O Aberto de Paris é um torneio que respira tradição e a paixão pelo tênis. Imagine um cenário de terra batida que já testemunhou duelos épicos e a cada rastro de pó deixado no piso de saibro conta diversas histórias de superação. É assim que funciona Roland Garros, o único dos torneios de Grand Slam disputado em saibro e um dos mais charmosos torneios de tênis do mundo, afinal, estamos falando de Paris, não podia ser diferente.
Mais do que um torneio, o Aberto da França marca o fim da temporada saibro e é um espetáculo de resistência, técnica e emoção. Você vai descobrir por que esse é um dos Slam mais desafiadores do circuito.
Vamos então explorar mais sobre o que tornar o Aberto da França tão especial, falar um pouco sobre a história do Grand Slam francês, conhecer quem foi Roland Garros e porque o torneio ganhou esse nome e ainda conhecer os reis e rainhas do saibro. Prepare-se para conhecer segredos desse torneio que transforma o tênis em uma verdadeira obra de arte!
O que torna o Aberto da França especial?
Dos quatro locais de torneios do Grand Slam, apenas Roland Garros ostenta as quadras de saibro. Essas maravilhas da engenharia tornam o jogo mais animado, mas por outro lado os jogadores acham mais difícil devolver a bola nesse tipo de quadra.
As quadras de saibro são compostas por várias camadas: rochas cada vez maiores para permitir a drenagem, terra batida, argila e uma camada de pó de telha ou tijolo. A superfície lisa e avermelhada do saibro proporciona uma maior aderência para a bola.
É um dos tipos de superfícies mais tradicionais na América do sul e na Europa. Talvez por esse motivo nosso grande tenista Guga se deu tão bem nesse torneio.

As quadras são certamente uma das maiores razões para tornar o Aberto da França tão especial. Elas exigem mais preparação e manutenção entre as partidas do que as quadras duras, por exemplo. As bolas não quicam muito alto, nem com o mesmo ímpeto, como nas quadras duras do Aberto da Austrália.
Como isso, os jogadores precisam ajustar seu jogo. Se o jogador devolve a bola, ele tem tempo para se posicionar de forma ideal. O footwork também é uma habilidade que os jogadores em quadras de saibro precisam dominar. O deslizamento na superfície da quadra enquanto se posicionam para o golpe.
Nem todo jogador pode ser um especialista em quadras de saibro. Novak Djokovic, por exemplo, é um jogador formidável em outros tipos de quadra, mas o saibro sempre o derrota em quase todas as vezes. Por outro lado, Rafael Nadal domina a arte e a habilidade de jogar nessas quadras.
Todo esse foco na composição das quadras pode fazer você se perguntar se esse é o único aspecto especial do Aberto da França. De forma alguma, podemos garantir. Tudo é complexo no tênis de Roland Garros e para os jogadores que atual nessas quadras, tornando esse um torneio único.
Outra característica mágica deste torneio é sem dúvida a atmosfera parisiense.
Descubra a história do Grand Slam da França
O jogo de tênis ostenta uma longa história que já remonta séculos. O precursor dessa atividade de lazer era popular no século XII e o jogo que conhecemos como tênis hoje, criou as suas raízes no século XVI. No entanto, o tênis organizado é relativamente novo. Entusiastas fundaram a Federação Internacional de Tênis (ITF) em 1913, estabelecendo os primeiros torneios oficiais.
Em contrapartida, os amantes do tênis francês organizaram seu primeiro Championnat de France em 1891. Esses campeonatos franceses permitiam que apenas jogadores de tênis do sexo masculino, que fossem membros de um clube de tênis francês, competissem. O campeonato de simples feminino estreou seis anos mais tarde, em 1897. Cinco anos depois, essa organização introduziu o torneio de duplas mistas; as duplas femininas estrearam dois anos depois disso.

