A Revolução Francesa é o acontecimento central da história moderna
Alexis de Tocqueville
A Revolução Francesa foi um movimento revolucionário que ocorreu entre 1789 e 1799. O seu acontecimento foi motivado pela insatisfação popular que acometia a França no final do século XVIII. Essa insatisfação era decorrente de crises políticas, econômicas e sociais.
Os efeitos da Revolução Francesa ultrapassaram fronteiras e transformaram a estrutura cultural, social e política de diversos países. As ideias de direitos, igualdade e liberdade foram difundidas, assim como se seu o fim do absolutismo e dos privilégios da nobreza.
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A partir disso, surgiu um sistema de Estado mais moderno, com igualdade perante a lei, cidadania e constituição. Isso significa que esse movimento revolucionário mudou a história mundial de forma profunda, promovendo democravia, cidadania e ganho de direitos. Dito isso, vamos saber mais sobre a Revolução Francesa, a instituição da Primeira República Francesa e o Império Francês? Saiba mais através da leitura!
Causas da Revolução Francesa
No final do século XVIII, a desigualdade social na França era extrema, havendo uma divisão social em três estados: o clero e a nobreza no primeiro e segudo estados e a burguesia, os camponeses e o povo no terceiro estado. Enquanto o primeiro e o segudo estado contava com vários privilégios e pagava poucos impostos, o terceiro estado quase não tinha direitos e pagava a maior parte dos tributos.
Além dessa situação de desigualdade social, a situação econômica da França era crítica. O país estava com dívidas enormes, tanto pela participação em guerras, como a Guerra dos Sete anos, quanto pela ajuda financeira dada aos Estados Unidos para a conquista da sua independência.
Além disso, em 1789, houve um grande aumento no preço dos alimentos. Nesse ano, o inverno foi rigoroso e o verão foi seco e ocorreram grandes tempestades que destruíram as plantações. Essas questões ambientais levaram à queda na produção do trigo, que era a base da alimentação do povo francês, gerando escassez de alimentos.
Com a queda da produção do trigo, o principal alimento consumido na França, o pão, teve o seu preço aumentado drasticamente. Em algumas partes da França, o preço dobrou ou triplicou. Com isso, se alastrou a fome no país francês.
A escassez de alimentos, os altos tributos cobrados pela nobreza e a desigualdade social fizeram o povo francês clamar por mudanças na organização política e social da França. Vale ressaltar que o povo francês, nessa época, especialmente os burgueses, também estava movido por ideais: o pensamento iluminista, que defendiam a igualdade perante a lei, a liberdade individual e a queda do absolutismo monárquico. Entendeu as causas Revolução Francesa?
Iluminismo na Revolução Francesa
O iluminismo foi um movimento intelectual que propagou um conjunto de ideias filosóficas. Essas ideias inspiraram os burgueses, os camponeses e o povo quanto ao questionamento do Antigo Regime e ao início à Revolução Francesa.
As ideias iluministas inspiraram o povo a lutar por mudanças profundas na sociedade. O iluminismo pregava o uso da liberdade, da ciência e da razão para promover a transformação social. Com isso, o pensamento iluminista se tornou a força ideológica da Revolução Francesa.
O pensamento iluminista motivou a burguesia e o povo a conseguir igualdade perante a lei, a separação dos três poderes (legislativo, executivo e judiciário), o fim dos privilégios do clero e da nobreza, a liberdade individual, entre outros.
Os ideais iluministas defendiam a ideia de que o governo deveria fundamentar as suas ações conforme a vontade do povo - e não da nobreza. Isso significa que as decisões políticas deveriam refletir os interesses do povo, abolindo o poder absoluto da monarquia.
Os principais filósofos iluministas foram Voltaire, Rousseau e Montesquieu. Eles defendiam os direitos individuais do povo e criticavam o regime absolutista da monarquia. As ideias desses intelectuais serviram de inspiração para a criação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e da Assembleia Nacional.
Fases da Revolução Francesa
A Revolução Francesa é dividida na primeira, segunda e terceira fase. Essas frases são a Monarquia Constitucional, Convenção Nacional e Diretório. Após isso, ocorre a ascensão política de Napoleão Bonaparte, dando início o período do consulado e, posteriormente, ao império francês.
