A história da Ditadura Militar Brasileira, período de 21 anos decorridos entre os anos de 1964 e 1985, é marcado por repressão, censura e transformações políticas e sociais. O Golpe de 1964 derrubou o governo de João Goulart, eleito democraticamente, e instaurou um regime militar no Brasil, que durou mais de duas décadas.

No decorrer deste artigo, vamos explorar as causas, os principais acontecimentos históricos e as consequências deste período, também chamado por alguns estudiosos de ditadura civil-militar no Brasil, devido à participação de setores civis no apoio ao regime.

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O que foi a Ditadura Militar Brasileira?

Brasil: ame-o ou deixe-o

Lema dos militares durante o regime

A Ditadura Militar Brasileira foi um regime autoritário que governou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985 após um golpe de Estado orquestrado por militares que depôs o presidente João Goulart, ou Jango. João Goulart era vice-presidente de Jânio Quadros e assumiu a presidência após a renúncia de Quadros. Caracterizou-se pela centralização do poder na mão dos militares, a supressão dos direitos políticos, a censura à imprensa e a perseguição aos opositores ao regime.

O contexto histórico vivido no Brasil em 1964 e que culminou em um Golpe de Estado era de uma grande crise política e econômica. O governo de João Goulart enfrentava uma forte oposição de setores conservadores, incluindo a classe militar, empresários e também da classe média que temia um suposto avanço de um regime comunista.

Veja o contexto conturbado por trás do fim da escravidão no nosso país.

Imagem da bandeira do Brasil
O Brasil passou por um período de muita repressão e tortura durante os 21 anos de ditadura militar. | Imagem: Rafaela Biazi - Unsplash

Havia também alguma influência da Guerra Fria e pela polarização EUA e União Soviética, levando a que alguns setores da sociedade brasileira apoiassem uma intervenção militar. Manifestações civis, como a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, e também manifestações militares pressionaram a queda do governo de Jango e culminou no golpe em 31 de março de 1964.

Os Estados Unidos apoiou a ditadura como uma forma de conter o avanço do socialismo na América Latina. Durante os 21 anos de ditadura militar no Brasil o país teve cinco presidentes-generais que foram responsáveis pela implementação de uma série de medidas autoritárias, sendo o mais severo o AI-5 ou Ato Institucional n.º 5 que suspendeu o habeas corpus, fechou o Congresso Nacional, cassou o mandato de políticos e limitou o poder do presidente.

Antes do golpe militar de 1964, tivemos outro período ditatorial na Era Vargas.

Como ocorreu o Golpe de 1964?

O movimento que culminou no Golpe de 1964 não foi um evento isolado, mas o ápice de uma conspiração que já estava sendo planejada há alguns meses. Foi liderado por generais do exército brasileiro, com o apoio de governadores e políticos conservadores, parte da Igreja Católica, empresários e da embaixada dos Estados Unidos. Foi um processo rápido e sem uso de resistências armadas.

Agosto de 1961

Renúncia de Jânio Quadros

Em menos de um ano, Jânio Quadros renuncia o cargo de presidente do Brasil.

Setembro de 1961

João Goulart assume a presidência

O vice-presidente de Jânio Quadros assume o poder em um regime parlamentarista, sendo Tancredo Neves o Primeiro Ministro.

Janeiro de 1963

Plepliscito e retorno ao presidencialismo

O regime volta ao presidencialismo e Jango envia propostas de reformas para o Congresso Nacional.

Março de 1964

Comício das Reformas e Marcha da Família com Deus pela Liberdade

João Goulart promove um comício com mais de 200 mil pessoas no Rio de Janeiro e seis dias depois uma manifestação das forças conservadoras reúne 500 mil pessoas.

31 de março de 1964

Tropas Militares promovem o Golpe

Tropas militares vão para a capital federal depor João Goulart.

2 de abril de 1964

Congresso declara vaga a presidência

João Goulart se exila no Uruguai e não resiste ao golpe dos militares.

9 de abril de 1964

Ato Institucional n.º 1 - AI-1

É decretado o primeiro Ato Institucional que cassou mandatos e suspendeu direitos constitucionais.

1968

Ato Institucional n.º 5 - AI-5

Ampliação dos poderes do regime e intensificação da perseguição política.

Assume então a presidência do país o Marechal Humberto Castelo Branco, iniciando assim um Regime Militar no Brasil. O período militar brasileiro passou por diversas fases, sendo os Anos de Chumbo entre 1968 e 1972 os de maior repressão.

Estima-se que morreram ou desapareceram um total de
432

pessoas durante a ditadura militar no Brasil

Foram presidentes do Brasil durante o período de ditadura os seguintes militares:

  • Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco (1964 - 1967): primeiro presidente do período e considerado um dos orquestradores do Golpe, junto do General Costa e Silva.
  • General Artur da Costa e Silva (1967 - 1969): conhecido por decretar o AI-5
  • General Emílio Garrastazu Médici (1969 - 1974): responsável pelo período de maior repressão da ditadura.
  • Ernesto Geisel (1974 - 1979): iniciou um processo de abertura política.
  • João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979 - 1985): responsável por dar continuidade ao processo de abertura e pela Lei da Anistia.
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Lei da Anistia

Sancionada em 1979, foi um perdão legal concedido a pessoas que cometeram crimes políticos ou conexos entre 1961 e 1979. A lei, além de permitir o retorno de exilados e a reintegração de presos políticos, anistiou os crimes cometidos por agentes do Estado neste período.

