Quais são os maiores grafiteiros do Rio de Janeiro? O grafite é uma forma de expressão artística que transforma espaços urbanos em verdadeiras galerias a céu aberto.
Considerado arte por sua capacidade de comunicar mensagens, provocar reflexões e embelezar a cidade, o grafite exige técnica, criatividade e uma visão estética apurada. Assim como a pintura tradicional, o grafite é uma manifestação cultural que revela a identidade e as emoções de seus criadores.
No Brasil em geral e no Rio de Janeiro em particular, o grafite atua na valorização cultural e na revitalização urbana. Artistas como Panmela Castro e Toz (Tomaz Viana) se destacam na cena carioca, trazendo cores e vida aos muros da cidade.
Panmela Castro é conhecida por seu trabalho que aborda questões de gênero e direitos das mulheres, enquanto Toz é famoso por seus personagens coloridos e vibrantes que refletem a cultura e o cotidiano brasileiros.
O grafite no Rio de Janeiro vai além da estética; ele também é uma ferramenta de protesto e conscientização social. Muitos murais tratam de temas como desigualdade, violência e meio ambiente, tornando-se vozes visíveis das comunidades.
Dessa forma, o grafite cumpre um papel necessário na democratização da arte e na promoção de diálogos importantes na sociedade.
E, claro, neste artigo de hoje, falaremos mais sobre os principais grafiteiros do Rio de Janeiro, vem comigo!
Panmela Castro
Panmela Castro, nascida em 1981 no Rio de Janeiro, é uma artista e ativista brasileira, conhecida por seu trabalho no grafite e na arte urbana. Crescendo no bairro da Penha, subúrbio do Rio, Panmela encontrou na arte uma forma de expressão e superação das adversidades.
Graduada em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Processos Artísticos Contemporâneos pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), sua arte é marcada por temas relacionados ao corpo feminino e à crítica cultural feminista.
Adotando inicialmente o pseudônimo Anarkia Boladona, Panmela foi pioneira no movimento de pichação carioca, predominantemente masculino, escalando prédios e fazendo intervenções pela cidade. Após uma experiência traumática de violência doméstica em 2005, assou a usar o grafite como uma ferramenta de denúncia e empoderamento, trazendo um forte caráter político para suas obras.
Em 2010, Panmela fundou a Rede NAMI, uma instituição dedicada às artes e direitos humanos que já impactou mais de 9 mil mulheres. Através de projetos como #AfroGrafiteiras, a Rede NAMI promove a arte urbana como instrumento de transformação cultural, especialmente entre mulheres negras.
Panmela também é reconhecida por suas performances e exposições que desafiam as normas patriarcais e exploram a subjetividade feminina. Sua primeira performance pública, "Honra ao Mérito", em 2015, convidou o público a cortar seu cabelo, simbolizando uma ruptura com as expectativas sociais.
Além de sua atuação no Brasil, Panmela tem exibido suas obras internacionalmente e participado de palestras e workshops em organizações prestigiadas, como as Nações Unidas. Seu trabalho foi reconhecido com prêmios, incluindo o Prêmio Hutúz e o Vital Voices Global Leadership Awards.
Dessa forma, Panmela Castro continua a ser uma figura influente no grafite e na luta pelos direitos das mulheres, usando sua arte para inspirar e provocar mudanças sociais.
Instagram: @panmelacastro
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Toz
Tomaz Viana, conhecido como Toz, é um dos grafiteiros mais conhecidos do Rio de Janeiro. Nascido em Salvador, Toz se dedica ao graffiti e à criação de telas e objetos há mais de 26 anos. Com um estilo colorido, transforma paisagens urbanas em obras de arte.
Toz ganhou destaque com suas intervenções em empenas de prédios, como o Hotel Marina em Ipanema, e com murais gigantes, como o painel de 20x2,5 metros no prédio da ONU em Genebra. Sua primeira exposição institucional individual, "Metamorfose", ocorreu em 2014 no Centro Cultural Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro. Em 2015, ele apresentou "Vendedor de Alegria" em Paris, em parceria com o Projeto SCOPE.
Em 2017, Toz pintou um carro alegórico para a Escola de Samba Mangueira e realizou a exposição "Povo Insônia" no Museu Chácara do Céu. A exposição "Toz Cultura Insônia" foi itinerante entre 2018 e 2019 nas unidades da Caixa Cultural no Rio de Janeiro e Recife.
As novas telas traduzem um pouco da minha experiência atual, com 47 anos. Essas obras demandam mais calma para pensar nas formas, fazer os contornos.
