Químicos famosos como Louis Pasteur e Joseph Priestley são bastante referenciados por seu trabalho. No entanto, como você já deve ter ouvido falar em uma aula de quimica analitica, Rosalind Franklin não teve acesso a todo esse glamour, apesar de suas contribuições. Formada na Universidade de Cambridge, podemos dizer hoje que foi uma das químicas mais desvalorizadas de sua época.
Seu estudos se concentraram no raio-X e cristalografia, técnicas que ela aplicou mais tarde nas fibras de DNA. Além disso, sua famosa "Fotografia 51" forneceu informações importantes e detalhadas sobre a estrutura do DNA, um recurso monumental para toda a fraternidade na defesa do seu modelo. No entanto, os holofotes lhe foram roubados.
Mas por que, apesar de uma contribuição tão importante para a descoberta da estrutura da dupla hélice, ela nunca foi apreciada ou aclamada pelos críticos?
Continue lendo e descubra mais sobre a vida dessa importante figura que certamente vai aparecer entre os assuntos do 1 ano do ensino médio.
Aula de química: Primeiros anos de Rosalind Franklin
Nascida em Londres, na Inglaterra, Rosalind Franklin pertencia a uma rica família anglo-judia e apresentou inteligência notável desde muito jovem. Aos 15 anos, inspirada por Marie Curie, decidiu que desejava se tornar uma cientista famosa como ela, que era reconhecida por sua descoberta do polônio e do rádio.
Foi então que, em 1938, matriculou-se no Newnham College, que fazia parte da Universidade de Cambridge, onde estudou química e obteve as honras de segunda classe em suas provas finais, em 1941. Depois disso, começou a trabalhar como oficial de pesquisa para a British Coal Utilization Research Association, uma associação sem fins lucrativos.
Foi ali que estudou mais a fundo sobre a porosidade do carvão. Curiosamente, esse tema se tornou a base para o seu doutorado, resultando em uma tese intitulada "A físico-químca de colóides orgânicos sólidos com referência especial ao carvão", de 1945.

Um ano depois, Rosalind Franklin ingressou no Laboratório Central do Estado para Serviços Químicos, localizado em Paris. Foi então que teve a oportunidade de colaborar com Jacques Mering, especialista em mineralogia e cristalografia.
Foi ele que ensinou a ela sobre a difração de raio-X. Tal feito desempenhou um papel importante em sua pesquisa geral, que resultou na descoberta da estrutura do DNA. Além disso, Rosalind Franklin também foi pioneira no uso de raios-X para formar imagens de sólidos cristalinos. Esse processo ajuda a avaliar questões complexas e desorganizadas, e não apenas os cristais únicos em si.
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Rosalind Franklin e suas descobertas
Enquanto ampliava suas áreas da química e fazia sua pesquisa de pós-graduação, ao mesmo tempo que colaborava com Jacques Mering, tornou-se especialista em cristalografia (difração de raios-X). Essa palavra complicada é, na verdade, jargão para um método que identifica o arranjo de átomos em cristais e outros sólidos.
Usando suas habilidades, desenvolveu maneiras de revelar a estrutura do carbono. Essa conquista preparou terreno para novos usos comerciais de carbono e facilitou a identificação de vários materiais resistentes ao calor.
Aos 30 anos de idade, Rosalind finalmente se tornou uma química famosa: era considerada especialista em materiais à base de carbono. Não apenas isso, mas também publicou diversos artigos periódicos, revisados por pares.
Em 1950, Rosalind Franklin recebeu um Turner-Newall Fellowship de três anos para estudar as mudanças na solução de proteínas no famoso King's College London. Ela deu as boas-vindas a essa mudança de química física para química biológica. No entanto, sua atribuição mudou abruptamente antes de começar a pesquisa.
Ao adquirir um gel nucleico especialmente preparado, a faculdade a estimulou a desenvolver essa descoberta e aplicar suas habilidades de especialista em cristalografia para investigar. Sua maneira única de usar a tecnologia se mostrou essencial para discernir a estrutura helicoidal das moléculas de DNA.
Seus primeiros 9 meses no King's College foram passados trabalhando com Raymond Gosling, também cientista. Eles projetaram uma micro-câmera para refinar e compreender as condições necessárias para obter uma imagem de difração de DNA autêntica.
Em 1952, Rosalind Franklin, junto com Raymond Gosling, suspendeu uma pequena fibra de DNA e a explodiu com um feixe de raio-X por 100 horas completas, em um ambiente de umidade relativa controlada. Os raios geraram padrões em uma placa fotográfica, difratados por elétrons alojados nos átomos de uma fibra. Em seguida, realizou cálculos matemáticos cuidadosos para examinar os padrões e revelar a estrutura.
Antes de Franklin, a cristalografia do raio-X nunca havia sido usada dessa forma. Em 1953, ela publicou sua famosa imagem de difração, a "Fotografia 51", na revista Nature.
No entanto, os cientistas de Cambridge, Francis Crick e James Watson, também anunciaram no jornal Nature sobre seu modelo de dupla hélice de DNA.

