, por exemplo, é um expoente do verismo siciliano e usou o dialeto siciliano em muitas de suas obras para retratar a vida e as lutas dos camponeses sicilianos. Suas novelas e contos, como "Cavalleria Rusticana", oferecem um olhar autêntico sobre a sociedade siciliana da época, com um uso evocativo da língua local.

Carlo Goldoni, um dramaturgo veneziano, incorporou o dialeto veneziano em suas peças para capturar a essência da vida e dos costumes de Veneza no século XVIII. Através de obras como "A Locandiera" e "Il Servitore di Due Padroni", trouxe o cotidiano veneziano e suas peculiaridades linguísticas para o palco, revolucionando o teatro italiano.

No século XX, Pier Paolo Pasolini destacou-se por seu uso do dialeto friulano em suas poesias. A obra de Pasolini reflete uma profunda conexão com suas raízes regionais, e seu uso do dialeto serve para enfatizar temas de identidade, terra e tradição.

Pier Paolo Pasolini morreu em...
1975

Assassinado próximo ao hidro-aeródromo de Óstia, um bairro periférico de Roma.

A análise e a preservação da literatura dialetal têm sido objeto de estudo de muitos acadêmicos e instituições. Linguistas e estudiosos da literatura, como Tullio De Mauro e Claudio Marazzini, dedicaram-se ao estudo da evolução linguística na Itália e à importância dos dialetos na literatura. Suas pesquisas ressaltam como os dialetos contribuem para a compreensão da identidade cultural e social italiana.

Iniciativas como o "Atlas Linguístico Italiano" e o trabalho do "Istituto dell'Enciclopedia Italiana" (Treccani) na documentação e estudo dos dialetos italianos são fundamentais para a conservação do patrimônio linguístico e cultural. Essas instituições ajudam a preservar os dialetos como formas linguísticas e como expressões da diversidade cultural da Itália.

Fotografia da bandeira da itália
Uns plash

A literatura dialetal italiana não se limita a esses exemplos. Autores como Aldo Palazzeschi e D'Annunzio experimentaram com dialetos em algumas de suas obras, embora de maneira menos central. Na Sardenha, Sebastiano Satta usou o sardo em sua poesia para expressar o espírito e as tradições da ilha.

A literatura dialetal na Itália oferece uma janela para a alma da nação, revelando as complexidades e a riqueza da identidade italiana. Ao preservar e celebrar os dialetos através da literatura, a Itália mantém viva sua herança linguística, valorizando, assim, a diversidade cultural que define o país.

Giambattista Basile (1566 -1632) e os contos de fadas

Giambattista Basile (1566-1632) foi um poeta, cortesão e escritor italiano do início do século XVII, mais conhecido por sua coletânea de contos de fadas "O Conto dos Contos", ou "Pentamerone". Esta obra, publicada postumamente em Nápoles entre 1634 e 1636, é considerada uma das primeiras coletâneas de contos de fadas da literatura europeia e teve uma influência significativa na tradição dos contos de fadas ocidentais.

O "Pentamerone" é uma compilação de 50 contos, estruturada como uma série de histórias contadas dentro de uma história maior, um formato que mais tarde influenciaria obras como "As Mil e Uma Noites". Basile reuniu essas histórias a partir de tradições orais, lendas locais e literatura folclórica, transformando-as em narrativas ricas em elementos mágicos, humor e moralidade.

Os contos de Basile, escritos em napolitano, um dialeto do sul da Itália, são notáveis pela utilização da linguagem vernacular cheia de expressões idiomáticas, provérbios e jogos de palavras. Essa escolha linguística reflete a cultura e as tradições da região de Nápoles, destaca a importância dos dialetos italianos na preservação da herança cultural e no registro da literatura popular.

Obra "A Gata Borralheira" em áudiobook.

Entre os contos mais famosos do "Pentamerone" estão "A Gata Borralheira" (que inspirou a versão de Charles Perrault e, posteriormente, a adaptação da Disney de Cinderela), "Pele de Asno" e "A Bela Adormecida". Essas histórias, com suas tramas intrincadas, personagens memoráveis e lições morais, apresentam fatores sobre a sociedade, os valores e as crenças da época de Basile.

O dialeto milanês nas obras de Porta

Carlo Porta (1776-1821) foi um poeta e escritor italiano cuja obra se destacou por sua maestria no uso do dialeto milanês. Nascido em Milão, Porta é considerado um dos maiores representantes da literatura dialetal italiana do século XIX. Seu trabalho é notável por capturar a essência da vida, dos costumes e dos caracteres milaneses da sua época, utilizando o dialeto local como um meio expressivo e autêntico de representação cultural.

Porta dedicou-se à escrita de poesias, sátiras e monólogos, nos quais frequentemente explorava temas relacionados à vida cotidiana, às injustiças sociais e aos contrastes entre as diferentes camadas da sociedade milanese. Seu estilo caracteriza-se pelo humor ácido, pela crítica social afiada e pela habilidade em retratar vividamente personagens e situações comuns do dia a dia.

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Quais são as obras mais famosas?

Entre suas obras mais famosas está "El Meneghin dela Moderna Poesia", uma sátira mordaz sobre a poesia de sua época, e "Giuanin Bolognino", que conta a história de um jovem ingênuo do campo que se muda para a cidade e é explorado por seus astutos habitantes. Outra peça notável é "Desgrazzi de Giovannin Bongee", que narra as desventuras de um homem comum, destacando a exploração e a corrupção presentes na sociedade.

