A segregação racial nos EUA se iniciou no período de colonização e de envio de escravos para o país americano e se estendeu até o fim da década de 1960. Porém, sabe-se que, até hoje, ainda existem problemáticas decorrentes da segregação racial que ocorreu, havendo discriminação racial e outros problemas, como desigualdade, exclusão e preconceito.
Segregação racial voltada para a discriminação em locais privados e públicos, a falta de acesso à educação, moradia, emprego, transporte, saúde e segurança de qualidade
Além da colonização e da escravidão, a propagação da ideia de supremacia branca na sociedade durante a Guerra Civil americana, também chamada de Guerra de Secessão, e imposição das leis de Jim Crow também contribuíram com a potencialização da segregação racial nos Estados Unidos. Para saber mais sobre a história da discriminação racial nos EUA, leia este artigo!
Panorama histórico da segregação racial nos EUA
A segregação racial nos EUA teve início com o processo de colonização e com a imposição da escravidão no país americano, havendo a transferência de africanos escravos para os Estados Unidos. A partir disso, a população negra nos EUA passou a ser vista como propriedade e a ser tratada com discriminação.
A questão da escravidão gerou uma disputa entre os estados do sul e do norte dos Estados Unidos, chamada de Guerra da Secessão (1861-1865). Isso porque os estados do norte tinham interesse na abolição da escravidão, uma vez que estavam em processo de industrialização.
Os estados do sul, por sua vez, tinham uma dependência econômico-financeira do regime de escravidão, pois viviam da plantação de algodão. Com objetivos diferentes, os estados entraram em uma guerra civil, a qual resultou na promulgação da 13ª Emenda à Constituição.
Essa 13ª Emenda foi responsável pela abolição da escravidão nos Estados Unidos, e, em meio a tensões, diversas escravos foram libertos. Vale ressaltar que houve várias ações de resistência dos fazendeiros do sul dos EUA, e o processo de libertação não foi pacífico.
Após a abolição da escravidão, houve um projeto chamado de "Reconstrução" (1866-1876), que visou assegurar os direitos civis e políticos dos escravos libertados. Porém, parte da população não viu a abolição e o período de reconstrução com bons olhos.
Nesse período, se deu início ao movimento supremacista branco, com a propagação das ideias de segregação racial. Posteriormente, ainda foram implementadas as leis de Jim Crow, que permanceram na estrutura legal dos Estados Unidos de 1877 a 1965.
Portanto, após a colonização e a escravidão, várias decisões sociais e políticas foram tomadas nos Estados Unidos, que direta ou indiretamente, promoveram ainda mais a segregação racial no país, as quais estão listadas, a seguir.
Durante o período de Reconstrução, parte da população reagiu negativamente à conquista de direitos da população afro-americana. Como resultado disso, essa mesma parcela da população criou ideias de supremacia branca e propagou tais ideais, ganhando vários adeptos.
Essa parcela da população vivia, principalmente, na região sul dos Estados Unidos, a qual foi responsável por criar e implementar as Leis Jim Crow, que se manteve na estrutura legal americana entre 1877 e 1965. As Leis Jim Crow tiveram o objetivo de impor a segregação racial a partir da lei e do poder do estado.
Essas leis queriam manter a população afro-americana em um situação de inferioridade, com a falta de acesso à saúde, emprego, educação, segurança e moradia de qualidade e a proibição de circular em determinados lugares, sejam privados ou públicos, como escolas, hospitais, hoteis, bairros, etc.
Nesse período, a população afro-americana não podia morar nos mesmos bairros que a população branca, e nem frequentar as mesmas escolas e hospitais. Além disso, os afro-americanos também não podiam usar o mesmo transportes públicos que a população branca.
Portanto, o regime de segregação racial foi legalizado pelas Leis Jim Crow, gerando situações de humilhação, descaso, opressão, discriminação e violência à população afro-americana. Assim, durante 70 anos, a população negra dos EUA teve os seus direitos civis e humanos violados de forma legalizada.