Nos anos em que Napoleão Bonaparte esteve no poder, ocorreram diversas guerras napoleônicas. Veja mais sobre o processo revolucionário francês e as fases Revolução Francesa:
de 1789 a 1792
Monarquia Constitucional
O início simbólico da Revolução Francesa se deu com a queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789. Nesse mesmo ano, ocorreu a assembleia Estados Gerais, e foi criada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, a qual definiu princípios sociais de igualdade perante à lei, fraternidade, liberdade, entre outros. A partir de 1791, a monarquia da França passou a ser constitucional, com limitação do poder do rei, implementação do voto censitário e fortalecimento da assembleia.
de 1792 a 1795
Convenção Nacional e Primeira República Francesa
A Convenção Nacional marca o fim da monarquia e o início da república da França, uma vez que essa assumiu o poder após a queda do rei Luís XVI. No início desse período, houve o julgamento, a condenção e a execução de Luís XVI na guilhotina, em 1793. Entre 1793 e 1794, ocorreu o Período do Terror.
de 1795 a 1799
Diretório
O fim da Convenção Nacional e a queda do Robespierre levaram ao início do Diretório. Nesse período, foi criada a constituição de 1975, e a França passou por uma forte crise econômica, com falta de alimentos e alta inflação. Várias revoltas internas também ocorreram nessa época, e a dependência do excército levou os militares a ganharem força política. Com isso, se deu a ascensão de Napoleão Bonaparte. O fim do diretório ocorreu em 1799, com o golpe do 18 Brumário.
Primeira fase da Revolução Francesa: Monarquia constitucional (de 1789 a 1792)
O período da Monarquia Constitucional foi uma fase marcada pela tentativa de manutenção da monarquia com a implementação de uma constituição. Assim, se buscava iniciar um governo embasado em leis, participação política e limitação da monarquia.
Em 1789, a assembleia aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, promovendo princípios da fraternidade, da igualdade e da liberdade. Apesar da nobreza e do rei Luís XVI não aprovar e ameaçar o terceiro estado por conta dessa declaração, as manifestações populares, como a queda da Bastilha, levaram a monarquia a reconhecer a Assembleia Nacional Constituinte, assim como a declaração criada.
Essa declaração promoveu a Liberté, égalité, fraternité
Em 1791, A Assembleia Nacional Constituinte criou a constituição de 1791, dando início a uma monarquia com poderes limitados e um parlamento legislativo. A partir dessa constituição, o funcionamento do governo francês passou a ser regulado por leis.
Com isso, o monarca não poderia mais tomar decisões com base na sua vontade pessoal. Havia uma lei maior, e ele teria que tomar suas decisões com base na constituição francesa. Assim, o rei Luís XVI teve o seu poder monárquico reduzido.
Os poderes limitados do rei Luís XVI impediam que ele governasse acima da constituição. Por exemplo, ele não podia mais criar impostos sem que o poder legislativo aprovasse, conforme as leis da constituição.
Nessa constituição, o voto censitário foi instituído. Porém, esse voto não era universal, uma vez que apenas cidadãos, que pagavam um valor mínimo de impostos e tinham uma renda considerada mínima, tinham direito ao voto.
Além disso, os eleitores tinham que ser homens maiores de 25 anos. Esses eram considerados "cidadãos ativos". Isso significa que a maior parte do terceiro estado não teve direito ao voto, fazendo com que esse direito se restringisse praticamente apenas à burguesia.
Esse período teve muitas desavenças entre o povo e a nobreza, uma vez que o terceiro estado apresentava desconfianças em relação ao rei. Essa crise política fez o rei Luís XVI tentar fugir junto à sua família. Porém, eles foram capturados e tiveram que retornar para Paris.
Por conta dessa atitude do rei, a população francesa passou a considerá-lo "traidor da revolução". A sua imagem pública foi "manchada". Essa essa má imagem pública junto ao caos interno instaurado na França levou à queda da monarquia em 10 de agosto de 1792. Assim, a república foi proclamada na França e a Convenção Nacional passou a administrar o país francês.
O que foi a queda da Bastilha, em Paris?
A queda Bastilha foi construída para ser uma fortaleza, mas depois passou a ser uma prisão em Paris. A Bastilha era vista como um símbolo do absolutismo da monarquia e da repressão política imposta pelo rei, uma vez que a nobreza determinava a prisão de pessoas contrárias à monarquia na Bastilha sem haver qualquer julgamento.
Por conta de tal simbologia, no dia 14 de julho de 1789, uma multidão de artesãos, trabalhadores e membros da Guarda Nacional invadiram a Bastilha. Essa invasão ocorreu porque essa multidão queria obter armas e pólvora.
