O budismo é uma religião que surgiu em VI a.C., onde hoje é o Nepal e a Índia. Essa religião tem como objetivo a conquista da paz interior e da iluminação espiritual e da cessação sofrimento. Ela promove a compaixão e a não violência e prega o exercício da meditação.
Atualmente, o budismo é uma das principais religiões do mundo. Vamos conhecer, um pouco, a origem e a expansão do budismo, com um conteúdo fácil de entender? Acompanhe este artigo e saiba mais sobre a origem, a expansão, as características, as crenças, os ensinamentos e os símbolos do budismo!
Origem do Budismo
A origem do budismo possui uma estreita relação com a história do seu fundador, Siddhartha Gautama. Ele, por sua vez, nasceu em 563 a.C., na Índia, sendo um príncipe da dinastia Sakia do reino de Kapilavastu. Gautama vivia uma vida "cheia" de luxos e requintes. Ele era casado e tinha um filho.
Após conhecer mais o seu povo, Gautama se deparou com o sofrimento humano - em especial, quando conheceu uma anciã, um asceta, um doente e uma pessoa morta. Com tal testemunho, Siddharta desistiu de seguir com a vida de príncipe e decidiu dar início a uma jornada de crescimento espiritual.
Para isso, ele raspou a cabeça como gesto de humildade, trocou as roupas de príncipe por trajes simples e seguiu pelo mundo em uma jornada espiritual em busca de uma vida livre de sofrimentos. Em um dos momentos de sete anos de jornada e privações, Gautama decidiu meditar no pé de uma árvore Bodhi.
Nessa meditação, Gautama foi iluminado, obteve a resposta para todas as suas dúvidas e se despertou espiritualmente, conseguindo alcançar o êxito que tanto buscou. Com isso, ele conseguiu chegar à plenitude espiritual e obteve entendimento sobre diversos aspectos da vida.
Tudo o que somos é resultado daquilo que pensamos.
Frase budista
Após tal entendimento, Gautama seguiu pelo rio Ganges, com o intuito de compartilhar os seus aprendizados. Chegando na cidade de Benares, Buda (o nome dado à Gautama) começou a compartilhar os ensinamentos do budismo para a população.
Assim, o budismo se propagou pela Índia e outros países da Ásia. Após a morte de Buda, os seus seguidores passaram a compartilhar os ensinamentos do budismo para outras pessoas, oralmente. Além disso, os ensinamentos Siddartha Gautama foram escritos em escrituras sagradas na linguagem Páli, chamadas de Tripitaka, como forma de preservação. É importante ressaltar que a história do islamismo é grandiosa como essa.
Expansão do Budismo
Como já foi dito, o budismo iniciou no século VI a.C., na parte norte da Índia, depois que Siddartha Gautama buda despertou para a espiritualidade. Logo se formou uma comunidade budista, formada por Buda e os monges. Com isso, os ensinamentos do budismo formam compartilhados oralmente.
A primeira expansão do budismo se deu na Índia, sendo realizada por Buda e os monges. Posteriormente, no século III a.C, o imperador Ashoka ajudou ainda mais na propagação do budismo, uma vez que tornou essa religião como a principal do seu Estado (Maurya) e enviou missionários para outras regiões.
Essa ação do imperador Ashoka fez com que o budismo se propagasse pelo Mediterrâneo, pelo sudeste da Ásia (em países como Laos, Camboja, Mianmar e Tailândia) e pelo Sri Lanka. Após essa propagação, o budismo chegou na Ásia Central e na China, no século I a.C.
O budismo chegou nessa região através da Rota da Seda, uma vez que diversos comerciantes budistas e monges comercializaram na região e compartilharam os ensinamentos do budismo para as pessoas. Já no século IV d.C., o budismo se popularizou na Coreia e no Japão.
Essa rota de comercialização da seda foi muito importante para a propagação do budismo pela Ásia
Por fim, o budismo chegou ao Tibete, no século VII d.C., havendo a criação do budismo tibetano (também chamado de Vajrayana) e o desenvolvimento da liderança do Dalai Lama. Essa é a prática mais popular de budismo no Ocidente.
