Quais são os maiores grafiteiros de Belo Horizonte? O grafite em Belo Horizonte tem uma história marcada por artistas que transformaram a paisagem urbana da cidade em uma galeria a céu aberto.
Nos anos 1980, o grafite começou a ganhar espaço na capital mineira, inicialmente influenciado pelo movimento hip-hop e pela pichação. Com o tempo, a arte de rua evoluiu, incorporando diversas técnicas e estilos.
Entre os maiores nomes do grafite em Belo Horizonte, destacam-se os artistas Rogério Fernandes, Nilo Zack, e Fernando Fonseca, conhecido como Feik. Rogério Fernandes é famoso por suas obras que misturam elementos da cultura popular brasileira com uma estética única e detalhada. Suas criações podem ser vistas em diversos pontos da cidade, como o mural na Praça da Savassi.

Nilo Zack é conhecido por seus murais de grande escala e pelo uso de cores vibrantes. Suas obras retratam figuras humanas e animais, explorando temas de natureza e urbanidade. Um de seus trabalhos mais icônicos é o mural na Avenida dos Andradas, que se tornou um ponto de referência na cidade.
Feik é outro em nossa lista de artistas de arte urbana brasileiros, cujas obras se destacam pela técnica apurada e pelas mensagens sociais e políticas. Seu mural na Rua Sapucaí é um exemplo de como o grafite pode ser uma ferramenta de reflexão e transformação social.
E, claro, no artigo de hoje, separei os principais nomes de grafiteiros em BH.
Clara Valente
Clara Valente é uma grafiteira e artista plástica de Belo Horizonte, conhecida por suas intervenções urbanas e pinturas de paisagens. Nascida na capital mineira e formada em Artes Plásticas pela Escola Guignard, iniciou sua carreira artística nos anos 1990, dedicando-se inicialmente à pesquisa e pintura em ateliê. Sua especialização em Desenho e seu trabalho contínuo em pintura culminaram na transição para o espaço urbano nos anos 2000.
Como muralista, Clara Valente transformou diversos espaços em Belo Horizonte com suas obras vibrantes e poéticas. Um de seus projetos notáveis é "A Ilha Major", um mural que se destaca pela sua complexidade e beleza visual. Outro projeto é o "Atentado Poético", realizado na Fundação Torino, onde Clara utiliza sua arte para provocar reflexões e emocionar o público.
Desde 2012, Clara é uma das artistas representadas pela galeria Quartoamado, onde suas obras têm sido continuamente exibidas e apreciadas. Sua exposição individual "Primavera Tropical" na QA Savassi destacou suas pinturas e colagens, revelando a profundidade e a versatilidade de sua arte.
Um dos trabalhos recentes de Clara foi o mural da Funarte, no Centro de BH, em homenagem à artista plástica Yara Tupynambá.
Estado de Minas
Clara Valente chama atenção por suas intervenções urbanas que combinam elementos naturais e abstratos, criando uma conexão harmoniosa entre a arte e o ambiente urbano. Suas obras são caracterizadas por listras e flores, trazendo vida e cor aos espaços cinzentos da cidade.
A muralista tem contribuído para a cena artística de Belo Horizonte, enriquecendo o patrimônio cultural da cidade com sua visão única e sensibilidade artística.
Instagram: @clara8valente
Rogério Fernandes
Rogério Fernandes é um dos grafiteiros mais influentes de Belo Horizonte, conhecido por suas obras que misturam elementos do cordel nordestino com temas contemporâneos. Nascido no Piauí e criado em diversas partes do Brasil, escolheu Belo Horizonte como sua casa, onde tem deixado uma marca na cena artística urbana.
Com mais de duas décadas de carreira, tem um estilo distinto caracterizado por contornos marcantes e um uso vibrante de cores. Um de seus trabalhos mais notáveis é o mural na Faculdade de Engenharia de Minas Gerais (Feamig), onde utilizou o grafite para transformar o ambiente acadêmico. Suas obras na Feamig são uma mistura de personagens populares e ícones históricos, abordando temas como amor, respeito e diversidade.
Outro projeto de Rogério é a fachada do prédio do Grupo Corpo, onde ele criou um mural que retrata um balé entre animais, vegetais e seres humanos, simbolizando harmonia e movimento. Esse trabalho, realizado com pincel e tinta, marcou um ponto de virada na arte urbana de Belo Horizonte, trazendo maior visibilidade e aceitação para o grafite na cidade.

Rogério também é conhecido por suas contribuições ao CentoeQuatro, um espaço cultural no centro de Belo Horizonte. Inspirado pela peça "Romeu e Julieta" do Grupo Galpão, ele pintou murais que capturam a essência do teatro e da dança, utilizando imagens oníricas como sereias e bailarinas.
A arte de Rogério Fernandes não se limita aos muros e prédios. Afinal, também trabalha com esculturas de parede em MDF, cortadas a laser e pintadas à mão. Seu trabalho é uma celebração da cultura popular nordestina e um testemunho de sua habilidade em transformar espaços urbanos em galerias a céu aberto.
Instagram: @rogeriofernandes
Raquel Bolinho
Raquel Bolinho, nascida Maria Raquel em Itabira, é a talentosa artista por trás do personagem Bolinho que enfeita os muros de Belo Horizonte. Desde 2009, Raquel tem transformado a paisagem urbana com suas criações, trazendo alegria e cor para os moradores e visitantes da capital mineira.

