A química é uma ciência natural que remonta aos tempos medievais, quando era conhecida em formas alternativas, como a alquimia. O estudo das propriedades da matéria e seus componentes individuais vem sendo monumental para o avanço da tecnologia humana.
Basicamente, podemos dizer que não teríamos a tecnologia ou a medicina que temos hoje se algumas pessoas não tivessem se sentido fascinadas por como funcionam as diferentes propriedades químicas. Esses indivíduos passaram a ser conhecidos como químicos e fizeram contribuições importantíssimas para a humanidade.
O escopo dessas descobertas abrange muitos assuntos de quimica que caem no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio); e vai de antibióticos até leite pasteurizado. Podemos dizer que são coisas que tornaram a nossa vida mais confortável.
Abaixo, falaremos um pouco sobre alguns dos nomes mais reconhecidos no campo da química. Esses famosos químicos da história nos forneceram os fundamentos sobre os quais várias ciências modernas se originaram.
Você, que desde a primeira aula de química básica, já se apaixonou pela matéria, certamente vai adorar esse artigo. Vamos lá!
Aula de química: Alexander Fleming
Alexander Fleming recebeu crédito pela descoberta da penicilina, algo que mudou totalmente a história da medicina (e da humanidade). Nascido na Escócia, ganhou o Prêmio Nobel em 1928, e podemos dizer que tudo começou por um mero acaso (somado à sua inteligência analítica, é claro).
Já do ramo de ciências, ele estava em um laboratório, realizando seu trabalho. Tudo aconteceu enquanto ele estudava uma placa com a bactéria Penicillium Rubens, que havia sido descartada pela presença do mofo. Ele literalmente tropeçou nesse material e percebeu que o cultivo dessa bactéria criava uma propriedade que poderia ser usada como antibiótico. Decidiu então chamar esse novo elemento de penicilina.
Essa história, que você já deve ter ouvido em uma aula de quimica 1 ano do ensino medio, é particularmente emocionante e nos obriga a perceber o quanto a humanidade já conquistou por acidente ou acaso. Fleming passou semanas fazendo testes com a substância do molde, tentando identificá-la.
Ele chegou até a discutir essa pesquisa com outro químico, CJ La Touche, até concluir que tratava-se do penicillium. Outras experiências levaram Fleming a publicar essas descobertas em 1929, mas não houve grande adesão em um primeiro momento. Foi só depois de uma década que os químicos conseguiram aplicar esse resultado no campo médico.
O crédito por desenvolver a penicilina como medicamento vai, na verdade, para outro químico, Howard Walter Florey, que isolou a substância que continha propriedades de matar bactérias e a produziu em massa.
Mais tarde, esse medicamento seria usado em soldados durante a Segunda Guerra Mundial, salvando milhões de vidas e dando-nos a penicilina que agora usamos para tratar a sifilis e a pneumonia.
Aprendendo química com Joseph Priestley
Embora o oxigênio seja praticamente a fonte que nos mantém vivos, foi só em 1774 que Joseph Priestley descobriu a sua natureza. Embora Antoine Lavoisier tenha feito um trabalho rudimentar para identificar o elemento, o crédito vai para Joseph Priestley, que descobriu o seu uso.
Na verdade, houve controvérsias sobre quem foi o primeiro cientista a identificar o oxigênio, já que há relatos do químico sueco Carl Wilhelm Steel fazendo essa descoberta em 1772. No entanto, ele somente publicou suas descobertas em 1777, três anos depois que Priestley já o havia feito. E talvez tenha sido esse fator que lhe conferiu, de fato, o crédito.
Durante suas descobertas, Priestley conduziu diversos experimentos para entender a verdadeira natureza do oxigênio e seu papel na combustão e na respiração. Ele também é creditado pela fabricação da água carbonatada (nossa conhecida água com gás), na qual se dilui ar.
O trabalho de Priestley foi fortemente influenciado por Lavoisier, que foi o responsável por nomear o oxigênio e elaborar a sua nomenclatura química. No entanto, Priestley fez a correlação entre o oxigênio e os processos de combustão e respiração, dando-nos uma das mais famosas descobertas da química.
Outro ponto diferente de Priestley em comparação a outros químicos é que ele era religioso. Com a morte da mãe, foi morar com uma tia, que reconhecia a sua inteligência e o permitiu estudar em ótimos colégios. Entretanto, também o doutrinava no Calvinismo. Ao crescer, ele se converteu a outra vertente, e esta retirou-lhe todo apoio.