No Brasil, a tradição do budismo é bastante popular, uma vez que essa religião (também chamada de doutrina espiritual e de filosofia) é seguida por cerca de 200 mil pessoas. O principal monge do budismo Brasil é o Lama Padma Samten.
Características do Budismo
O budismo, ao contrário da maioria das outras religiões, não possui um Deus criador (o que significa que essa religião é "não teísta"). O principal objetivo do budismo é o seguimento pelo caminho da iluminação, o entendimento da natureza da existência e a realização espiritual.
Além disso, o budismo também busca o fim do sofrimento e o desapego de sentimentos intrínsecos ao ser humano, como inveja, raiva e ciúme. As pessoas, que seguem o budismo, precisam ter compaixão umas pelas outras, não devem praticar a violência e precisam meditar. Assim como as do budismo, as características do judaísmo também são presentes na religião.
Crenças do Budismo
O budismo possui algumas crenças, e essas são voltadas para o Nirvana, Carma, nobres verdades e oito trilhas. Vamos descobrir mais informações sobre cada crença do budismo? Isso é fundamental para o melhor entendimento sobre essa religião.
Nirvana
O Nirvana é a libertação do corpo em relação ao estado de sofrimento, o que é chamado de samsara. No nirvana, as pessoas ficam em um estado de plena realização espiritual e de paz interior. Com isso, o praticante do nirvana se liberta da ignorância, do apego e do desejo, os quais geram o sofrimento. A partir do nirvana, se tem um entendimento claro da existência humana.
Carma
O carma (também pode ser escrito como "karma") indica que as nossas ações geram consequências. Essas ações podem ser verbais, físicas ou mentais e geram consequências na vida presente - e também em outras vidas.
Assim, quando as pessoas agem de forma positiva, as suas vidas melhoram e vice-versa. Vale ressaltar que o carma não é considerado uma forma de punição. Na verdade, ele é visto como um reflexo das ações de uma pessoa.
Quatro nobres verdades
Os ensinamentos do budismo de embasa, nas "Quatro nobres verdades". Ela se volta ao sofrimento humano e segue esta linha de pensamento:
- Sofrimento: o sofrimento faz parte da vida do ser humano, seja como insatisfação ou dor;
- Causa do sofrimento: essa sensação de sofrimento é decorrente do desejo e do apego do ser humano;
- Fim do sofrimento: quando não se tem mais apego e nem desejo, a sensação de sofrimento acaba;
- Caminho para o fim do sofrimento: alcança-se o fim do sofrimento com a prática do budismo.
Para acabar com o sofrimento, é necessário praticar o budismo, em especial uma das suas crenças, chamada de "senda óctupla" ou "senda das oito trilhas".
Senda das oito trilhas
O "senda das oito trilhas" é o caminho para conseguir alcançar a plena realização espiritual e dar fim ao sofrimento. Essa jornada consiste nestes oitos "passos", os quais são interligados:
- Compreensão correta: entender a verdadeira natureza humana;
- Intenção correta: ter pensamentos bondosos, não violentos e de renúncias;
- Fala correta: evitar palavras negativas e mentiras;
- Ação correta: agir com ética;
- Meios de vida corretos: ter uma profissão que não gere malefícios a outras pessoas;
- Esforço correto: apresentar boas ações;
- Atenção plena correta: concentrar-se no presente e na plena consciência;
- Concentração correta: praticar a meditação.
Seguindo o "senda óctupla" é possível conquistar a iluminação espiritual, ou melhor, a paz interior e o fim do sofrimento. Afinal, esse é o caminho para a iluminação. Vale ressaltar que as crenças do hinduísmo possuem algumas semelhanças com as do budismo.
Tipos de budismo
O budismo apresenta alguns "tipos", como o Theravada, o Mahayana, o Zen, o Pure Land e o Vajrayana. A seguir, descrevemos cada um desses tipos de budismo.