Com formação em Letras pela UFMG e estudos em Artes Visuais na Escola de Design da UEMG, Raquel encontrou no grafite uma maneira de expressar sua criatividade e conectar-se com o público.
O personagem Bolinho, sempre alegre e colorido, conquistou os corações dos belo-horizontinos e tornou-se um símbolo reconhecível da arte urbana da cidade. Bolinho comemora 14 anos de existência, um marco celebrado com uma exposição no Museu de Artes e Ofícios, na Praça da Estação. A exposição, intitulada "Beagá é quem?", apresenta colaborações de Raquel com outros artistas locais.
Raquel explica que a ideia da exposição surgiu como uma forma de apresentar ao público do Bolinho outros talentos da arte urbana. Cada tela exposta foi criada em parceria com outro artista, unindo estilos e técnicas para criar obras envolventes. Entre os colaboradores, destaca-se Goma, outro nome importante do grafite de Belo Horizonte, que também tem uma sala dedicada à mostra.
A exposição no Museu de Artes e Ofícios celebra o Bolinho e promove a interação e a visibilidade de diversos artistas, fortalecendo a comunidade artística local. Com mais de 600 obras espalhadas por Belo Horizonte, Itabira e São Paulo, Raquel Bolinho continua a inovar e inspirar, consolidando seu lugar como uma das principais figuras do grafite contemporâneo.
A arte de Raquel Bolinho transcende os muros da cidade, alcançando espaços como o Aeroporto Internacional Tancredo Neves e a Cidade Administrativa. Além de sua carreira como grafiteira, Raquel administra a Loja Virtual Quero Bolinho e organiza o Bazar do Bolinho, um evento semestral que reúne milhares de fãs.
Seu trabalho é um testemunho de como a arte urbana transforma e enriquece o ambiente urbano, criando conexões entre a cidade e seus habitantes.
Instagram: @querobolinho
Que tal explorar também a lista dos melhores grafiteiros no Rio de Janeiro?
Criola
Criola, nascida Tainá Lima, é uma grafiteira e artista visual de Belo Horizonte conhecida por suas obras que exaltam a cultura afro-brasileira e a representatividade feminina. Desde criança, Tainá foi atraída pelas expressões artísticas urbanas. Em 2008, ela começou a estudar arte formalmente e, em 2012, passou a realizar seus próprios grafites, utilizando o nome artístico Criola.
O trabalho de Criola tornou-se uma ferramenta de empoderamento e luta política. Seus murais frequentemente retratam mulheres negras em cenas de força e beleza, utilizando uma paleta de cores inspirada nas matrizes africanas. "A figura da mulher negra é forte no meu trabalho porque é fruto do que eu vivo", afirma Criola. Seus grafites são mais do que apenas arte; são declarações políticas contra o racismo e a discriminação de gênero.
Um dos murais mais impressionantes de Criola é "Híbrida Astral – Guardiã Brasileira", pintado em 2018 como parte do festival CURA (Circuito Urbano de Arte) em Belo Horizonte. Com 1365 metros quadrados, a obra é uma homenagem às mulheres e aos povos originários brasileiros, celebrando sua conexão espiritual com a natureza.
Este mural, localizado na Rua São Paulo, no centro da cidade, tem sido objeto de controvérsia devido a um processo judicial movido por um morador que quer a remoção da pintura.
Além de sua carreira no grafite, Criola é uma voz ativa na promoção da arte urbana como meio de transformação social. Acredita que o grafite pode mudar percepções e ajudar as pessoas a reconhecer e valorizar sua própria beleza e força. "As mulheres negras estão se amando mais, estão mais conscientes da sua origem e do seu poder", diz a artista.
Instagram: @criola___
Thiago Mazza
Thiago Mazza é um dos grafiteiros mais conhecidos de Belo Horizonte, chamado atenção por suas obras que mesclam a fauna e a flora com uma explosão de cores e detalhes. Formado em Design Gráfico pela UEMG, começou a pintar em 2011, aprendendo técnicas com amigos grafiteiros e desenvolvendo um estilo próprio. Suas pinturas são caracterizadas pelo uso de contornos pretos que delineiam figuras de animais, plantas e elementos fantásticos.
O trabalho de Mazza pode ser visto em diversos pontos da capital mineira, como na entrada do Galpão Cine Horto e em painéis de grandes eventos. Ele também deixou sua marca em um hotel no Centro e em capas de discos.
Seu mural "O Galo e a Raposa", de 450 metros quadrados, pintado na fachada do edifício Satélite durante o festival CURA em 2017, é um dos destaques de sua carreira. A obra retrata uma cena da fábula do galo e da raposa, representando os mascotes dos dois principais times de futebol de Belo Horizonte.
Mazza já participou de residências artísticas e festivais de arte urbana na Europa e América Latina, incluindo o Artaerorap na Espanha, o Stenografia na Rússia, o UpFest na Inglaterra e o IPAF Festival no México. Em Monterrey, ele realizou a maior pintura de sua carreira, cobrindo 500 metros quadrados de superfície.
O artista é grande apreciador dos traços de Ernst Haeckel, Hieronymus Bosch, Salvador Dalí e Pablo Picasso, além de influências da art nouveau. A confusão entre seu trabalho e o grafite tradicional não o incomoda, pois ele valoriza a arte de rua como uma forma digna de popularizar a arte e engajar a comunidade local.
Para Mazza, o retorno do público, especialmente dos moradores de rua que se sentem prestigiados por suas obras, é uma das maiores recompensas de seu trabalho.
Instagram: @mazzolandia
E na sua opinião, quais são os melhores grafiteiros em Belo Horizonte?