Essas competições eram disputadas em quatro instalações de tênis ao redor de Paris, nenhuma delas era chamada de Roland Garros. Esse complexo de tênis, construído para esse propósito com quadras de saibro, foi inaugurado em 1928. Quatro franceses vencendo a Copa Davis nos EUA estimularam o chamado para uma instalação dedicada ao torneio de tênis na França.
O Estádio Nacional Francês concedeu às autoridades de tênis da cidade uma pequena parcela de terra. A única estipulação deles era que eles nomeassem a instalação em homenagem a Roland Garros, um aviador e inventor. Ele também era membro do clube de tênis do Estádio Nacional, embora não fosse um jogador ávido.
O Stade Roland-Garros sediou o Campeonato Internacional Francês em 1928, pela primeira vez. Desde então, o complexo de tênis de Roland Garros tem sido a casa do Aberto da França.
Quem foi Roland Garros?
Os torneios de Grand Slam dos Estados Unidos e da Austrália levam o nome do país, eles são US Open e Australian Open, respectivamente. O aberto da Inglaterra leva o nome da cidade que o sedia, Torneio de Wimbledon. Por que o Aberto da França é um único Grand Slam que leva o nome de uma pessoa?
Mas afinal, quem foi Eugène Adrien Roland Chacon Georges Garros? Ele foi um pioneiro da aviação francesa.
Como mencionamos, Roland Garros jogava tênis, mas esse certamente não era o seu passatempo favorito. Ele preferia ciclismo, futebol e rúgbi, e sobretudo amava voar. Quando a primeira guerra mundial estourou, ele correu para seu avião para defender seu país pelo ar.
Roland também foi engenhoso. Ele inventou um mecanismo para desviar balas da hélice de seu avião. Em 1915, este piloto de caça executou o primeiro abate aéreo do mundo, graças à sua inovação. Seu avião sofreu um mau funcionamento da linha de combustível durante um combate aéreo subsequente, o que o forçou a pousar em território inimigo.
Ele foi capturado e passou três anos como prisioneiro de guerra. Após escapar, ele voltou aos céus, mas foi abatido um dia antes de seu 30º aniversário. Seu legado forma parte integrante da história do Aberto da França, assim como dos avanços no combate aéreo.
Principais vencedores do simples masculino
O Aberto da França é um dos torneios de Grand Slam mais exigentes fisicamente. Alguns dos melhores jogadores da história atual do tênis ainda não conseguiram atingir um bom ritmo no saibro. Mas o desafio não é simplesmente uma questão de preparo físico e resistência, no entanto.
Jogadores de tênis precisam de um conjunto de habilidades específicas para conseguir alcançar o sucesso no saibro. Deslizar e parar na posição ideal é uma das habilidades mais difíceis de dominar na quadra de saibro. Considerar o fator da velocidade mais lenta da bola na estratégia de jogo também é importante.

Um brasileiro que fez história em Paris é Gustavo Kuerten, que conseguiu conquistar três títulos no simples masculino. A nossa maior estrela do tênis nacional se achou nos campos de saibro de Paris e trouxe para o Brasil três taças (1997, 2000 e 2001).
O maior campeão de todos os tempos do Torneio de Tênis parisiense é o espanhol Rafael Nadal, que já garantiu 14 títulos nessa competição (2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2022).
Rafael Nadal é mais do que um especialista em quadra de saibro. Ele é o Rei indiscutível do Saibro. Ele conquistou mais vitórias no Aberto da França do que qualquer outro jogador de Simples Masculino na história deste torneio.
Depois de Nadal, o próximo tenista com mais títulos em Roland Garros é o francês Max Decugis, que conquistou oito títulos ao todo, nos anos de 1903, 1904, 1907, 1908, 1909, 1912, 1913 e 1914. Björn Borj da Suécia, tem seis títulos, conquistados nas décadas de 70 e 80 (1974, 1975, 1978, 1979, 1980 e 1981).
Outros franceses com muitos títulos que integram a lista são Henri Cochet com cinco, André Vacherot e Paul Aymé com quatro títulos cada e ainda Maurice Germot e René Lacoste com três títulos cada.
O grande rival de Nadal, Novac Djokovic, que se destaca nas quadras duras e já conquistou cinco títulos no US Open e ainda dez conquistas no Australian Open, tem um histórico discreto no saibro, com apenas três títulos.
As melhores jogadoras do simples feminino
Se Rafael Nadal é o rei das quadras, podemos dizer então que Chris Evert é a rainha do saibro. Esta lenda aposentada do tênis americano conquistou o troféu do simples feminino do Aberto da França por sete vezes (1974, 1975, 1979, 1980, 1983, 1985 e 1986).
A americana supera a lenda do tênis francês, a grande Suzanne Lenglen e ainda a alemã Steffi Graf que possuem 6 títulos cada uma. Empatadas com cinco títulos temos Adine Masson da França e Margaret Court da Austrália.
Hoje, a sensação do tênis polonês Iga Świątek está pronta no ranking para desbancar todos eles. Até agora, ela conquistou três vitórias no Aberto da França - em 2020, 2022 e novamente em 2023.
Das quadras empoeiradas à atmosfera única de Paris, o Grand Slam francês escreve história no esporte. Jogadores provaram que no saibro a persistência vale mais que a força bruta, tornando esse um dos torneios de Grand Slam mais aguardados do ano.
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