Afinal, o que é ortografia? A ortografia da língua portuguesa é o conjunto de regras que determinam a forma correta de escrever as palavras de uma língua.

Ela define como registrar graficamente os sons, respeitando convenções estabelecidas por gramáticas e dicionários. No português, a ortografia inclui normas sobre o uso de letras, acentuação, hífen, maiúsculas, minúsculas e grafias específicas, como no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
A principal função da ortografia é padronizar a escrita, certificando que todos compreendam os textos da mesma forma, independentemente de sotaques ou variações regionais. Assim, ela promove coesão na comunicação escrita.
Seguir as regras ortográficas serve para evitar ambiguidades e erros que possam prejudicar a compreensão. Além disso, o domínio da gramática e ortografia contribui para a credibilidade do escritor, sendo importante tanto em contextos acadêmicos quanto profissionais.
E, claro, se quiser saber mais sobre o que é ortografia, continue a leitura conosco!
Quando usar “por que”, “por quê”, “porque” e “porquê”?
- Por que (separado e sem acento) é usado em perguntas diretas ou indiretas: “Por que você saiu cedo?” / “Não entendi por que ele saiu cedo.”
- Por quê (separado e com acento) aparece no final da frase, recebendo acento por estar em posição final: “Você saiu cedo, por quê?”
- Porque (junto e sem acento) é usado para explicar ou justificar: “Saí cedo porque estava cansado.”
- Porquê (junto e com acento) é um substantivo e significa “motivo” ou “razão”: “Ninguém sabe o porquê da sua decisão.”
Como saber se uma palavra leva acento?
As regras de acentuação do português consideram a tonicidade e a posição da sílaba tônica. Palavras oxítonas são acentuadas quando terminam em “a(s)”, “e(s)”, “o(s)” e “em/ens” (ex.: “também”).
Paroxítonas recebem acento quando não terminam em “a”, “e”, “o”, “em” ou ditongos (ex.: “fácil”). Todas as monossílabos tônicos terminados em “a(s)”, “e(s)” ou “o(s)” levam acento (ex.: “pô”, “pés”). Além disso, regras especiais tratam de hiatos e ditongos abertos.
Quando usar “há” e “a” na ortografia da língua portuguesa?
- Há é do verbo “haver” e indica tempo passado ou existência: “Há dois anos viajei” (tempo) / “Há esperança” (existência).
- A é preposição e pode indicar tempo futuro ou distância: “Daqui a dois anos viajarei” (tempo futuro) / “Estamos a 5 km de casa” (distância).
Qual a diferença entre “mas” e “mais”?
- Mas é conjunção adversativa, usada para indicar oposição ou contraste: “Queria sair, mas estava chovendo.”
- Mais é advérbio de intensidade, adjetivo ou substantivo, com sentido de aumento, superioridade ou adição: “Quero mais café.” / “Ela é mais rápida que ele.”
Como usar corretamente o hífen após o Acordo Ortográfico?
O Acordo Ortográfico trouxe mudanças importantes no uso do hífen:
- Usa-se hífen quando o prefixo termina com a mesma vogal que inicia a segunda palavra: “anti-ibérico”, “micro-ondas”.
- Não se usa hífen quando as vogais são diferentes: “autoescola”, “infraestrutura”.
- Usa-se hífen quando o prefixo termina em consoante e a segunda palavra começa com a mesma consoante: “inter-racial”, “super-resistente”.
- Não se usa hífen quando a consoante é diferente: “supermercado”, “hiperativo”.
- Sempre se usa hífen com os prefixos “além”, “aquém”, “ex”, “pós”, “pré” e “vice”: “além-mar”, “pré-história”, “vice-presidente”.
Nunca mais erre: guia completo sobre semântica.
Quando usar letras maiúsculas e minúsculas?
Usa-se letras maiúsculas no início de frases, em nomes próprios de pessoas, cidades, países, marcas e instituições (“Brasil”, “Maria”, “Universidade de São Paulo”).
Também são aplicadas em títulos de obras, siglas e abreviações (“ONU”, “USP”). Enquanto isso, as letras minúsculas são usadas no corpo do texto para palavras comuns, adjetivos, substantivos genéricos e elementos que não sejam nomes próprios.
Importante lembrar que, em títulos de livros e matérias jornalísticas, apenas a primeira palavra e nomes próprios começam com maiúscula, segundo as normas brasileiras.
