O Brasil é um país que ama música. Temos tantos ritmos próprios e que nasceram aqui. E temos influências dos mais diversos universos musicais, incluindo também a música clássica.
Quando falamos de violino, costumamos associá-lo à uma orquestra de música clássica, junto de outros instrumentos de corda e sopro. Apesar de não ser um instrumento tão popular, talvez pelo seu custo mais elevado, o violino tem uma melodia fascinante, capaz de adaptar-se à diversos ritmos e sonoridades.
Ao longo deste artigo, vamos mostrar o violino tanto dentro do universo clássico, como em um ritmo popular como o funk. Isso tudo, através de algumas mulheres que se destacam no violino, esse instrumento de corda tão encantador e fascinante.
Alguns nomes são mais falados no universo dos alunos de violino, pois são professoras de renome no cenário nacional. Outros são nomes mais inusitados, de mulheres que buscam colocar personalidade nas suas músicas.
O papel do violino em uma orquestra
Antes de falarmos sobre as mulheres que estão em busca de marcar seu nome na história do violino, ou que já são nomes consagrados nesse cenário, vamos falar um pouco mais sobre o violino.
O violino faz parte da Família de Cordas em uma orquestra. Fazem parte dessa família, além do violino, a viola, o violoncelo, o contrabaixo e a harpa. Devido a sua versatilidade e alcance, o violino é sem dúvida, o principal instrumento dessa família.
Os instrumentos de corda são eventualmente os que apresentam maios visibilidade em um concerto, e sendo o violino o principal dessa família, ele será a base de um concerto, aparecendo com maior frequência. Claro que em uma orquestra, todos os instrumentos e sonoridades são importantes para fazer um concerto de qualidade. Mas o violino tem uma versatilidade, variando a altura da nota grave ou aguda, exercendo assim várias funções em um concerto.
O violino é o naipe mais numeroso da orquestra e se divide em duas vozes:
- os primeiros violinos são a vós melódica responsáveis pela realização do tema musical;
- os segundos violinos tanto reforçam a melodia dos primeiros, como estabelecem o pulso cortante em que as melodias transcorrem.

E porque o número de violinistas é tão alto em uma orquestra? Isso se deve ao fato de que, apesar de ter um tom profundo, alto e brilhante, o som do instrumento em si não é grande, necessitando de um conjunto de músicos deste instrumento para garantir o alcance necessário.
Cecília Guida
Cecília é argentina de nascimento mas brasileira de coração. A violinista argentina, naturalizada brasileira, iniciou seus estudos com o seu pai, Ricardo Guida e diplomou-se aos 14 anos pelo Conservatório de Música de Córdoba, ingressando na Orquestra Sinfônica da mesma cidade.
Residiu durante 14 anos na Europa, onde estudou com grandes nomes da música e obteve nota máxima em seu diploma superior na Universidade de Köln, na Alemanha. Foi primeiro violino da Orchestre de La Suisse Romande, das Orquestras da Câmara de Nyon, Frechen, ABB, Orquestra Feminina de São Paulo, Orquestra do Teatro Nacional de Brasília e outras.
Foi professora durante muitos anos na Alemanha e atualmente leciona no Brasil, na Escola Municipal de Música de São Paulo.
Cecília compõe o Trio Images com Henrique Muller na viola e Achille Picchi no piano. Veja um pouco do talento dela no violino neste vídeo:
Esther Cândida
A musicista carioca Esther Cândida, resolveu inovar e popularizar o violino. Apesar de ter estudado violino com música clássica, hoje a carioca inova fazendo versões de funks famosos no violino.
Em 2018, Esther fez seu primeiro cover de funk, com a música Amor de Verdade de MC Kekel. Apesar de não ser uma ouvinte do funk, Esther disse que o ritmo sempre a fazia querer dançar quando ia em festas, e foi aí que ela percebeu o quanto era impactante.
Apesar do funk ainda ser marginalizado, a proposta de Esther é colocar o ritmo em pé de igualdade com o violino e mostrar que os dois tem a mesma grandeza. Além disso, ela quer provar que o violino também tem grande poder fora do erudito e que o funk tem muita musicalidade.
Esther usa o poder das redes sociais para divulgar o seu trabalho. Segundo ela, seu objetivo é impactar as pessoas com a música e fazer o que ninguém espera, funk e violino, se tornar algo viral.
Veja alguns exemplos da proposta da Esther de colocar o violino em títulos populares:
Quer acompanhar um pouco mais do trabalho da Ster, seu nome artístico, então dê uma vista de olhos em suas principais redes: Instagram: @ster.oficiall, Tiktok: @ster.oficiall e também seu canal oficial no YouTube.
Carol Panesi
A violinista carioca, Carol Panesi, começou sua paixão pela música ainda na infância, quando escutava seu pai entoando as canções de Tom Jobim e Vinícius de Moraes no violão.
Aos 11 anos ela começou suas aulas no Conservatório Brasileiro de Música, onde concluiu o curso técnico de piano. Com o Professor Bernardo Besser, Carol começou e aprofundou seus estudo de violino.
Veja um pouco mais do trabalho da Carol no Spotify:
Carol é uma multi-instrumentista, venceu o Prêmio Profissionais da Música de 2018 e 2019 na categoria Autora e Instrumentista feminino e também o prêmio MIMO Instrumental em 2018. Também em 2018, lançou seu primeiro álbum autoral "Primeiras Impressões" e hoje já está no seu quarto álbum.
