Ele versava muros, com as cores da poesia de seu grafite!
JWPapa
Quais são os maiores grafiteiros de São Paulo? O grafite é uma forma de expressão artística que transforma espaços urbanos em galerias a céu aberto. No Brasil, consolidou-se como uma manifestação cultural rica e diversificada, ganhando reconhecimento mundial. Artistas como Os Gêmeos, Eduardo Kobra e Nina Pandolfo são alguns dos nomes que fazem do grafite brasileiro um destaque.
Os Gêmeos, por exemplo, são conhecidos por suas figuras coloridas e fantásticas, presentes em muros de diversas cidades do mundo. Eduardo Kobra, com seus murais hiper-realistas e de grande escala, trouxe visibilidade para temas sociais e históricos, enquanto Nina Pandolfo encanta com seus personagens femininos.

Considerar o grafite como arte é reconhecer seu potencial de comunicação e impacto visual. Assim como a pintura ou a escultura, exige habilidade técnica, criatividade e uma visão artística para transformar a paisagem urbana.
Dessa forma, ele desafia a percepção convencional da arte ao deslocá-la dos espaços tradicionais, como museus e galerias, para o cotidiano das ruas, tornando-a acessível a todos. Além disso, o grafite pode expressar críticas sociais, culturais e políticas, servindo como uma voz para comunidades marginalizadas.
Seu valor artístico reside na capacidade de dialogar com o público de forma imediata, renovando a paisagem urbana e provocando reflexões sobre o espaço e a sociedade.
Chivitz
Há mais de dez anos intervindo na rua como artista urbano, Chivitz cravou seu nome no cenário artístico-underground de São Paulo através de seus trabalhos intrinsecamente relacionados ao graffiti e à tatuagem.
Criador de uma linguagem híbrida que vagueia entre esses dois campos da pintura, o grafiteiro apresenta trabalhos dotados de uma estética inconfundível, marcada pelo uso das cores lilás, cinza, preta, branca e magenta. A originalidade de seu estilo é resultado de sua vivência na atmosfera urbana do skate e do hip hop, que instigam sua mente criativa constantemente.
Desde o início de suas atividades como grafiteiro, suas principais obras de grafite no Brasil estiveram voltadas para o estilo figurativo de pintura, no qual predominam bonecos assombrosos e figuras fantasmagóricas dotadas de feições humorísticas e sarcásticas.

A aparência aparentemente tranquila de seus personagens é desafiada pelas expressões faciais e corporais que revelam personalidades carregadas de uma malícia tenebrosa, característica do universo da rua.
Chivitz é inovador na tipografia de seus trabalhos, cujas letras possuem raízes no graffiti tradicional e na pixação paulistana. Suas performances também ganharam notoriedade no cinema, com participações em filmes como "O Magnata", "Inversão" e "Blindness". Além disso, é diretor, editor e produtor da série autoral "Os Queixeiras".
- Instagram: @chivitz
Minhau
Minhau, parceira de Chivitz, é conhecida por sua marca registrada: os gatos. Com um estilo diversificado, suas obras de grafite no Brasil também decoram a paisagem urbana de São Paulo e outras cidades.
Minhau começou grafitando jornais colados em regiões como Bela Vista e Augusta. Suas obras são facilmente reconhecidas pelos gatos estilizados que trazem um toque lúdico e ao mesmo tempo misterioso.
O casal de grafiteiros, Chivitz e Minhau, frequentemente trabalha em conjunto, deixando sua marca em diversos muros e espaços públicos. Em Piracicaba, na Rua Antônio Corrêa Barbosa, as obras da dupla embelezam os muros do antigo Clube Regatas. Ambos são profundamente influenciados pela cena do skate e musical dos anos 90.
Para Chivitz, o grafite é uma expressão de seu estilo de vida urbano e de sua paixão pelo skate. Ele acredita que o grafite abriu portas para experiências inesperadas e oportunidades artísticas. Minhau, por sua vez, encontrou nos gatos uma forma de expressar sua criatividade e nostalgia.
Juntos, Chivitz e Minhau continuam a enriquecer a arte urbana com suas obras originais e impactantes, tornando as cidades mais vibrantes e culturalmente ricas.
- Instagram: @minhau_sp
Robinho Santana
Robinho Santana, natural de Diadema, São Paulo, é um artista visual, pesquisador e músico experimental que se destaca no cenário do graffiti. Com formação acadêmica em Design e Fotografia, Robinho traz para suas obras uma representação profunda e digna da vida e cultura da população negra periférica.
Ele utiliza sua arte para dialogar com a vivência do seu povo, explorando temas como dinâmica familiar, relacionamentos, paternidade, maternidade e infância.