Quando usar “mal” e “mau”?
- Mal é advérbio, substantivo ou conjunção, e se opõe a “bem”: “Ele está se sentindo mal” (oposto de bem). Também pode significar problema ou dificuldade: “O mal da sociedade é a corrupção.”
- Mau é adjetivo, e se opõe a “bom”: “Ele é um mau motorista” (oposto de bom). Uma dica prática é tentar substituir por “bem” ou “bom”: se couber “bem”, use “mal”; se couber “bom”, use “mau”.
A forma correta é “meio-dia e meia”, pois a expressão “meia” refere-se a meia hora (30 minutos), concordando com o substantivo “hora”, que é feminino.
Portanto, “meia” está no feminino para manter a concordância. Dizer “meio-dia e meio” é um erro comum que fere a norma culta.
Qual a diferença entre “traz” e “trás”?
- Traz é a forma conjugada do verbo trazer (3ª pessoa do singular do presente do indicativo): “Ele traz os documentos todos os dias.”
- Trás é advérbio de lugar e significa “parte posterior” ou “atrás”: “Ele ficou para trás.” Também aparece em locuções como “por trás” e “para trás”.
Quando usar “onde” e “aonde”?
- Onde indica lugar fixo ou estático, equivalente a “em que lugar”: “A cidade onde nasci é pequena.” Usa-se com verbos que não expressam movimento.
- Aonde indica movimento em direção a algum lugar, equivalente a “para onde”: “Aonde você vai depois da reunião?” Usa-se com verbos que exigem a preposição “a”, como “ir”, “chegar” e “dirigir-se”.
Veja tudo sobre figuras de linguagem.
Como diferenciar “sessão”, “seção” e “cessão”?
Apesar da pronúncia parecida, cada palavra tem um significado diferente:
- Sessão refere-se a um período de tempo dedicado a uma atividade: “Assistimos a uma sessão de cinema.”
- Seção indica divisão, parte ou departamento: “A seção de roupas está no segundo andar.”
- Cessão significa ato de ceder, transferir algo: “A cessão do imóvel foi formalizada em contrato.”
A dica é associar cada termo a uma palavra-chave: sessão → evento; seção → divisão; cessão → transferência.
Quando usar “afim” e “a fim de”?
- Afim é adjetivo e indica afinidade, semelhança: “Eles têm interesses afins.”
- A fim de é locução prepositiva que indica finalidade ou intenção: “Estudo muito a fim de passar no concurso.”
Vamos falar sobre fonemas e significados?
Qual a grafia correta de palavras com “x” ou “ch”?
A escolha entre “x” e “ch” depende da etimologia e da norma ortográfica, já que não há regra fixa para todos os casos.
Dessa forma, podemos citar algumas dicas:
- Após ditongos, geralmente usa-se “x”: “caixa”, “deixar”.
- Palavras de origem indígena costumam ter “ch”: “abacaxi”, “xavante” (com exceções).
- Palavras de origem grega com o som /k/ ou /ks/ podem ter “x”: “xenofobia”, “tóxico”.
Quando usar “senão” e “se não”?
- Senão pode significar “caso contrário”, “a não ser” ou “defeito”: “Estude, senão vai reprovar” (caso contrário) / “Não fez nada senão reclamar” (a não ser).
- Se não é usado quando a palavra “se” (condicional) e o advérbio “não” aparecem juntas, com seus sentidos preservados: “Se não chover, iremos à praia.” Uma forma de testar é substituir por “caso contrário”: se funcionar, use “senão”; caso contrário, use “se não”.
Preparamos um guia completo sobre sintaxe e morfologia.
Como escrever corretamente palavras com dígrafos e encontros consonantais?
- Dígrafo é a combinação de duas letras que representam um único som, como “ch” em “chave” ou “lh” em “filho”. Alguns dígrafos representam nasalização, como “am” em “campo” e “em” em “tempo”.
- Encontro consonantal ocorre quando duas consoantes aparecem juntas, mantendo sons distintos. Pode ser perfeito (na mesma sílaba, como “plano”) ou imperfeito (em sílabas diferentes, como “apto”).
Para escrever corretamente, indicamos conhecer as combinações mais comuns e lembrar que dígrafos representam apenas um fonema, enquanto encontros consonantais preservam mais de um som.
E então, mais alguma dúvida sobre o que é ortografia e vocabulário ortográfico da língua portuguesa?