Como vimos, um conjunto de fatores levou ao Golpe de 1964. O apoio externo dos EUA foi crucial para que o golpe fosse concluído. A Lei da Anistia, apesar de controversa em não responsabilizar os agentes do Estado, foi o primeiro passo para o fim do regime ditador e a redemocratização do país.

Conheça a Revolta da Vacina e o contexto histórico que levou a população às ruas.

Características da Ditadura Civil-Militar no Brasil

Algumas características marcaram o período de ditatura militar no nosso país. Além das medidas autoritárias implementadas pelos presidentes-generais através de Atos Institucionais, decretos que se sobrepunham a Constituição Brasileira e serviam como base legal para a repressão, havia muita censura e repressão.

O período de ditadura privou as pessoas de direitos básicos. | Imagem: Jorono - Pixabay

Não havia liberdade de imprensa, nem artística ou de expressão. Opositores ou a resistência ao regime como estudantes, artistas, jornalistas e políticos foram severamente perseguidos, presos, torturados, exilados, em muitos casos foram mortos ou desapareceram.

Foi criado o Departamento de Operações Internas - DOI para coordenar e realizar a repressão e a perseguição aos opositores.

Os partidos políticos que existiam no país foram dissolvidos e apenas dois foram permitidos:

Arena - Aliança Renovadora Nacional: que apoiava o governo.

MDB - Movimento Democrático Brasileiro: que era a única oposição permitida mas que tinha uma atuação bem limitada.

A ditatura também contou com um período conhecido como o Milagre Econômico, entre os anos de 1968 e 1973 em que houve um crescimento acelerado da economia brasileira, seguido por uma grave crise na década de 80. O período coincidiu com a fase mais repressiva do regime, chamada de "Anos de Chumbo". O sucesso econômico serviu como uma propaganda para legitimar a permanência dos militares no poder. Alguns fatores contribuíram para esse crescimento acelerado:

  • Intervenção Estatal
  • Grandes Obras: investimento em obras como a Rodovia Transamazônica, a Ponte Rio-Niterói e a Usina Hidrelétrica de Itaipú, movimentando a construção civil e gerando empregos.
  • Abertura ao Capital Estrangeiro com entradas de empresas no país.
  • Controle da inflação
  • Repressão salarial: manutenção dos salários em um patamar baixo para aumentar a margem de lucro das empresas.
  • Cenário Internacional favorável facilitou o crescimento industrial brasileiro.

Apesar do sucesso nos índices macroeconômicos, o chamado "Milagre Econômico" aumentou a dívida externa brasileira, acentuou a desigualdade social beneficiando apenas a elite e marginalizando parte da população. Não demorou muito para a bolha estourar iniciando um período de alta inflação e crise econômica, que acabou contribuindo para a queda da Ditadura.

Conheça a história e a importância do movimento separatista chamado de Conjuração Mineira, motivado principalmente pelos abusos do governo português durante a queda do Ciclo do Ouro.

O fim da Ditadura Militar e o período de redemocratização

Com o fim do chamado Milagre Econômico e o declínio do regime, com alta inflação e uma forte crise econômica o Regime Militar começa seu declínio nos anos de 1980. Há uma forte pressão por democracia, com manifestações da sociedade.

A redemocratização começa a acontecer a partir da caminha das Diretas Já em 1984, o movimento popular que pedia eleições diretas para presidente. Em 1985, a eleição indireta de Tancredo Neves marca o fim do regime militar no Brasil.

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Eleição e morte de Tancredo Neves

Apesar de ter sido eleito, Tancredo Neves não assumiu a presidência, pois morreu em 21 de abril de 1985 vítima de complicações cirúrgicas. Seu vice, José Sarney, tornou-se então a primeiro presidente civil após 21 anos de regime militar;

No ano de 1988 foi publicada a Constituição Federal, conhecida como a "Constituição Cidadã", que restabeleceu os direitos fundamentais dos brasileiros.

Apesar de ser sido instalada a Comissão da Verdade entre 2012 e 2014 que investigou os crimes cometidos no período da ditadura, nenhum dos responsáveis foi punido devido à Lei da Anistia de 1979. Embora comprovada todas as violações de direitos humanos e as inúmeras mortes e desaparecimentos, além dos milhares de torturados, nenhum dos militares foi preso ou condenado.

O que podemos concluir é que a Ditadura Militar Brasileira deixou marcas profundas na sociedade. O Golpe de 1964 não foi apenas uma intervenção militar, mas um projeto político apoiado por diversos setores civis, caracterizando uma ditadura civil-militar no Brasil. Apesar do crescimento econômico em alguns momentos, o período foi marcado principalmente pela repressão e violência.

Quem não conhece o passado está condenado a repeti-lo.

George Santayana

Entender a Ditadura Militar Brasileira e esse período da nossa história é essencial para evitar que erros semelhantes se repitam. Para fortalecer a nossa democracia e manter a república democrática brasileira viva é importante compreender o impacto de um regime ditador para a sociedade e economia!

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Camila Reis

Administradora, Mestre em Economia e Gestão da Inovação, mineira, mãe. Apaixonada por viagens e pela vida, me arrisco na cozinha, amo ler, conhecer pessoas e passear em dias frios com sol.