Carlo Porta foi um mestre em utilizar o dialeto milanês para expressar nuances culturais e linguísticas específicas da região de Milão, contribuindo para o reconhecimento e valorização dos dialetos na literatura italiana.

Através de suas obras, Porta deixou um legado duradouro, evidenciando a importância dos dialetos como um meio para a expressão literária. Ele demonstrou como a linguagem e a cultura locais podem ser utilizadas para criticar, celebrar e explorar a condição humana.

“Decamerão” (Decameron, no original), escrita por Giovanni Boccaccio

"Decamerão", obra-prima escrita por Giovanni Boccaccio na metade do século XIV, é um marco na literatura italiana e mundial, notável pelo seu conteúdo e também pela linguagem em que foi escrita. Embora frequentemente associado ao uso do dialeto toscano, note que Boccaccio empregou uma forma da língua italiana que estava em processo de desenvolvimento, baseando-se fortemente no vernáculo toscano, mas com o objetivo de alcançar uma audiência mais ampla.

A obra consiste em uma coleção de cem novelas contadas por um grupo de sete mulheres e três homens que se refugiam nas redondezas de Florença para escapar da Peste Negra. O uso do toscano por Boccaccio em "Decamerão" é significativo por várias razões. Primeiro, representa uma escolha consciente de se afastar do latim, a língua dominante da erudição e literatura na época, optando por uma linguagem mais acessível e próxima da experiência cotidiana das pessoas.

As riquezas pintam o homem, e com as suas cores cobrem e escondem não apenas os defeitos do corpo, mas também os da alma.

Giovani Boccaccio

Dessa forma, permitiu que suas histórias, repletas de humor, ironia, crítica social e explorações do desejo humano, alcançassem uma audiência mais ampla, incluindo aqueles que não eram letrados em latim.

Ao utilizar o vernáculo toscano, Boccaccio contribuiu significativamente para o estabelecimento do italiano como uma língua literária. "Decamerão" exemplifica o uso criativo do dialeto toscano, influenciando, inclusive, a escolha linguística de futuros escritores italianos, incluindo Petrarca e Dante. Este último, em particular, com sua "Divina Comédia", consolidaria ainda mais o toscano como a base do que viria a ser conhecido como italiano padrão.

Além disso, "Decamerão" reflete a diversidade linguística e cultural da Itália medieval através de seus personagens e histórias, que vêm de diferentes camadas da sociedade e regiões. As narrativas, que exploram temas universais de amor, traição, inteligência e fortuna, são imbuidas de um realismo e humanismo que antecipam o Renascimento.

Dialetos italianos nas músicas

A música italiana reflete a rica diversidade linguística do país, com muitos artistas e bandas escolhendo expressar suas obras em dialetos locais. Deste modo, preserva a tradição musical, destacando, inclusive, a identidade cultural única de cada região.

Um exemplo notável é Fabrizio De André, que incorporou o dialeto genovês em algumas de suas canções, como em "Creuza de mä", um álbum que mistura influências mediterrâneas com letras em genovês, celebrando a cultura e a história da Ligúria.

Conheça mais sobre dialetos italianos com Fabrizio De André!

Outro artista influente é Pino Daniele, cujas canções em napolitano, como "Napule è", capturam a essência, as emoções e os dilemas da vida em Nápoles, promovendo o dialeto como um veículo de expressão artística autêntica.

Dialeto na arte italiana

Na arte italiana, o uso de dialetos é encontrado na literatura, podendo ser visto em formas visuais de arte, onde a linguagem e o texto se integram ao visual para comunicar mensagens culturais. Aldo Palazzeschi, um escritor e poeta, usou o florentino em sua obra para explorar as nuances da vida urbana e as peculiaridades sociais de Florença.

Obra de Renato Guttuso
Fonte: Uns Plash

Embora mais sutil na arte visual, artistas como Renato Guttuso incorporaram elementos culturais e linguísticos em suas pinturas, refletindo a vida e as tradições da Sicília. A arte de rua em cidades italianas diversas também serve como uma moderna tela para o dialeto, onde grafites e murais expressam ideias, protestos e orgulho regional em linguagens locais.

Dialeto no cinema italiano

O cinema italiano oferece um palco dinâmico para a exploração e preservação dos dialetos, proporcionando aos espectadores uma imersão autêntica nas várias culturas e linguagens da Itália. Filmes de diretores como Federico Fellini e Pier Paolo Pasolini frequentemente incorporam dialetos para enriquecer a narrativa e desenvolver personagens complexos.

Cinema Paradiso Official Trailer | Giuseppe Tornatore - Filmes são ótimas formas de entender melhor sobre qual a lingua falada na Italia.

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Por exemplo, Pasolini usou o dialeto romano em "Accattone" para autenticar a representação da vida nas periferias de Roma. Outro exemplo significativo é "Cinema Paradiso", de Giuseppe Tornatore, que usa o siciliano para contar a história emocionante de amor e perda em uma pequena cidade da Sicília.

Chegamos ao fim! E com várias indicações de estudos para quem está aprendendo sobre dialetos italianos.

Você conhece mais alguma obra que não citamos? Comente comigo aqui embaixo!

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Daiane Souza

Daiane Souza

Jornalista (0007147/SC) e redatora SEO com vasta experiência em diferentes empresas: Receitinhas, Yooper, Marfin, Petrosolgas, Diário Prime, Superprof, Tec Mobile, Hora de Codar e muito mais!