Além disso, eles também estavam lá em forma de protesto, reividicando o preço dos alimentos e o alto índice de desemprego. Em algumas horas, essa multidão conseguiu tomar a Bastilha. Essa foi considerada a primeira vitória do povo na Revolução Francesa.
Após a tomada da Bastilha, o rei Luís XVI recuou as suas ações, retirando tropas de Paris que tinham sido enviadas pela monarquia e reconhecendo a instituição da Assembleia Nacional Constituinte. Assim, essa assembleia foi consolidada na França.
Segunda fase da Revolução Francesa: Convenção Nacional e Primeira República Francesa (de 1792 a 1795)
Uma das fases mais intensas da Revolução Francesa foi a da Convenção Nacional. No dia 21 de setembro de 1792, a Convenção Nacional deu fim à monarquia e proclamou a primeira república francesa. Assim, o antigo regime foi abolido da França.
A Convenção Nacional julgou o rei Luís XVI e o condenou por traição, uma vez que ele teve atitudes que conspiraram contra à nação. A sua condenação ocorreu em janeiro de 1793, e em 21 de janeiro, o rei foi executado na guilhotina. Meses depois da execução do rei Luís XVI, a rainha Maria Antoniete também foi executada.
Dentro da Convenção Nacional, a disputa ficou acirrada entre os jacobinos e girondinos. Dentro desse ambiente político, havia tanto o grupo político dos girondinos, que eram mais moderados, quanto o grupo dos jacobinos, que eram mais radicais.

Enquanto os girondinos defendiam ideais favoráveis ao liberalismo, os jacobinos lutavam por uma maior intervenção do Estado. Nessa disputa, os jacobinos tomaram o controle da Convenção Nacional em 1793, removendo a participação dos membros dos girondinos.
Quem eram os jacobinos e girondinos?
Os jacobinos e girondinos foram grupos políticos que fizeram parte da Revolução Francesa, assim como os sans culottes. Os girondinos eram o grupo político dos moderados, sendo formado por comerciantes, advogados, intelectuais e burgueses liberais. Eles defendiam o liberalismo econômico e as liberdades individuais.
Os jacobinos, por sua vez, eram o grupo político dos moderados, sendo formado por líderes populares, profissionais urbanos, pequenos burgueses e também intelectuais. As ideias dos jacobinos se voltavam à maior intervenção estatal na economia e à implementação de políticas sociais para a população mais baixa.
Alguns nomes do grupo político dos jacobinos se tornaram bem populares nesse período, como Maximilien Robespierre e Saint-Just. Esses líderes tomaram diversas decisões em relação ao governo francês nesse período.
Após os jacobinos tomarem o poder da Convenção Nacional, como falamos anteriormente, se deu o início do período do Terror, que durou entre 1793 e 1794. Nesse período, houve revoltas internas, guerras externas, inflação e fome.
Diante dessa situação, os jacobinos instauraram o Comitê de Salvação Pública, o qual os concedia poderes considerados quase ditatoriais. As pessoas suspeitas de agirem contra a Revolução Francesa eram presas, podendo ser julgadas e executadas na guilhotina.
Por conta dos julgamentos rápidos, do radicalismo e da extrema violência, o governo jacobino passou a gerar medo nas pessoas, inclusive em seus próprios membros. Para dar fim a esse período de terror, Robespierre, que era um dos líderes dos jacobinos, foi preso e executado, em 27 de julho de 1794 (chamado de Golpe do 9 termidor). Depois disso, se iniciou a fase do Diretório.
Apesar da violência presente nesse período da Convenção Nacional, algumas medidas positivas foram implementadas, como a abolição da escravidão nas colônias francesas, as reformas no setor da educação e a implementação de uma política de controle de preços de alguns alimentos.
A história trágica do rei Luís XVI de França
O rei Luís XVI de França teve uma história trágica, principalmente devido ao seu fim. O período que ele ficou no poder foi marcado por crises econômicas, políticas e sociais. Havia problemas voltados à fome e às dívidas, além da implosão de diversas revoltas populares.
Por conta desses problemas e a má gestão de Luís XVI, o poder do monarca rapidamente foi enfraquecido. A sua imagem ficou ainda mais manchada quando ele tentou fugir para organizar um movimento contra a Revolução Francesa, em 1791.
A abolição da monarquia francesa ocorreu em 1792, e Luís XVI foi preso, havendo o seu julgamento e a sua execução em 1793. Em 21 de janeiro, ele foi executado na guilhotina em Paris. Um tempo depois, Maria Antonieta, a antiga rainha, também foi executada na guilhotina.
