O judaísmo é uma das religiões mais antigas do mundo, tendo surgido há mais de 3.000 anos, na Mesopotâmia e no Levante. No início da jornada judaica, os judeus foram nômades, migrando pela Mesopotâmia, Levante e Egito.
Depois, eles se fixaram na Palestina, tornando Jerusalém o seu centro religioso e construindo o Templo de Jerusalém. Porém, a capital religiosa dos judeus foi atacada pelos romanos, que destruíram Jerusalém. Após esse acontecimento, se iniciou a Diáspora Judaica, e os judeus se espalharam por diversas regiões do mundo, como África, Ásia e Europa.
Ainda assim, o judaísmo se manteve presente na vida dos judeus, o que fez essa religião permanecer viva até hoje. Diante de tudo isso, já deu para perceber como a origem do judaísmo é repleta de desafios, não é mesmo? Neste artigo, você consegue entender melhor a história dessa religião. Acompanhe!
Qual a origem do Judaísmo?
No século XX a.C., viveu Abraão, na Mesopotâmia. Ele recebeu a missão de levar os hebreus para a Terra Prometida, Canaã. Essa missão foi dada por Deus, que prometeu que o povo judeu viveria um período de fartura ao chegar em Canaã (que, atualmente, abrange partes de Israel, Palestina, Líbano e Jordânia).
Assim, na Terra Prometida, Abraão e seu povo viveram de agricultura e pastoreio por bastante tempo. Porém, eles viveram uma seca, o que fez o povo judeu migrar para o Egito. Chegando no Egito, os judeus fizeram aliança com os hicsos, povo que também era semita.
Escravização, libertação e êxodo para a terra sagrada
Mas, posteriormente, os judeus foram escravizados pelos egípcios. A libertação dos judeus foi liderada por Moisés. Ele também iniciou um êxodo com o povo judeu, levando-o do Egito até Canaã. Chegando ao Monte Sinai, Moisés recebeu uma revelação divina sobre os mandamentos das leis e morais judaicas.
Formação do Estado de Israel
Após chegar na Palestina, os judeus enfrentaram alguns povos, como os filisteus, que queriam ocupar a região. Um dos conflitos mais importantes da história judaica foi a disputa entre Davi e o gigante Golias, em que Davi saiu vitorioso.
A história conta que o filisteu Golias desafiou o povo judeu para uma batalha, dizendo que iria lutar contra o seu principal soldado. O ganhador - junto com o seu povo - ocuparia a região da Palestina, e o povo perdedor teria que desocupar a região.
Davi, o filho do rei Saul, disse que iria enfrentar Golias. Nessa disputa, Davi conseguiu derrotar Golias após jogar uma pedra, fazê-lo cair no chão devido ao impacto e decapitá-lo com sua própria espada. Com isso, Davi se tornou rei de Israel, tornando Jerusalém a sua capital.
Todo o tempo que o homem vive, ele possui esperança
Berachot Yerushalmi
Além disso, o rei Salomão, filho de Davi, construiu o Templo de Jerusalém, o centro religioso dos judeus. Até hoje, nessa região, encontram-se a Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha, localizados no Monte do Templo.
Ocupação dos romanos e início da Diáspora
No século I a.C., o Império Romano conquistou o reino de Israel. A conquista dos romanos foi tamanha, que eles passaram a controlar a região e impuseram o pagamento de impostos para o povo judeu. Em 66 d.C, se estabeleceu uma revolta dos judeus, havendo um conflito entre o povo judeu e os romanos.
Em 70 d.C, os romanos destruíram o Templo de Jerusalém, o centro religioso dos judeus. Com a derrota dos judeus, se iniciou a Diáspora Judaica, a qual levou os judeus a se espalharem por várias regiões do mundo, principalmente pela Ásia, Europa e África.
Perseguições e holocausto
Por quase dois milênios, o povo judeu viveu em pátria. Para que as tradições judaicas permanecessem, eles criaram centros judaicos em várias partes do mundo, os quais eram chamados de comunidades do povo judeu.
Ao longo desse tempo, os judeus sofreram perseguições e destruições em massa, chamadas de pogroms. A principal violência sofrida pelos judeus foi o Holocausto, acontecimento que levou à morte de cerca de 6 milhões de judeus.
Criação do Estado de Israel
Após a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente no ano de 1948, foi criado o Estado de Israel, ou seja, uma pátria para o povo judeu, na região da Palestina. Esse Estado foi criado com o apoio da ONU. A criação do Estado de Israel gera conflitos até os dias atuais, entre judeus e muçulmanos, o qual afeta o Oriente Médio.
