A ancestralidade sempre nos ensinou que o sentido da vida é o coletivo.

Sônia Guajajara

A riqueza cultural do Brasil vai muito além das suas praias deslumbrantes, do carnaval e suas festas populares. No coração da nossa identidade nacional estão as tribos indígenas, que são verdadeiras guardiãs de tradições milenares, conhecimentos ancestrais e uma profunda conexão com a nossa natureza. A preservação cultural desses povos não é apenas uma questão de respeito à nossa diversidade cultural, como uma necessidade urgente para mantermos viva a história e a sabedoria que moldaram a construção do nosso país.

No decorrer desse guia, vamos explorar sobre a importância de proteger a cultura indígena e os desafios que são enfrentados por essas comunidades, e como cada um de nós é uma peça fundamental para essa causa tão importante e necessária. Descubra um pouco mais sobre toda a influência e importância da cultura indígena para a formação da nossa cultura e identidade nacional.

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Principais lendas e histórias dos povos indígenas

Muito mais do que mitos folclóricos, as histórias e lendas indígenas, que são passadas de geração para geração, fazem parte da nossa cultura popular. Os mitos indígenas são carregados de sabedoria ancestral e possuem uma narrativa sagrada. Transmitem valores e ajudam a preservar a identidade cultural e ensinamentos milenares.

Alguns mitos estão ligados a preservação da natureza, como o Curupira, guardião das florestas e a Caipora, guardiã dos animais. O Curupira é um ser místico, normalmente descrito por ter o cabelo de fogo e os pés ao contrário para confundir os caçadores, dotado de uma grande força física e que persegue os que pretendem destruir as florestas. A Caipora é responsável por perseguir caçadores que matam mais do que o necessário para comer, sendo uma guardiã dos animais.

Ainda há lendas que contam a origem de frutos ou alimentos importantes para o sustento e alimentação dos indígenas, como a lenda da mandioca e a lenda do guaraná. Outras lendas são histórias de amor que terminam com um fim trágico como a lenda da vitória-régia e a lua e a lenda do pássaro uirapuru.,

Há lendas que envolvem figuras místicas como a Iara, a Mãe D'água, que apesar de ser uma lenda com bastante popularidade entre os indígenas, provavelmente foi introduzida na nossa cultura pelos europeus. Outro mito curioso é o do boto cor-de-rosa que transforma-se em um charmoso e bem vestido jovem para seduzir jovens solteiras nas festas juninas.

Essas são só algumas das histórias que contam um pouco da nossa cultura, que é tão rica e múltipla, e tem influência de várias etnias.

Os instrumentos musicais dos povos originários

A música é uma marca importante da cultura dos povos indígenas brasileiros. E a música dos índios tem o ritmo marcado por instrumentos musicais indígenas fabricados há muitos e muitos anos, e passados de geração para geração.

As danças circulares praticadas nos rituais indígenas ocupam um lugar de destaque nas comunidades espelhadas pelo país. Elas são usadas para promover uma conexão com a natureza como a dança da chuva. São usadas em rituais de morte, nascimento ou ainda de socialização, celebrações e homenagem aos ancestrais.

Imagens de maracás indígenas decorados.
Os maracás são muito populares entre os indígenas. | Imagem: Gonzalo de Martorell - Pixabay

Os instrumentos musicais usados nessas danças e ritos são diferentes de acordo com cada etnia mas possuem alguns pontos em comum. Todos são fabricados com materiais disponíveis na natureza e ressaltam a forte conexão dos povos originários com o ambiente em que vivem.

A maioria dos indígenas associam a música a um universo mágico e que transcende o plano material. A música tem uma ligação forte às tradições a aos rituais religiosos, de fé e cura promovido pelos índios.

A lista dos instrumentos musicais indígenas mais comuns é composta por:

  • Maracá: uma espécie de chocalho feito de cabaça seca com sementes ou pedras, fixada em um cabo de madeira.
  • Tambores: feitos a partir de troncos e membrana ou couro de animais.
  • Pau-de-chuva: longo canudo de bambu com sementes no interior que produz um som semelhante ao barulho de chuva ao ser inclinado.
  • Máscaras que tocam: algumas tribos costumam usar máscaras nas suas cerimônias e é comum que elas sejam trabalhadas com itens que produzem algum som ao serem balançadas.
  • Cintos sonorizados: os cintos feitos com tramas naturais e sementes são usados nas celebrações e produzem um som conforme o movimento do bate-pé.
  • Flautas indígenas: feita de bambu, possuem diferentes formatos. Algumas possuem uma única abertura e outras possuem furos laterais.
  • Reco-reco: feito normalmente a partir do casco da tartaruga.

Preservar e conhecer os instrumentos musicais indígenas e transmitir esses ensinamentos e técnicas é uma forma de garantir que as gerações futuras terão acesso a essa cultura tão rica e valiosa que faz parte da nossa formação como sociedade.

