O semba e o samba são gêneros musicais e danças com raízes africanas, mas com características diferentes. O semba surgiu em Angola e é considerado um dos principais precursores do samba brasileiro.
Seu nome vem do termo angolano "massemba", que significa "umbigada" – um movimento tradicional da dança, onde os dançarinos encostam os umbigos em um gesto simbólico de conexão.
O samba se desenvolveu no Brasil, principalmente na Bahia e no Rio de Janeiro, através da fusão de ritmos africanos trazidos pelos escravizados com influências europeias, resultando em um estilo mais acelerado e percussivo. Enquanto o semba mantém um ritmo cadenciado e é dançado de forma mais próxima, o samba brasileiro evoluiu para diversas variações, como o samba de roda e o samba-enredo.
Uma curiosidade interessante é que o semba ainda é muito popular em Angola, em festas e celebrações. Além disso, ele influenciou outros estilos musicais africanos, como o kizomba.
No Brasil, a palavra "samba" só começou a ser amplamente usada no século XX, tornando-se um símbolo cultural nacional. Ambos os ritmos refletem a rica herança africana e continuam a evoluir ao longo do tempo.
E, claro, se quiser saber mais sobre o que é Semba, continue a leitura aqui comigo!
O que é a dança africana semba?
A semba é uma dança tradicional de Angola que tem origem nas expressões culturais dos povos bantos. O nome "semba" vem da língua umbundu e significa "umbigada", um movimento característico da dança, onde os dançarinos tocam os umbigos como parte da coreografia. Essa interação simboliza união, celebração e conexão entre os participantes.
Historicamente, a semba surgiu como uma dança festiva realizada em celebrações comunitárias, casamentos e eventos sociais. Era uma maneira de contar histórias, expressar emoções e fortalecer os laços sociais dentro das comunidades africanas.
A música que acompanha a dança é animada, caracterizada por ritmos sincopados e uso de instrumentos como o dikanza (um tipo de reco-reco angolano) e o ngoma (tambor).
Com o tempo, a semba evoluiu e influenciou diversos outros estilos musicais e danças africanas. Além disso, a dança teve grande impacto na formação do kizomba, gênero que se tornou conhecido em toda a África e em muitos países europeus.
Hoje, a semba continua sendo uma das expressões culturais mais importantes de Angola e é praticada tanto de forma tradicional quanto em sua versão moderna, mais estilizada e coreografada.
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Qual a diferença entre semba e samba?
A semba e o samba compartilham uma forte conexão histórica, pois o samba brasileiro tem raízes diretas na semba angolana. No entanto, existem diferenças entre esses dois estilos de dança e música.
Origem e história
A semba nasceu em Angola, como uma dança de celebração comunitária. Enquanto isso, o samba surgiu no Brasil, principalmente no estado da Bahia, como resultado da fusão de ritmos africanos trazidos pelos escravizados com influências musicais europeias e indígenas.
Com a migração de baianos para o Rio de Janeiro no século XIX, o samba se desenvolveu ainda mais e se tornou um dos símbolos culturais do Brasil.
Significado e nome
A palavra semba significa "umbigada" em umbundu, pois a dança tradicional envolve esse movimento como parte de sua coreografia. No Brasil, o termo foi modificado para samba, que passou a ser usado para designar diferentes variações do ritmo ao longo do tempo.
Estilo musical e ritmo
A semba tem um ritmo mais marcado e sincopado, com influências de percussão africana. Sua estrutura musical é voltada para a dança e conta com batidas animadas e rápidas.
O samba, por outro lado, evoluiu em diferentes estilos, como o samba de roda, o samba-enredo e o samba de partido-alto, cada um com suas particularidades. O ritmo do samba é mais acelerado e adaptado às características culturais do Brasil.
Forma de dançar
Na semba, os dançarinos costumam dançar em pares, com passos enérgicos e movimentos que enfatizam o contato físico e a interação. No samba, os movimentos podem ser individuais, como no samba no pé, ou em grupos, como no samba de gafieira e no samba de roda.
Apesar das diferenças, a conexão entre os dois ritmos é inegável. A influência da semba na formação do samba brasileiro reforça a importância das tradições africanas na cultura do Brasil, tornando essa herança um dos maiores patrimônios culturais da música e da dança mundial.
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Como dançar semba?
A semba é uma dança angolana cheia de energia, alegria e movimentos. Para dançá-la, é preciso entender o ritmo característico da música, que tem uma batida sincopada e envolvente. A dança é praticada em pares, onde os parceiros mantêm uma conexão forte e realizam movimentos ágeis, com giros, passos curtos e mudanças de direção rápidas.
O movimento mais característico da semba é a umbigada, que simboliza a união entre os dançarinos. Durante a dança, os parceiros interagem através de expressões corporais.