- Theravada: é o tipo de budismo mais antigo, sendo bastante praticado no Camboja, Laos, Myanmar, Tailândia e Sri Lanka. Esse tipo de budismo possui um foco na "senda óctupla e nas "quatro nobres verdades";
- Mahayana: é um dos tipos de budismo mais populares, sendo bastante praticado no Vietnã, no Tibete, na Coreia, no Japão e na China. Ele é voltado na iluminação espiritual para todos, o bodhisattva;
- Zen: é uma ramificação do Mahayana, sendo bastante praticado na China e no Japão. A sua principal prática é a meditação (zazen);
- Pure Land: também é uma ramificação do Mahayana, sendo praticado principalmente no Japão e na China. Ele é voltado para a crença no Buda Amitabha;
- Vajrayana: também é uma ramificação do Mahayana, sendo comum no Tibete, Mongólia e Butão. A sua prática envolve rituais e elementos esotéricos.
Como deu para perceber, os principais tipos de budismo religião são o Theravada e o Mahayana, uma vez que os demais são apenas ramificações do budismo Zen, Pure Land e Vajrayana.
Escolas budistas
As principais escolas budistas e tradições do budismo tibetano (também chamado de Vajrayana) são o Kagyu, o Sakya, o Gelupa e o Nyingma. As descrições de cada uma das escolas budistas encontram-se a seguir.
- Kagyu: é uma das escolas mais antigas, e a sua fundação foi realizada por Tilopa, ficando mais popular com Milarepa. Essa escola prega que os ensinamentos devem ser compartilhados de forma direta entre mestre e discípulo;
- Sakya: essa escola foi fundada por Konchok Gyalpo. Ela conta com práticas tântricas e sutras, tendo como base o texto Lamdre;
- Gelupa: a fundação dessa escola foi realizada por Je Tsongkhapa. As principais práticas dessa escola são o Lamrim e o Iojong. O líder dessa escola budista é Dalai Lama;
- Nyingma: é a escola mais antiga do budismo tibetano. Ela se embasa nos textos terma, nas práticas tântricas e na prática do Dzogchen;
Vale ressaltar que essas escolas budistas foram desenvolvidas a partir da propagação dos ensinamentos da religião budista na região do Tibete. Interessante, não é mesmo? O conhecimento disso é importante para a sua introdução budismo.
Ensinamentos do Budismo
Os principais ensinamentos do budismo são o Dana, Sila e Prajna. As práticas budistas são embasadas em tais ensinamentos, que envolvem a generosidade, a ética e moralidade e a sabedoria.
- Dana (generosidade): é voltado para a doação e para a generosidade, como forma de ajudar no bem-estar dos outros e de deixar de lado o egoísmo;
- Sila (ética e moralidade): consiste em não roubar, não matar, não mentir, não usar substâncias tóxicas, entre outros;
- Prajna (sabedoria): é voltado para a compreensão da real natureza humana, sendo baseado na meditação e na reflexão.
Praticando o Dana, o Sila e o Prajna é possível seguir pelo caminho da iluminação, não se voltar ao sofrimento humano, encontrar a paz interior e ter uma vida ética, sábia e generosa.
Símbolo do Budismo
Os principais símbolos do budismo são Buda, flor de lótus e roda do dharma. O principal símbolo do budismo é, sem dúvidas, uma imagem do Buda em estado de meditação. Essa imagem do buda representa o entendimento da natureza humana e a transmissão de ensinamentos buda.

Essa imagem do Buda também representa iluminação espiritual, tranquilidade e momento de meditação para os budistas. Ele volta-se para o controle da mente e para a serenidade. Muitos budistas usam essa imagem para praticar a devoção ao budismo.
A Roda do Dharma é outro símbolo do budismo bastante conhecido, sendo também chamado de Dharmachakra. Os oito raios da imagem representam a Senda Óctupla (verdades nobre octuplo), que citamos anteriormente. A representação também se volta para o samsara (que é o ciclo do nascimento, morte e renascimento).
A flor de lótus representa o poder espiritual, a beleza e a pureza. Apesar de nascer a partir da lama, principalmente, a flor de lótus nasce com uma beleza estonteante e de forma limpa. Isso significa que mesmo com o sofrimento, o ser humano pode florescer.

Então, gostou de descobrir o conceito, a história e origem do budismo, e as principais características dessa religião? Se curtiu o nosso artigo, comente e compartilhe com outras pessoas! O nosso objetivo aqui é te ajudar a compreender mais sobre as religiões, como hinduísmo, a história do cristianismo, judaísmo, entre outros.