Seu trabalho é marcado pela busca de uma representação plural e autêntica, sem estereótipos. Robinho começou a se interessar pelo graffiti ainda na juventude, após entrar em contato com o universo do skate e do punk. Esses elementos culturais influenciaram sua visão artística e contribuíram para a formação de seu estilo único.
Robinho é responsável pelo maior mural de arte urbana do Brasil, intitulado "Deus é mãe", localizado em Belo Horizonte, com impressionantes 1882 metros quadrados. Esse mural é um exemplo do impacto e alcance de seu trabalho, que vai além das galerias tradicionais e ocupa espaços públicos, tornando a arte acessível a todos.
Além do mural em Belo Horizonte, Robinho tem outras obras espalhadas por São Paulo, como o mural no SESC Santana e a quadra no Brás. Seu trabalho "Avoa João ou o Sorriso de Joãozinho", no Bixiga, e "Algo sobre nós", nos Campos Elíseos, são exemplos de como utiliza a arte para criar diálogos visuais com a comunidade e celebrar a cultura negra.
Através de sua arte, Robinho Santana não apenas embeleza a cidade, mas também promove reflexão e conscientização sobre questões sociais importantes. Sua obra é um testemunho do poder transformador da arte e da importância de dar voz às experiências e histórias da população negra periférica.
- Instagram: @robinho_santana
Eduardo Kobra
Nascido em 1975 no Jardim Martinica, um bairro pobre da Zona Sul de São Paulo, Eduardo Kobra é hoje um dos muralistas mais reconhecidos do mundo. Desde os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, ele detém o recorde de maior mural grafitado do mundo.
Seu mural "Etnias", com 2,5 mil metros quadrados, foi superado por ele mesmo em 2017, com uma obra de 5.742 metros quadrados às margens da Rodovia Castello Branco, homenageando o chocolate.
Kobra começou sua trajetória como pichador durante a adolescência, sendo detido três vezes por intervenções não autorizadas. Nos anos 1990, trabalhou fazendo cartazes e pintando cenários de brinquedos, o que lhe proporcionou suas primeiras oportunidades de ganhar dinheiro com arte.
Sua arte urbana ganhou visibilidade na década seguinte com o projeto "Muro das Memórias", onde reproduzia fotos antigas de São Paulo em tons de sépia ou preto e branco.
Autodidata, Kobra se inspirou em artistas como Banksy, Keith Haring e Diego Rivera. Ele demonstra uma preocupação com causas ambientais em seu projeto "Greenpincel", abordando temas como aquecimento global e desmatamento. Em 2009, ele começou a explorar street art tridimensional, expondo suas obras ao redor do mundo, de Dubai aos Estados Unidos.
No projeto "Realidade Aumentada", Kobra pintou dez painéis em dez dias, destacando questões sociais como o desaparecimento de crianças e a vida de moradores de rua. Mais recentemente, em "Recortes da História", ele retrata momentos marcantes da humanidade, como discursos de Martin Luther King.
Seu projeto "Olhar a Paz" homenageia figuras que lutaram contra a violência, como Mahatma Gandhi e Malala Yousafzai. A herança de seu passado no hip-hop é evidente em suas imagens hiper-realistas, muitas vezes baseadas em fotografias de personalidades, cobertas com cores fortes e contrastantes.
Kobra mora em São Paulo, onde também fica seu ateliê, e suas obras estão espalhadas pelos cinco continentes, de Lyon a Malaui, da Índia aos Emirados Árabes Unidos. Um dos artista que produz arte urbana e suas principais obras!
- Instagram: @kobrastreetart
Veja também os maiores grafiteiros no Rio de Janeiro!
OSGEMEOS