Hoje, a maioria dos judeus vive em Israel e nos Estados Unidos, onde há muitas comunidades judaicas. Cerca de 80% dos judeus vivem apenas nesses dois territórios. Além disso, atualmente, conforme a Embaixada de Israel no Brasil
de judeus
No Brasil, conforme o Censo de 2010, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), moram cerca de 110 mil judeus, principalmente em São Paulo e Rio Janeiro. Aqui, temos a segunda maior comunidade judaica da América Latina, perdendo apenas para a Argentina.
O judaísmo não possui um líder central, sendo o que chamamos de religião plural. Por isso, há várias listas de crenças e princípios voltados para o judaísmo - havendo, inclusive, ramificações dessa religião, as quais apresentam diferentes interpretações.
Independente de tal ramificação, em geral, o judaísmo considera YHWH o seu único deus. Além disso, essa religião crê em Moisés como o seu maior profeta, considera que o Torá é o livro sagrado e acredita na vinda de Messias. Outra crença do judaísmo é a ressurreição dos mortos.
O judaísmo também crê que Deus é onipresente, onipotente, onisciente, eterno, único, misericordioso e justo. Então, Ele conhece os pensamentos e as atitudes dos seus fieis. Ele também promove recompensas e punições, conforme as atitudes e os pensamentos das pessoas. A história do budismo também é surpreendente.
Crenças do Judaísmo
As crenças do judaísmo são repletas de rituais, ramificações e tipos. Vamos desvendar informações sobre o Bar Mitzvá, o Shabat e diversas outras características do judaísmo? Tudo isso é importante para que você compreenda melhor essa religião.
Rituais judaicos
Os rituais judaicos reforçam as tradições dessa religião, compartilhando as suas práticas ao longo das gerações. A seguir, abordamos um pouco sobre cada ritual do judaísmo: Brit Milá, Bar Mitzvá, Micvê e Shabat.
Brit Milá
Também chamado de Aliança da Circuncisão, o Brit Milá é considerado um dos rituais mais sagrados do judaísmo. Ele representa a união entre o povo judeu e Deus. Esse ritual consiste em fazer a circuncisão do bebê do sexo masculino para inseri-lo na religião judaica.
O Brit Milá é uma verdadeira celebração, sendo realizado pelo Mohel (que é o responsável por fazer a circuncisão). A celebração ocorre entre a família e amigos.
Bar Mitzvá
O Bar Mitzvá é uma celebração que comemora a chegada da maioridade na religião judaica. O Bar Mitzvá para os meninos ocorre aos 13 anos; e para as meninas é aos 12 anos. Após o Bar Mitzvá, o jovem se torna responsável por seguir os mandamentos da religião judaica (mitzvot) e por participar da comunidade judaica de forma ativa.
Esse ritual consiste na leitura de uma parte do Torá na Sinagoga. Isso demonstra que o jovem aceitou as suas obrigações da religião judaica. Esse é um dos rituais mais populares do judaísmo.
Micvê
O Micvê é um banho espiritual, que pode ser realizado em diferentes etapas da vida. Por exemplo, as mulheres realizam o Micvê após o encerramento do ciclo menstrual e antes de retornar às relações conjugais, conforme as leis de Niddá.
As pessoas recém convertidas ao judaísmo também realizam o Micvê, pois esse banho espiritual faz parte do processo de conversão. Vale ressaltar que esse banho espiritual não pode ser realizado com qualquer água, uma vez que tal água deve ser natural, do rio ou da chuva.
Shabat
O Shabat é o dia de descanso dos judeus, ou seja, o sábado. Esse dia é considerado sagrado, considerando desde o pôr do sol da sexta-feira até a noite de sábado. O Shabat faz uma referência ao descanso de Deus, depois de ter criado o mundo, de acordo com Gênesis.
Aos sábados, ou seja, no Shabat, os judeus descansam, ficam em família, estudam o Torá e ficam em oração, não realizando nenhuma atividade do seu cotidiano. Vale ressaltar que as crenças do hinduísmo também são muito populares.
Ramificações do judaísmo
O judaísmo possui duas ramificações: o Sefardita e o Asquenaze. Cada uma dessas ramificações possui as suas próprias línguas, tradições religiosas e culturas. Bora saber um pouco mais sobre cada ramificação do povo judaico?