Terceira frase da Revolução Francesa: Diretório (de 1795 a 1799)
Depois do período do Terror e da queda dos jacobinos, se iniciou o período do Diretório, em 1795. O Diretório concentrou-se na restauração da estabilidade social e econômica do país francês. Vale destacar que o período do Diretório durou apenas cerca de 4 anos, e que a burguesia moderada assumiu o poder.
Esse período da Revolução Francesa teve um governo instável, com problemas voltados à pressão militar, corrupção e conflitos internos e externos. Havia também fome, inflamação e desemprego assolando o país nessa época.
Além disso, as decisões do governo eram fundamentadas nos interesses da alta burguesia francesa. Existia nitidamente um temor em relação à volta da monarquia e a tomada de poder pelos jacobinos durante o Diretório.
Por conta dos conflitos internos e externos e das constantes ameaças e da incapacidade do governo di Diretório em estabilizar o país, o exército ganhou força. Alguns comandates do exército se destacaram nesse período.
Entre eles, estava Napoleão Bonaparte, que implementou o Golpe do 18 Brumário, derrubou o Diretório e instaurou o Consulado, assumindo o poder político da França. Dessa forma, se encerrou a terceira fase da Revolução Francesa.
Quem foi Napoleão Bonaparte?
Napoleão Bonaparte foi um dos principais líderes da história moderna. A genialidade militar de Napoleão o fez se destacar no exército francês. Além de militar, ele também foi cônsul e imperador francês. No mais, ele também ganhou diversas guerras revolucionárias, mais conhecidas como "guerras napoleônicas".

Como general, Napoleão Bonaparte foi brilhante, alcançando a vitória na Campanha da Itália, na Camanha do Egito e nas Guerras Napoleônicas. Ele se destacou principalmente pela sua inteligência tática. Além disso, Napoleão era um grande líder político, se destacando também como estadista.
Após instaurar o Consulado na França em 1799, Napoleão Bonaparte foi proclamado imperador do Império Francês. Com isso, Napoleão promoveu uma profunda reorganização no governo da França, implementando diversas medidas.
Como foi o Império Francês?
Durante o Império Francês, Napoleão Bonaparte implementou uma reforma administrativa e educacional, modernizou a economia e estabeleceu o Código Napoleônico, o qual é usado até hoje como fundamentação para muitos sistemas jurídicos modernos.
Ocorreram muitas guerras napoleônicas durante o Império Francês, nas quais Napoleão Bonaparte saiu vitoroso. Porém, ele perdeu batalhas importantes, como a guerra contra a Rússia e a batalha de Leipzig. Com isso, Napoleão abdicou do Império Francês em 1814 e foi exilado. Apesar de ter voltado à França e governado ainda por 100 dias, Napoleão foi exilado novamente e morreu em 1821.
Como as guerras napoleônicas contribuíram com a expansão dos ideais revolucionários?
Quando conquistou parte da Europa através das vitórias nas guerras napoleônicas, Napoleão disseminou os ideais revolucionários da Revolução Francesa. Ele compartilhou pensamentos e ideais como igualdade das pessoas perante a lei e fim dos privilégios do clero e da nobreza.
Nos territórios conquistados pelas guerras napoleônicas, Napoleão Bonaparte introduziu o Código Napoleônico e enfraqueceu as monarquias absolutistas. Com isso, muitos povos europeus passaram a lutar pelois direitos individuais, pela liberdade e pela cidadania.
Consequências da Revolução Francesa para a França e para o mundo
As consequências da Revolução Francesa para a França foram a abolição do antigo regime. Esse regime contava com privilégios para o clero e a nobreza e estruturava a sociedade através de estamentos (primeiro, segundo e terceiro estado).
Com a Revolução Francesa, o governo francês implementou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, promovendo princípios como liberdade individual, soberania popular e igualdade dos cidadãos perante a lei. No mais, também foram implementadas várias reformas jurídicas, administrativas e educacionais.
Para o mundo, houve a difusão de princípios importantes, como o da igualdade, liberdade e cidadania. Se incentivou o fim do absolutismo em diversos outros países, assim como houve a promoção do nacionalismo moderno. Além disso, o código napoleônico se expandiu por vários países. Entendeu as consequências Revolução Francesa?
E aí, gostou de aprender sobre a história da Revolução Francesa resumo e entender como foi instuída a Primeira República Francesa e o Império Francês? Se você quer estudar ainda mais essa parte histórica, acompanhe aulas de história particulares e saiba mais!


