Além dos casos de racismo, as Leis Jim Crow também aumentaram a desigualdade social, que é um problema presente na sociedade americana até os dias atuais. Portanto, por longos anos, a estrutura legal dos Estados Unidos impôs um regime de supremacia branca.
Durante esse período, seguiu-se uma ideal racista de superioridade da população branca em relação à população negra, gerando uma ampla desigualdade entre ambos. Não havia democracia, e sim um sistema político e social vergonhosamente injusto.
Enquanto a população branca americana tinha acesso à saúde e educação de qualidade, a população afro-americana sequer podia frequentar os mesmos lugares. Eles se deparavam com a falta de oportunidades, de sistema de saúde de qualidade e de liberdade e com a presença da extrema violência.
O racismo é um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato da vontade de um indivíduo
Ativista Djamila Ribeiro em "Pequeno manual antirracista".
Esse regime de segregação não se limita a essas proibições, uma vez que, a maior parte da população afro-americana não tinha direito à voto. Para votar, os afro-americanos tinham que fazer um teste de alfabetização e conseguir a aprovação em tal teste.
Porém, a maior parte da população negra dos Estados Unidos não conseguia a aprovação no teste, o que ajudava a manter pessoas contrárias à conquista dos direitos civis e legais da população afro-americana no poder, e a fortalecer os ideais de supremacia branca.
Outra prática que contribuiu com a segregação racial e, especialmente, com a desigualdade social, foi a redlining. Essa prática visava negar empréstimos bancários à população de bairros de maioria afro-americana, por mais que as pessoas estivessem aptas, no âmbito financeiro, a receber o empréstimo.
Portanto, foram muitas ações que, infelizmente, fortaleceram a segregação racial nos EUA e, consequentemente, levaram à desigualdade social, discriminação, opressão, racismo, etc. Além disso, pode-se dizer que, até hoje, o racismo se encontra enraizado na sociedade americana, havendo a necessidade de implementação de muitas políticas públicas que visem acabar com tal mal.
Movimentos de luta pelos direitos civis dos afro-americanos
No século XX, diversos movimentos contrários à segregação racial nos EUA surgiram, sendo chamados de "Movimento dos Direitos Civis". Os ativistas do movimento eram afro-americanos, que queriam colocar um fim no regime de segregação, e lutar pelos direitos da população negra dos Estados Unidos.
Na década de 60, os Movimentos dos Direitos Civis obtiveram três conquistas importantes em âmbito legislativo, sendo elas a "Lei do direito ao voto" em 1965, "Lei dos direitos civis" em 1964 e mais uma "Lei dos direitos civis" em 1968, as quais culminaram no fim da segregação racial nos EUA.
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Lei dos direitos civis de 1964
A lei dos direitos civis de 64 proibiu atos discriminatórios em locais públicos e em programas do governo. A lei informava que não poderia haver segregração em restaurantes, escolas, hotéis e transportes públicos, e nem discriminação ao ceder os benefícios de programas do governo.
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Lei do direito ao voto de 1965
A lei do direito ao voto permitiu que a população negra votasse nos Estados Unidos, proibindo a implementação do "teste de alfabetização" para a conquista do direito ao voto. Assim, a população afro-americana dos EUA conquistou o direito de escolher o líder do seu estado e país.
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Lei dos direitos civis de 1968
A lei dos direitos civis de 68 proibiu atos discriminatórios no processo de venda de casas, prédios e outros imóveis. Isso permitiu que todas as pessoas tivessem o direito de residir em um imóvel e/ou bairro da sua preferência, sem nenhum impedimento.
Alguns ativistas se destacaram na conquista desses direitos e de muitos outros, como Martin Luther King Jr e Malcolm X. Martin Luther King foi um líder importante na conquista do direito ao voto e na proibição da discriminação em locais públicos e da cessão de programas do governo, assim como Malcolm X e Rosa Parks.
Vale ressaltar que, na implementação dos direitos civis em 1964, as Leis Jim Crow foram revogadas pelo presidente Lyndon Johnson. Diante de tamanha violência, que a população afro-americana viveu durante anos, podemos concluir que a história precisa ser contada e recontada para que nunca mais ocorra tanta brutalidade!
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