Os irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, conhecidos como OSGEMEOS, nasceram no Cambuci, um bairro central de São Paulo, em 1974. Desde pequenos, os irmãos se comunicaram através da arte, desenvolvendo um estilo que combina elementos do hip-hop e da pichação paulistana.
Nos anos 1980, com o movimento hip-hop emergindo na cidade, eles começaram a mostrar seus trabalhos em encontros no Largo São Bento, um ponto de referência para a cultura urbana na época.
Formados em Desenho de Comunicação pela Escola Técnica Estadual Carlos de Campos, OSGEMEOS iniciaram suas atividades no graffiti em 1990, pintando muros no Cambuci. Com o tempo, se tornaram figuras icônicas na cena do graffiti, tanto em São Paulo quanto globalmente. Seus trabalhos são conhecidos por retratar temas que vão desde retratos de família até críticas sociais e políticas, caracterizados por um estilo vibrante e imaginativo.
A influência dos irmãos transcendeu fronteiras. OSGEMEOS já levaram sua arte para diversos países, incluindo Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Grécia, Cuba e muitos outros. Em 2008, eles participaram da pintura da fachada da Tate Modern, em Londres, para a exposição "Street Art", ao lado de outros renomados grafiteiros internacionais.
Entre suas obras mais notáveis está "O Estrangeiro", um mural no Vale do Anhangabaú em São Paulo. A obra, que posteriormente foi removida, destacava-se pela sua mensagem poderosa e pela estética colorida e detalhada, características marcantes dos trabalhos dos irmãos.
OSGEMEOS continuam a ser uma referência no mundo do graffiti, influenciando e inspirando novas gerações de artistas urbanos. Seu trabalho embeleza os espaços urbanos e provoca reflexão e diálogo sobre questões sociais e culturais.
A dupla permanece ativa, levando sua arte a novos horizontes e solidificando seu legado como um dos mais importantes nomes do graffiti contemporâneo.
Um dos principais artistas que produzem arte urbana para obra de grafite!
- Instagram: @osgemeos
Que tal explorar a lista dos maiores grafiteiros em Belo Horizonte?
Enivo

Enivo, nascido no Grajaú, Zona Sul de São Paulo, é um dos grafiteiros mais atuantes da cidade. Formado em Artes Plásticas, o paulistano descobriu a cidade através da arte ainda na infância.
Em 1998, ao ver os primeiros grafites surgirem em seu bairro, inspirados por artistas como Jerry Batista e Alexandre Niggaz, Enivo começou a desenvolver seu próprio estilo, pintando inicialmente a rua de sua casa e depois expandindo para outras áreas vizinhas.
O que começou como uma brincadeira infantil se tornou uma parte de sua vida. Atualmente, Enivo é sócio da galeria de arte urbana A7ma, localizada na Vila Madalena, onde divide seu tempo entre telas e paredes. Sua arte é conhecida por retratar personagens periféricos, filhos da rua que refletem suas vivências no Grajaú e homenageiam seu amigo Niggaz.
Enivo já enfrentou desafios como a criminalização da arte. No início do ano de 2014, foi preso enquanto pintava no centro de São Paulo. A cena foi exibida na televisão, retratando-o como um vilão. No entanto, ele já havia conseguido autorização do proprietário do local onde pintava e espera uma resposta das autoridades.

A disputa por espaços também é um tema constante. Recentemente, um mural seu na Avenida Paulista foi apagado por estudantes de medicina da USP, que utilizam o espaço para divulgar festas. Enivo lamenta que esses espaços não sejam usados para temas mais importantes, como política e meio ambiente.
Dividindo-se entre a rua e a galeria, considera que pintar telas permite criar trabalhos mais duradouros, enquanto o grafite nas ruas é uma forma efêmera e dinâmica de expressão.
Em momentos de lazer, visita sua mãe e avó, Nena Madalena, que se tornou pintora após sofrer dois AVCs, influenciada pelo próprio neto. Atualmente, continua a contribuir para a cena do grafite em São Paulo, tornando-se uma figura na arte urbana da cidade.
- Instagram: @Enivo
E na sua opinião, quais são os maiores grafiteiros de São Paulo e os artistas de rua famosos brasileiros?
gostei muitos da obras sobre contra o racismo
🙌