Durante todos os seus trabalhos de pesquisa, o que ele queria, na verdade, era provar a religião a partir da ciência. Rechaçado em sua cidade, ele mudou-se com a família para Birmingham, onde viveu por alguns anos, até que suas convicções começaram a incomodar o povo local. Foi então que não teve outra alternativa a não ser partir para a América, onde viveu até o fim de seus dias.
Aprendendo química do zero: Louis Pasteur
A pasteurização é um processo vital que ajuda a salvar inúmeras vidas, através da prevenção de doenças. Provavelmente, você já ouviu falar dela muito antes da sua primeira aula de quimica 1 ano. Seu nome vem de Louis Pasteur, que descobriu que aquecer o leite a altas temperaturas e resfriá-lo rapidamente ajudava a mantê-lo fresco por um período maior de tempo.
Desde essa descoberta, a pasteurização tem se mostrado uma prática permanente na indústria de alimentos e bebidas. Ela ajuda a manter os itens comestíveis frescos, evitando a proliferação de micróbios. Sua relevância e seu uso fizeram com que ela se tornasse uma das descobertas mais importantes da história que você aprende em uma aula de quimica ambiental. Você consegue imaginar como seria nossa vida hoje sem esse processo?
Suas descobertas ainda se aplicaram à indústria do álcool, ajudando a manter o vinho e a cerveja frescos por mais tempo e evitando a deterioração durante a produção. Sua pesquisa sobre o álcool foi feita a pedido de Napoleão III, que o encarregou de estudar a contaminação do vinho.
Pasteur descobriu que micróbios crescem no vinho, causando contaminação, e que isso pode ser evitado ao aquecer o vinho entre 120 e 140 graus na escala de Fahrenheit.
Também tornou-se famoso pelo seu trabalho com vacinas. Ele descobriu, após tirar férias e deixar suas amostras de vírus no laboratório, que elas ficaram enfraquecidas e não mais eram capazes de causar a doença, mas sim de gerar imunidade. Os testes eram realizados em galinhas de laboratório.
Foi assim que desenvolveu uma amostra de vacina contra a raiva, que assolava as pessoas à época. O teste em humanos foi um sucesso e levou a outras descobertas futuras da indústria farmacêutica.
Aula de química: Rosalind Franklin
Embora James Watson e Francis Crick sejam creditados pela descoberta do DNA em 1953, foi o trabalho de Rosalind Franklin que começou a estabelecer as bases para isso. O próprio Crick admitiu, no mesmo ano, que as informações nas quais sua pesquisa se baseou foram obtidas por Rosalind Franklin, o que a tornaria pioneira nos estudos do DNA.
Franklin mostrou um interesse precoce pela ciência e encontrou um emprego no King's College, em Londres, onde passou grande parte do seu tempo estudando moléculas de DNA, com seu amigo Maurice Wilkins.
Foi em maio de 1952, que ela tirou a "Fotografia 51", uma foto muito famosa que mostrava o padrão de difração de raios X do DNA. Essa imagem, juntamente com outras descobertas de Franklin, deram a Watson de Crick o insight para concluir que o DNA tinha, na verdade, uma estrutura helicoidal.
Embora Franklin e Wilkins tenham recebido o crédito (talvez ele até mais do que ela), essa descoberta foi praticamente toda baseada no trabalho árduo de Franklin.
Durante sua trajetória, publicou diversos artigos e só parou de estudar o DNA, pois o havia prometido ao professor JT Randall quando deixou o King's College. Retornou então aos seus estudos sobre o carvão. Franklin faleceu muito cedo, aos 37 anos, de um câncer de ovário.
Aula de química com Marie Curie
No início dos anos 1900, Marie Curie e seu marido, Pierre Curie, trabalhavam com minério de urânio, tentando extrair e estudar suas propriedades. No processo de extração, em certa ocasião, descobriram a radioatividade do elemento e conseguiram isolá-lo com sucesso.
Embora Antoine Henri Becquerel tenha descoberto pela primeira vez que o urânio deixava uma marca quando alocado por algum tempo sobre uma chapa fotográfica, mesmo quando mantido no escuro, Marie Curie foi a primeira a analisar esse fenômeno e dar a ele o nome de radioatividade.
Os Curie e Becquerel ganharam o Prêmio Nobel da Física em 1903 por esse trabalho sobre radioatividade. Essa vitória fez dela a primeira mulher a alcançar o status de ganhadora do Prêmio Nobel.
Nascida na Polônia, também foi a primeira a descobrir outros elementos radioativos como rádio e polônio (esse último, batizado em homenagem à sua terra natal) e também a isolar isótopos radioativos.
Ela ganhou outro Prêmio Nobel em 1911 por suas descobertas adicionais, sendo uma das únicas pessoas a ganhar dois desses prêmios.
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