Dia dos Povos Indígenas: a importância do 19 de Abril

O antigo Dia do Índio, implementado em 1943 pelo então presidente da república Getúlio Vargas no dia 19 de abril, passou por uma ressignificação. Em 2022, a Lei Federal 14.402/22 passa a chamar o dia 19 de abril como o Dia dos Povos Indígenas.

Esse marco da mudança do nome tem como principal objetivo deixar claro a diversidade das culturas dos povos originários e ressaltar de forma simbólica o valor dos povos indígenas para a sociedade brasileira. Mas esse não é apenas um dia de celebração da cultura indígena, é uma data importante para relembrar a importância de um povo tão marginalizado e que ainda hoje sofre diante da exploração das suas terras para a mineração ou o agronegócio.

Imagem de uma comunidade ribeirinha em pequenas embarcações.
As comunidades indígenas convivem em harmonia com o meio ambiente. | Imagem: Deb Dowd - Unsplash

Atualmente, a população indígena brasileira tem cerca de 300 etnias e uma população de 1,7 milhões. Estima-se que antes da chegada dos colonizadores, existiam mais de 1000 etnias e 5 milhões de habitantes no nosso território. Ao longo dos séculos, os povos indígenas enfrentaram violências, a escravidão, as doenças antes desconhecidas e a perda do seu território, resultando nessa redução drástica da população indígena e consequentemente da sua cultura, já que tribos inteiras foram completamente extintas.

Apesar de alguns avanços legais relacionados a preservação da terra indígena no Brasil, esse grupo ainda enfrenta inúmeros desafios no acesso à direitos básicos, principalmente a exploração ilegal do seu território muitas vezes incentivada pelo garimpo, extração de madeira e agronegócio irresponsável.

Ao valorizarmos a arte e a cultura indígena, apoiarmos fundações de apoio à essas comunidades como a FUNAI e pressionar os governantes para a criação e fiscalização do cumprimento das políticas públicas de proteção do território indígena, já estamos fazendo a nossa parte para garantir a preservação dos povos originários e da sua cultura.

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Termos indígenas que estão presentes no vocabulário brasileiro

Atualmente a nossa língua oficial é o português, trazida para o nosso território pelos exploradores e colonizadores. Mas os indígenas que por cá viviam tiveram uma forte influência com a introdução de alguns termos e expressões indígenas que mudaram tanto o idioma português ao porto de os próprios portugueses dizerem que falamos brasileiro.

Muitas palavras que escutamos hoje em dia são vindas de dialetos indígenas, principalmente do troco tupi-guarani. O nosso idioma é fruto da nossa rica diversidade histórica e cultural, com influência africana e indígena, o nosso português brasileiro tem algumas diferenças essenciais que nos distanciam um pouco do idioma de Camões.

As línguas indígenas são responsáveis por nomear diversos elementos da nossa fauna, flora e geografia, principalmente. Mas também influenciam profundamente na nossa forma de expressão. Veja alguns exemplos de palavras que estão presentes no nosso dicionário e vocabulários que vieram principalmente do tupi:

  • Expressões ou outras palavras como: arapuca, carioca, peteca, catapora, pindaíba, tocaia.
  • Animais da nossa fauna: tatu, sucuri, capivara, jacaré, arara
  • Elementos da nossa flora e frutos nativos: cipó, capim, mandacaru, ipê, guaraná, caju, abacaxi.
  • Nomes de estados e cidades como: Paraná, Piauí, Tocantins, Itapemirim, Paraíba
  • Itens da culinária ou ingredientes: açaí, mandioca, tapioca, catupiry, mingau, paçoca, pipoca, moqueca, pirão, tacacá, tucupi.

Esses são alguns exemplos da nossa herança linguística e reforçam a importância de reconhecer e valorizar a cultura indígena que é tão importante para a formação da nossa rica diversidade cultural.

Medicina indígena: uso de ervas medicinais e rituais de cura

A cultura medicinal a partir do uso de ervas naturais e plantas nativas da nossa flora é um verdadeiro legado na nossa cultura vindo da medicina natural dos indígenas. Você sabia que alguns dos medicamentos disponíveis hoje na indústria farmacêuticas ou cosméticos que provavelmente está no seu banheiro são originários da cultura e dos saberes dos indígenas?

Muita gente não sabe, mas esses saberes milenares e que são passados de geração para geração, a partir da observação do comportamento de animais e do uso de itens naturais para a cura, já não se resume apenas às comunidades indígenas e faz parte do patrimônio científico e cultural do nosso país.

Imagem de um farmacêutico em um laboratório
Farmacêuticos do Brasil e do mundo exploram ervas e plantas medicinais brasileiras já usadas pelos indígenas. | Imagem: National Cancer Institute- Unsplash

Os povos originários possuíam um conhecimento profundo das propriedades curativas de plantas, raízes e ervas que estão presentes na nossa natureza e biodiversidade.