Tomaz Viana, OGlobo
Sua participação especial na novela "Quanto Mais Vida, Melhor" em 2021, com exposições exclusivas e murais, destacou ainda mais sua versatilidade.
Toz também contribuiu para a revitalização do Porto Maravilha com o projeto "Arte Interativa no Asfalto" em 2022. No mesmo ano, ele abriu a Agência Insônia, gerenciando carreiras de artistas e promovendo eventos culturais.
Em 2023, Toz quebrou o recorde de exposição mais visitada do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) com "Todas As Cores". Ele também apresentou "Permutações Cromáticas" na Galeria Movimento e a instalação "Céu na Terra" em Madrid. Sua instalação "Alegria na Praça" no ArtRio e a participação na exposição "A Quarta Geração Construtiva no Rio de Janeiro" solidificaram sua influência na cena artística.
Encerrando o ano, Toz assinou a decoração de Natal do Shopping Leblon, demonstrando sua habilidade de mesclar arte urbana com projetos comerciais de grande impacto.
Instagram: @tozfbc
Nata Família
Nata Família é um coletivo de grafiteiros do Rio de Janeiro que começou a atuar em 2008, usando a técnica do estêncil para dar visibilidade às realidades e belezas de pessoas marginalizadas. Com um estilo que frequentemente retrata registros de amigos, suas obras transformam os muros urbanos em espaços democráticos de expressão e protesto contra as desigualdades.
O coletivo utiliza diferentes suportes para suas criações, incluindo madeira de demolição restaurada, camisetas e telas. Nata Família também se envolve em projetos sociais pelo Rio, como o @mare.crew, um núcleo artístico voltado para a stencil art. Entre suas participações notáveis está o Arte Core 2018, um evento de arte urbana realizado anualmente nos jardins e pilotis do MAM-RJ (Museu de Arte Moderna do Rio).
A técnica de estêncil do Nata Família, toda cortada à mão, cria um impacto visual forte, muitas vezes utilizando preto e branco para obter um efeito impressionante. No evento RioGraff, eles colaboraram com uma obra que espelhava a mesma imagem quatro vezes, emoldurada pelas letras NATA FAMÍLIA, combinando estêncil com pintura à mão livre.
O coletivo também participou da revitalização urbana do Porto Maravilha, desenvolvendo uma intervenção artística em uma área de 1.245m². Essa contribuição destaca sua habilidade em transformar espaços públicos e engajar a comunidade local através da arte.
Com um olhar gráfico apurado, Nata Família leva em conta o ambiente ao redor de suas obras, criando peças que adornam e interagem com o espaço urbano. Eles continuam a ser uma voz importante na cena do graffiti carioca, usando a arte como um meio poderoso de expressão e transformação social.
Instagram: @natafamilia
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Airá O Crespo
Airá-Ilu-Aiê Ferraz D’Almeida, conhecido como Airá O Crespo, é um grafiteiro, MC e produtor cultural natural do Rio de Janeiro. Nascido em 1981, tem se destacado na cena do graffiti e da cultura urbana por mais de uma década, principalmente na Zona Norte da cidade. Seu nome, que significa “não enfraquece a terra da vida” em iorubá, reflete sua missão de transmitir mensagens e inspirar mudanças sociais.
Desde cedo, Airá foi atraído pelas pichações e manifestações artísticas nas ruas de Olaria, onde cresceu. Com uma forte influência de sua família, incluindo uma tia artista plástica e um pai amante de MPB, ele desenvolveu um gosto por expressões artísticas. Aos 10 anos, escreveu sua primeira poesia e, em 2000, encontrou no grafite uma forma de se comunicar com os jovens.
Airá é conhecido por projetos como "Rabiscos sem Riscos" e "Spraysom", que visam sensibilizar e humanizar as comunidades através da arte. Ele também é membro do Nação Crew, um dos primeiros grupos de grafite do Rio de Janeiro, e participou de importantes exposições, incluindo "Da Favela para o Mundo" em Londres.
Ele comemorou dez anos de carreira no grafite e iniciou sua trajetória musical com o single "Com Orgulho", financiado através de crowdfunding. Além do grafite, Airá se lança na música, unindo letra e imagem em suas criações.
Airá tem pintado murais em diversos locais, incluindo o Hotel Sheraton e a exposição “Era uma Vez” no Museu Histórico Nacional. Também lidera workshops de grafite e pintura, compartilhando seu conhecimento e paixão com a próxima geração de artistas. Sua arte, que mistura graffiti e música, continua a inspirar e transformar a paisagem cultural do Rio de Janeiro.
Instagram: @airaocrespo
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