Elisa Fukuda
Natural de São Paulo, Elisa iniciou seus estudos de violino com seu pai, aos 4 anos de idade. Formou-se no Conservatório Superior de Música de Genebra na Suíça e obteve o Primeiro Prêmio de Virtuosisade.
Elisa apresentou-se nas mais importantes salas de concerto da Europa e do Brasil como solista, foi membro do Trio Dell'Arte, e com os parceiros Giuliano Montini e Peter Dauelsberg fez turnê na Argentina, França, Espanha, Alemanha e Portugal.
Gravou 12 CDs e foi condecorada com diversos prêmios ao longo de sua carreira. No final do ano de 2013, Elisa Fukuda apresentou-se no Metropolitan Museum de Nova York como solista junto à Orquestra St-Luke no programa “Back to Bach” interpretando os concertos Brandenburgueses de J.S. Bach, tendo como regente João Carlos Martins.
Atualmente, Elisa é professora e dedica-se as aulas de violino. Conheça um pouco mais da história de Elisa:
Karoline Menezes
A violinista paraibana Karoline Menezes ficou conhecida por ter participado da performance de Beyoncé no Oscar de 2022. A brasileira integrou a orquestra que acompanhou a cantora na performance da música "Be alive", tema do filme King Richard: criando campeãs, música essa que concorria ao Oscar de Melhor Canção e também atuou na performance de "No time do die" de Billie Eilishi e Finneas O'Connell, essa última a vencedora na categoria.
Essa foi a quarta passagem da musicista em uma apresentação do Oscar, isso com apenas 33 anos de idade. Sua primeira vez na cerimônia foi em 2015, com apenas 25 anos de idade.
Karoline tinha apenas 9 anos quando começou a estudar violino na Escola Estadual de Música Anthenor Navarro e com 10 anos fez sua primeira apresentação. Em 2009 conseguiu uma bolsa de estudos para estudar na Califórnia.
Apesar de morar nos Estados Unidos há mais de 13 anos, Karoline costuma visitar com frequência o nosso país.
Izandra Machado
A jovem Izandra estuda Música na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ganhou destaque na mídia em 2019 ao ser selecionada para participar do Aruba Symphony Festival, no Caribe. Ao participar do festival, Izandra teve a oportunidade de realizar seu sonho de viajar para fora do Brasil e ainda estudar música com os melhores professores do mundo.
Izandra hoje toca tanto violino erudito como popular.
Izandra reflete em uma entrevista que busca trazer a representatividade da mulher negra na música clássica. Ela começou na música com oito anos de idade tocando flauta doce, aos 13 anos a sua avó a inscreveu em um projeto social da Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul. Izandra é aluna de Hella Frank, outro nome que vale a pena destacarmos.
Hella Frank
Hella é docente na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mesma universidade em que graduou-se em Música. Estudou violino no Brasil com Marcello Guerchfeld e com Erick Rosenblith no New England Conservatory.
Além de violino, Hella também toca viola. Recebeu diversos prêmios em concursos no Brasil. Fez várias apresentações solo com orquestras no Brasil e na Alemanha.
Tem ampla experiência em música de câmara, estudando essa modalidade com o Jean-Jacques Pagnot, Eric Rosenblith, Eugene Lehner, Louis Krasner, Walter Trampler, Patricia Zander e Burton Fine.
Com esses nomes e vídeos deu para perceber o quão versátil pode ser esse pequeno instrumento. Se você também quer se aprofundar e aprender a tocar violino, veja os professores disponíveis aqui na SuperProf e agende uma aula de violino ou comece um curso de violino. Você pode optar por aulas presenciais ou online e escolher um professor que esteja mais próximo dos seus objetivos com a música.
Tocar violino sozinho pode não ser uma tarefa fácil, e por isso é importante ter um bom tutor musical. Aprender a ler as partituras é o primeiro passo para tocar um instrumento, e por mais difícil que possa parecer, qualquer pessoa é capaz de aprender. Os maiores nomes do violino começaram ainda muito crianças, alguns deles com apenas 3 anos de idade.
O aprendizado para iniciantes começa com método específico, e por isso o acompanhamento de um professor é importante.
Veja que alguns desses nomes já são conhecidos no cenário internacional, e passaram pelas melhores orquestras do mundo. Essas grandes mulheres conseguiram graças a sua perseverança e dedicação na música, e você pode ser o próximo nome a brilhar no cenário mundial.
Referências
- EXPRESSO NA PERIFA. “Não paro até que todos conheçam o funk clássico”, diz violinista. Disponível em: <https://expresso.estadao.com.br/naperifa/nao-paro-ate-que-todos-conhecam-o-funk-classico-diz-violinista/>. Acesso em: 22 set. 2022.
- Carol Panesi | Site Oficial. Disponível em: <https://www.carolpanesi.com/>. Acesso em: 22 set. 2022.
- Elisa Fukuda | Perfil. Disponível em: <https://elisafukuda.com.br/perfil/>. Acesso em: 22 set. 2022.
- Violinista de Porto Alegre é selecionada para festival no Caribe: “Nunca achei que seria possível”. Disponível em: <https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/musica/noticia/2019/06/28/criada-na-periferia-de-porto-alegre-violinista-e-selecionada-para-festival-no-caribe-nunca-achei-que-seria-possivel.ghtml>. Acesso em: 27 set. 2022.
Como conseguiram fazer uma lista de violinistas mulheres brasileiras e não citar a Priscila Rato, que mundo vcs vivem?
Olá Lua,
Lamentamos a omissão da Priscila Rato na lista. Vamos revisar e considerar sua inclusão em futuras atualizações. Agradecemos o seu feedback!