A medicina indígena envolve muito mais do que o uso de ervas e plantas, eles acreditam que o processo de cura envolve corpo, mente e espírito. São feitos então rituais de cura, com o uso de cantos e danças, fumaça de ervas, banhos medicinais e chás alucinógenos. Uma figura importante nesses rituais é a do pajé, uma espécie de curandeiro ou médico dos índios que detém todo o conhecimento ancestral da medicinal da comunidade.

As propriedades energéticas do açaí e do guaraná, o caráter anti-inflamatório do óleo de copaíba, o poder cicatrizante da espinheira-santa, as substâncias repelentes de insetos da andiroba, o efeito analgésico da arnica, tudo isso são alguns dos ensinamentos medicinais que herdamos dos indígenas.

A nossa Amazônia é um verdadeiro laboratório natural, com uma rica diversidade de plantas e ervas que são amplamente utilizadas não apenas pelos indígenas, como por grandes empresas da área da beleza e da indústria farmacêutica.

É importante reconhecer e dar o devido crédito dessas descobertas à comunidade indígena, e reverter parte dos lucros com a comercialização desses produtos para a manutenção e preservação da cultura e das comunidades indígenas e do seu território.

Culinária indígena e a influência no cardápio brasileiro

Não só no nosso vocabulário e na nossa medicina que os indígenas influenciaram. Os hábitos alimentares dos brasileiros têm uma forte conexão e ligação com os hábitos alimentares e os ingredientes e alimentos da culinária indígena.

O uso de ingredientes naturais do território nacional, frutas e peixes locais, a variedade de cores, sabores, aromas e temperos disponíveis na nossa natureza, são algumas das características da culinária indígena que também foi incorporada a nossa culinária e fazem parte da cultura brasileira.

Mandiocas secando ao sol
A mandioca, muito utilizada pelos indígenas, está presente na nossa culinária diária. | Imagem: Tom Chiponge Baroque M. C. - Pixabay

Os alimentos são para os indígenas muito mais que uma forma de nutrição, são parte da sua profunda conexão com a natureza e do seu conhecimento de técnicas de caça, pesca e cozimento. É uma alimentação com respeito aos recursos naturais, sem desperdício e sustentável que tem servido de inspiração para o mundo moderno e a agricultura sustentável.

Dentre os principais pratos e ingredientes presentes nos nossos pratos e que tem origem dos indígenas podemos citar o açaí, a mandioca e seus derivados (beiju, tapioca, farinha), o milho, o pequi, o cupuaçu, o buriti, o guaraná, o pirão, o tacacá, a paçoca. A técnica do moquém, utilizada para defumar carnes e peixes, também é muito admirada e utilizada por chefs renomados.

Valorizar a culinária indígena, além de permitir conhecer novas técnicas de preparo dos alimentos e novos sabores, nos aproxima de uma cultura tão importante para a formação da nossa sociedade.

Grafismos e pinturas indígenas: uma forma de arte e expressão

A arte indígena é uma das expressões de culturais e artísticas mais ricas do Brasil. Pinturas corporais, adornos, grafismos, cerâmicas, cestas, itens de madeira, máscaras, são apenas alguns exemplos de formas de arte indígena brasileira.

O grafismo é uma das formas de arte mais representativa dos povos indígenas. Está presente nas pinturas corporais, nas paredes das moradias, nas cerâmicas e objetos artesanais. Mais do linhas e formas geométricas, os grafismos indígenas possuem significados como a representação de animais e itens da natureza. São usados para transmitir mensagens, traduzir comportamentos e visão de mundo. Fazer parte da sua identidade cultural e social.

Outra forma de expressão artística e que representa o sustento de algumas comunidades indígenas são as cerâmicas. Apesar de não estar presente em todas as etnias, em algumas regiões, como por exemplo a região de Marajó, é uma das principais fontes de renda da comunidade.

A máscara também é uma forma de arte importante da cultura e da mitologia indígena. Carregam muitos significados e são usadas em ritos e festividades. Os adornos e a arte plumária é outra marca dos indígenas brasileiros e ainda hoje muito usada em festividades como o carnaval.

O que podemos concluir é que a preservação da cultura, da arte, do vocabulário, dos ensinamentos, da culinária, da medicina e de todas as formas de expressão dos povos originários é extremamente importante para resgatar e registrar a formação da sociedade brasileira.

Ao compreendermos a importância dos povos indígenas para a preservação da nossa história e principalmente da nossa biodiversidade, estamos contribuindo para a manutenção da terra, preservação da história e da cultura do Brasil.

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Foto Camila

Camila Reis

Administradora, Mestre em Economia e Gestão da Inovação, mineira, mãe. Apaixonada por viagens e pela vida, me arrisco na cozinha, amo ler, conhecer pessoas e passear em dias frios com sol.