Os dados de Rosalind Franklin corroboraram esse modelo de dupla hélice, mas não se sabe se ela, de fato, sabia que seu trabalho não publicado ajudou Watson e Crick a construí-lo.
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Aulas de química e os desafios do King's College
Durante sua estadia prolongada no King's College de Londres, Franklin enfrentou condições de trabalho hostis e anti-colegiais, em contato constante com sexismo e antissemitismo. Em entrevista com a autora / bióloga Brenda Maddox, a cientista chegou a afirmar que suas contribuições haviam sido subestimadas no King's College.
Além do mais, ela não se beneficiou de nenhuma das vantagens normalmente concedidas à sua posição acadêmica ou nomeação. Talvez ela tenha sido uma das únicas químicas famosas da história a enfrentar tantos obstáculos, mesmo depois de mostrar o seu valor.
Ela foi enganada e colaborou com JT Randall no laboratório do King's College - professora e chefe de uma sessão de biofísica dominada por homens. Ao atribuir a ela um novo papel na cristalografia, falhou em compartilhá-lo com Maurice Wilkin, um biofísico britânico que esperava supervisioná-la e ajudar a decodificar suas fotografias. No entanto, ele foi informado pelo Dr. JT Randall que o DNA era seu território principal e único.
Uma série de falhas de comunicação agravou ainda mais o relacionamento já tenso entre o Dr. Maurice Wilkins e a Dra. Rosalind Franklin. O golpe final desse relacionamento veio quando Wilkins começou a colaborar com o Dr. Crick e o Dr. Watson no Laboratório Cavendish. Os dois, à essa época, estavam lutando para decodificar o DNA por meio de modelagem.
Em 1953, Raymond Gosling revelou a "Fotografia 51" de Rosalind Franklin e Maurice Wilkins. Sem perder tempo, ele encaminhou o feito para Jim Watson e Francis Crick, que imediatamente deduziram que a estrutura helicoidal é essencial para replicar o DNA.
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Fotografia 51
A famosa Fotografia 51, uma imagem luminosa de gel paracristalino composto de DNA, foi tirada por Rosalind Franklin em 1952 por meio de difração de raios-X. As formas de diamante suave abaixo e acima, e também dos lados de um X escurecido indicam um padrão de dupla hélice.
Esse padrão de difração ofereceu dados estruturais suficientes para construir um modelo de DNA viável. A estrutura real da molécula se assemelha a uma escada em espiral que consiste em 4 pares de bases e 2 fosfatos de açúcar. O trabalho de Rosalind com a estrutura de DNA estimulou uma nova ênfase e energia na biologia, que dominou a ciência no período após a Segunda Guerra Mundial.
Junto com ela, a descoberta do químico americano Linus Pauling, da alfa-hélice - uma estrutura de proteína fundamental - em 1951 também alimentou a corrida para estudar a estrutura de DNA.
Provavelmente você já tenha ouvido em uma aula de química 2 ano que várias equipes de cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos começaram a competir entre si. Eles construíram modelos e usaram a famosa "cristalografia de raio-X" de Rosalind Franklin para entender a estrutura do DNA.
Mal sabiam eles que essa própria estrutura ofereceria uma maneira de entender como os dados genéticos são transferidos através das gerações.
Rosalind Franklin aperfeiçoou as condições necessárias para receber uma imagem de difração exata. Ela descobriu que o DNA prevalece em dois tipos: A e B, gerenciando o conteúdo de água da fibra. A Fotografia 51 capturou a parte B do DNA, e ela o fez com uma micro-câmera.

Em 1953, Rosalind Franklin deixou o King's College. Ela mudou-se para a Birbeck University of London, onde buscou a estrutura de RNA e o estudo do vírus do mosaico do tabaco. O professor JT Randall, do King's College havia permitido que Franklin partisse com uma condição: ela deveria parar de estudar a estrutura do DNA. Foi por isso que ela voltou aos seus estudos sobre o carvão.
Em quase 5 anos, publicou 21 artigos abrangentes sobre diferentes vírus. Seu grupo até mesmo lançou as bases para a virologia estrutural.
Doença e morte prematura
Em 1956, Rosalind Franklin foi diagnosticada com câncer de ovário. E nem assim ela parou sua pesquisa. Pelo contrário, continuou pelos 2 anos seguintes, embora tivesse passado por 3 sessões de quimioterapia experimental. Foram 10 meses de remissão da doença e, nesse período, trabalhou por semanas e semanas, até que faleceu aos 37 anos, em 1958.
Quatro anos mais tarde, os doutores Jim Watson e Francis Crick ganharam o Prêmio Nobel de 1962 pela descoberta da estrutura do DNA. Ao contrário do que aconteceu com Alexander Fleming, sua contribuição passou despercebida e totalmente sem crédito.
No entanto, é inegável que ela publicou artigos de pesquisa confiáveis ao longo de sua carreira profissional. Ao todo, foram 19 artigos sobre carbonos e carvões e 5 sobre a estrutura de DNA, além de 21 sobre viralidade.

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