Sefardita
Os sefarditas são os descendentes dos judeus que viveram na Espanha e em Portugal e foram expulsos desses países. Depois dessa expulsão, os sefarditas decidiram viver em diferentes regiões, como no Mediterrâneo, no Império Otomano, na África (mais precisamente na parte Norte), no Oriente Médio e na Europa (mais precisamente na parte Sul).
A maioria dos sefarditas falavam a língua ladina, a qual é derivada do espanhol medieval e possui influência hebraica. As suas tradições se embasam nas práticas do judaísmo espanhol medieval. Além disso, a sua cultura sofreu forte influência das crenças cristãs e das populares crenças islâmicas devido à ampla convivência entre essas três religiões.
Asquenaze
Os asquenazes são os descendentes dos judeus que viveram na Europa Central e Oriental, principalmente em países como Rússia, Lituânia, Polônia, França e Alemanha. A comunidade de judeis asquenazes cresceu na Europa e se estabeleceu nessa região, prosperando até o momento do Holocausto.
A língua falada pelos asquenazes era a iídiche, a qual teve influência dos idiomas eslavo, hebraico e alemão medieval. A cultura dos asquenazes foi influenciada pela da Europa Oriental e Central. Já as suas tradições se embasavam nas interpretações propostas pelos rabinos europeus.
Tipos de judaísmo
Existem três tipos de judaísmo: os reformadores, conservadores e ortodoxos. Vamos descobrir a descrição de cada um deles? Acompanhe tudo abaixo sobre as correntes do judaísmo.
- Reformadores: a observância dos mandamentos (mitzvot) é opcional; há a promoção da igualdade de gênero, e as mulheres podem ser rabinas; as orações são realizadas conforme a língua local; e existe um foco nos direitos humanos e na justiça social;
- Conservadores: se adapta a algumas mudanças, mas ainda segue as principais tradições; permite a participação das mulheres de forma mais ativa; a liturgia é praticada em hebraico, com alguma pequenas mudanças; e se compromete com a continuidade da identidade judaica;
- Ortodoxos: as tradições e leis do judaísmo são seguidas de forma rígida; existe distinção de gênero nas atividades desempenhadas; as práticas são mantidas e não são adaptadas; e tem-se o estudo do Talmude e do Torá;
O judaísmo reformista é o que mais se adapta à atualidade, sendo o mais liberal dos três. Já o judaísmo conservador tenta manter algumas práticas antigas e, ao mesmo tempo, promover mudanças, mantendo um equilíbrio. Por fim, o judaísmo ortodoxo é mais rígido quanto ao seguimento dos costumes e leis tradicionais da religião judaica.
Símbolo do Judaísmo
Os quatro principais símbolos judaísmo são: Tanakh, Estrela de Davi, Shofar e Menorá. Cada um apresenta a sua própria representação da religião judaica. Vamos aprender mais sobre cada um?
O Tanakh bíblia hebraica é o conjunto de textos sagrados da religião judaica, os quais fazem parte da bíblia hebraica. Esse conjunto de livros é dividido em: Torá livro sagrado, que contém as leis da religião judaica e descreve a criação do mundo; Nevi'im, que descreve a história do povo de Israel e aborda sobre a história dos profetas; e Ketuvim, que possui livros de história, sabedoria e filosofia.

A Estrela de Davi é um símbolo hexagonal, que conta com dois triângulos sobrepostos. Essa estrela apresenta seis pontos e representa proteção divina. Esse é um dos principais símbolos do judaísmo e faz parte da bandeira de Israel.
Atualmente, muitas reconhecem a religião judaica através da estrela davi. Outro símbolo do judaísmo é o Shofar, que é um instrumento musical feito do chifre do carneiro. Várias cerimônias judaicas são realizadas ao som do Shofar.
O Menorá é outro símbolo da religião judaica, sendo um dos mais antigos. Ele consiste em um candelabro de sete braços ou nove braços. Esse símbolo foi bastante usado no Templo de Jerusalém e era aceso com azeite de oliva puro. Ele é presente na celebração de Chanucá.

O judaísmo religião monoteísta, assim como o islamismo e a doutrina do cristianismo. Inclusive, o judaísmo é uma das religiões monoteístas antigas - e, atualmente, é uma das maiores religiões mundo. A maioria dos povos que segue a lei judaica vive em Israel Estados Unidos. Os judeus acreditam no monoteísmo e no Torá.
E aí, gostou de descobrir todas essas características do judaísmo religião? Esperamos que o nosso artigo o tenha ajudado a entender melhor a religião judaica e o Jewish. Se curtiu o conteúdo sobre a história dos judeus, comente e compartilhe!