O líder, geralmente o homem, conduz a dança e cria variações nos passos, enquanto a seguidora interpreta os movimentos de forma fluida e graciosa.
A dança da semba pode ser tanto improvisada quanto coreografada, dependendo da ocasião. Em festas tradicionais angolanas, a dança acontece de maneira espontânea, refletindo a alegria e a cultura do povo angolano.
Em competições ou apresentações profissionais, os dançarinos incluem elementos mais complexos, como acrobacias e figuras estilizadas. A semba também influenciou outros ritmos africanos, como a kizomba, que herdou alguns de seus passos e características.
O que significa Yaya Massemba?
"Yaya Massemba" é uma expressão de origem banto, que remete à cultura angolana e está diretamente relacionada ao termo semba, que significa "umbigada" em umbundu.

A palavra "Yaya" é uma forma carinhosa e respeitosa de chamar uma mulher mais velha ou uma figura maternal em diversas línguas africanas. Assim, a expressão "Yaya Massemba" pode ser interpretada como um chamado ou uma reverência a uma mulher sábia e respeitada, ligada às tradições culturais da dança e da música angolana.
A expressão tem um forte significado dentro das manifestações culturais de Angola e também pode ser encontrada em letras de músicas e em contextos festivos. É um termo que remete à ancestralidade e à importância da transmissão de conhecimentos entre gerações dentro da cultura banto.
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Que noite mais longa em Kalunga?
A frase "Que noite mais longa em Kalunga?" tem diferentes interpretações, dependendo do contexto em que é utilizada. Kalunga é uma palavra de origem banto que pode se referir a várias coisas dentro das tradições africanas e afrodescendentes.
Confira a música Yáyá Massemba (Maria Bethânia - Brasileirinho), que aborda sobre a noite mais longa em Kalunga!
Em algumas culturas, Kalunga significa "mar", sendo associada à travessia dos africanos escravizados para as Américas. Esse termo também pode representar um mundo espiritual ou um espaço de transição entre a vida e a morte.
Dentro desse contexto, a expressão "Que noite mais longa em Kalunga?" está relacionada a momentos difíceis ou de reflexão profunda.
Dicionário de terreiros e batucadas de bamba
O samba e as tradições afro-brasileiras estão profundamente interligados, carregando uma rica herança cultural que remonta aos povos africanos trazidos ao Brasil. Para entender a fundo essa conexão, estudiosos como Nei Lopes e Luiz Antonio Simas criaram o "Dicionário da História Social do Samba", uma obra que reúne quase 400 verbetes sobre a história, os personagens e os termos utilizados no universo do samba e das religiões afro-brasileiras.
No contexto do samba, muitos termos populares tiveram origem nos terreiros de candomblé e umbanda. Um exemplo clássico é a palavra "barracão", que originalmente designava os espaços rituais onde ocorriam cerimônias religiosas, mas que, no samba, passou a ser o nome dado aos galpões das escolas de samba, onde são produzidas fantasias e carros alegóricos.

Outro termo é "terreiro", usado para se referir tanto ao espaço sagrado das religiões afro-brasileiras quanto às quadras das escolas de samba, onde ocorrem ensaios e encontros culturais.
O livro de Nei Lopes e Simas também contextualiza a importância de bairros históricos do samba, como Estácio, Oswaldo Cruz e Madureira, destacando como esses locais foram fundamentais para a formação do samba urbano no Rio de Janeiro.
Além disso, o dicionário resgata expressões do cotidiano do samba, como "bamba" (mestre, entendido no assunto) e "partideiro" (cantor de samba de improviso).
Relação com a umbanda
A relação entre o samba e a umbanda é histórica e inseparável. A umbanda é uma religião brasileira que mescla influências do candomblé, do catolicismo e do espiritismo, sendo marcada pelo culto aos orixás, aos caboclos e aos pretos-velhos.
Muitos dos primeiros sambistas do Rio de Janeiro eram praticantes da umbanda ou do candomblé, fazendo com que elementos dessas religiões fossem incorporados à cultura do samba.
Muitos termos utilizados no samba vêm diretamente dos terreiros, como "axé" (energia positiva) e "macumba", palavra que, apesar de ter se tornado pejorativa com o tempo, originalmente se referia a um tipo de instrumento musical africano.
Além disso, diversos sambas fazem referência a entidades da umbanda, como "Ogum", "Iansã" e "Oxóssi", retratados em letras que falam de fé e resistência.
As "Tias Baianas", mulheres que ajudaram a difundir o samba no Rio de Janeiro, eram frequentemente mães de santo ou iniciadas nas religiões de matriz africana. Elas realizavam rodas de samba em suas casas, que funcionavam também como espaços de culto e preservação das tradições africanas.
E então, mais alguma dúvida sobre como funciona o semba?









